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Rússia oferece 100 milhões de doses da vacina Sputnik à União Europeia

A Rússia ofereceu à União Europeia (UE) 100 milhões de doses da sua vacina, Sputnik V, contra o coronavírus, quando se registam atrasos na entrega de vacinas e existe um contencioso entre Bruxelas e a farmacêutica AstraZeneca.

01/02/2021  Última atualização 18H07
Resposta a atrasos da Astrazeneca © Fotografia por: DR
"Após finalizar a parte principal da vacinação massiva na Rússia, o Fundo de Investimentos Directos da Rússia (FIDR) pode disponibilizar à UE 100 milhões de doses da vacina Sputnik V para 50 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2021”, assinalaram os responsáveis da organização na sua conta oficial no Twitter.

O FIDR, que negoceia os contratos com os países que adquiriram a Sputnik V, desenvolvida no Centro Gamaleya, especificou que a entrega estará sujeita "à aprovação” da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
O fundo soberano da Rússia recordou que a vacina russa já foi registada em 15 países, incluindo a Hungria na UE, e diversos Estados latino-americanos, como a Argentina, Bolívia, Venezuela e Paraguai, e que "enviou documentos” à EMA para um processo de "contínua revisão”, de acordo com o comunicado oficial.

Na semana passada, a EMA explicou que a entidade produtora da Sputnik V - que possui uma eficácia de 91,4%, segundo o último controlo efectuado na terceira fase de ensaios clínicos - solicitou "acompanhamento científico” para "facilitar” o seu programa de desenvolvimento do fármaco e aproximá-lo à legislação comunitária, numa tentativa de garantir a aprovação da sua utilização na UE.

A Rússia, que registou esta vacina em Agosto de 2020, fez a oferta à UE quando atrasos na entrega de vacinas contra o coronavírus e um contencioso entre Bruxelas e a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca estão a originar um crescente descontentamento entre as autoridades sanitárias europeias, impotentes para travar a expansão do vírus.

Apenas o Reino Unido não tem sido afectado pelos atrasos que se registam na maioria da Europa, após a AstraZeneca ter anunciado que, devido a problemas de produção, apenas poderá entregar até 25% das doses que tinha prometido para o primeiro trimestre de 2021.

Este anúncio implicou a instauração pela Comissão Europeia de um mecanismo de emergência que permitirá controlar, e eventualmente bloquear, as exportações para países terceiros das vacinas produzidas no espaço comunitário.


Bayer vai produzir vacina  desenvolvida pela CureVac


A farmacêutica alemã Bayer anunciou ontem um acordo para a produção da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela CureVac
"Temos capacidade para produzir a vacina de mRNA da CureVac", disse Stefan Oelrich, numa conferência 'online', acrescentando que a meta é produzir 160 milhões de doses em 2022.

A vacina da CureVac ainda está em avaliação e é baseada na mesma tecnologia das já aprovadas pela Moderna e Pfizer / BioNTech.
No início do mês, a Bayer e a Curevac tinham anunciado uma cooperação que, no entanto, apenas contemplava trabalhos anteriores com vista à aprovação da vacina. O presidente da CureVac, Werner Haas, disse na conferência de imprensa 'online' que esperava que a empresa pudesse disponibilizar 300 milhões de doses até ao final deste ano.

Até 2022, está projectada a produção de 600 milhões de doses, embora com o aumento da rede de produção possa chegar a mil milhões.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, saudou a cooperação entre as duas empresas e disse que as vacinas também continuarão a ser necessárias após o verão. Por um lado, ainda não está claro por quanto tempo dura a protecção gerada por uma vacina e, além disso, não está descartado que as mutações obriguem a adaptar algumas delas.

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