Sociedade

Resultados da imunização vão definir reabertura da fronteira

Arão Martins | Lubango

Jornalista

O ministro do Interior disse ontem, na cidade do Lubango, província da Huíla, que os resultados da campanha de vacinação contra a Covid-19 vão definir a reabertura da fronteira com a Namíbia.

24/04/2021  Última atualização 07H05
Eugénio Laborinho reconheceu que a Covid-19 causou limitação na circulação de pessoas e bens ao longo da fronteira comum © Fotografia por: Arão Martins | Edições Novembro| Huíla
Eugénio Laborinho, que discursava na abertura da 21ª reunião da Comissão Conjunta de Defesa e Segurança dos dois países, decorrida na cidade do Lubango, reconheceu que a Covid-19 causou limitação na circulação de pessoas e bens ao longo da fronteira comum.

O governante acrescentou que tal realidade reduziu consideravelmente as transacções comerciais, uma das formas de subsistência das populações dos dois países. "Estamos convictos que esta dinâmica de vacinação, implementada pelos dois governos, poderá decidir a retoma dos movimentos de entrada e saída ao longo da fronteira comum”, disse.

O governante frisou que "angolanos e namibianos são dois povos que se orgulham da história e memórias que partilham, pois, a firmeza e persistência ao longo das décadas foram cruciais para a conquista da paz e segurança que hoje os dois países beneficiam”.

Eugénio Laborinho destacou que estes e outros acontecimentos históricos "tornaram Angola e Namíbia parceiros por excelência, no âmbito da Segurança e Ordem Pública”, cuja relação mantém-se, sempre, assente na base do respeito mútuo e no princípio da reciprocidade, expresso nos instrumentos jurídicos.

Neste sentido, o ministro do Interior lembrou os acordos assinados em matéria de Segurança e Ordem Pública, sobre Isenção de Vistos em passaportes de serviços e ordinários e de circulação de pessoas e bens ao longo da fronteira comum. A reunião foi antecedida pelas sessões de peritos de Angola e Namíbia, que decorreram durante dois dias e serviram, segundo o ministro, para avaliar as decisões saídas da reunião do Comité de Segurança Pública, realizada em 2018, relativamente à criminalidade e violações migratórias ao longo da fronteira comum, reabertura da fronteira, regularização da situação migratória de cidadãos angolanos residentes na Namíbia e outras matérias que preocupam as instituições de controlo e fiscalização da fronteira.

Eugénio Laborinho defendeu que é preciso, em conjunto, reforçar as medidas de segurança, no sentido de evitar os casos de imigração ilegal, o contrabando de combustível, tráfico de seres humanos, drogas, caça furtiva, roubo de gado e abate indiscriminado da flora, roubo de viaturas e de cabos eléctricos, entre outras questões que ocorrem ao longo da fronteira.

Apontou ser, por outro lado, necessário melhorar os mecanismos de partilha de informações, fundamentalmente, relacionadas com os reclusos em estabelecimentos penitenciários de ambos os Estados.
Já o ministro dos Assuntos Internos, Imigração, Protecção e Segurança da Namíbia, Frans Kapofi, reconheceu o impacto negativo da Covid-19 na economia e agradeceu o Governo de Angola pelo apoio dado durante os primeiros meses, o que facilitou as trocas comerciais na fronteira comum.

"Apesar das dificuldades, facilitamos os estudantes angolanos a continuarem com a sua formação na Namíbia, bem como aqueles que iam a procura de ajuda médica”, disse.
Garantiu que as autoridades namibianas estão preparadas para reabrir a fronteira com Angola, à semelhança do que fez com outros países.

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