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Rússia sanciona altos funcionários da UE

A Rússia anunciou, na sexta-feira, sanções contra altos funcionários da União Europeia (UE), incluindo o presidente do Parlamento Europeu, como retaliação às que foram adoptadas por Bruxelas em Março, no meio de tensões renovadas entre Moscovo e o Ocidente.

02/05/2021  Última atualização 12H37
Rússia anunciou, sanções contra altos funcionários da União Europeia © Fotografia por: DR
A UE emitiu, em Março, vários pacotes de sanções individuais contra funcionários russos envolvidos no processo contra o opositor russo Alexei Navalny ou os responsáveis pelas violações dos direitos humanos durante a repressão dos protestos.

A líder de extrema-direita francesa, Marine Le Pen, disse, ontem, que as sanções da Rússia contra altos funcionários da UE eram uma "forma de reciprocidade” depois daquelas decididas por Bruxelas contra Moscovo, que considerou "um erro”.
"A Rússia não está na origem das sanções pessoais que foram decididas. É a União Europeia que está na origem” e estas sanções da UE aplicadas em Março são "um erro”, disse.

A presidente da Frente Nacional, candidata às eleições presidenciais francesas em 2022, recebeu um empréstimo russo em 2014 e foi recebida pelo Presidente Vladimir Putin durante a campanha presidencial de 2017.

Europa contesta
A União Europeia condena a decisão das autoridades russas de punir cidadãos europeus, incluindo o presidente do Parlamento Europeu e uma comissária, e anunciou "medidas adequadas” em resposta às sanções.
"A União Europeia reserva-se o direito de tomar as medidas adequadas em resposta à decisão das autoridades russas”, advertiram os presidentes das três instituições da UE, Úrsula Von der Leyen, Charles Michel e David Sassoli, numa declaração conjunta.

As sanções europeias são competência dos Estados-membros da UE e é necessária unanimidade para adoptá-las.
Minutos antes, o presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli, também  alvo das sanções, denunciara a decisão da Rússia numa mensagem na conta da rede social Twitter.

"Aparentemente, não sou bem-vindo no Kremlin? Suspeitei um pouco... Nenhuma sanção ou intimidação vai prevenir o Parlamento Europeu ou a mim de defender os direitos humanos, a liberdade e a democracia. As ameaças não nos silenciam”, escreveu.
Entre os responsáveis abrangidos estão o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, a vice-presidente da Comissão Europeia (CE) para Valores e Transparência,  Vera Jourová e o procurador de Berlim, Jorg Raupach. Segundo o comunicado, a Rússia riposta desta forma às sanções  a altos funcionários russos, decisões que, na perspectiva de Moscovo, se destinam a "lançar um desafio aberto à independência da política interna e externa russa”.

A 2 de Março, a UE anunciou a decisão de impor medidas restritivas dirigidas a quatro russos responsáveis, segundo Bruxelas, por graves violações dos direitos humanos, designadamente prisões e detenções arbitrárias, e ainda a repressão massiva e sistemática da liberdade de reunião na Rússia.

As medidas incluem designadamente a proibição de entrada em território da UE e o congelamento dos bens destes altos responsáveis, onde se incluem o chefe do Comité de Investigação russo, Alexandre Bastrykine, e o procurador-geral, Igor Krasnov.
A 22 do mesmo mês, o Conselho da UE decidiu introduzir medidas restritivas contra os responsáveis de violações graves dos direitos humanos em diversos países do mundo, nomeadamente por tortura e repressão contra a comunidade LGBT e os opositores políticos na Chechénia, uma República russa do Cáucaso.

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