Na edição do ano passado do Global Risks Report, as guerras comerciais e a polarização política eram as principais preocupações desta- cadas, mas a crise mundial provocada pelo coronavírus aumentou a ansiedade com problemas como o desemprego e a saúde.

Pela primeira vez, o relatório, realizado pelo Fórum Económico Mundial, em parceria com a Marsh & McLennan Companies e o Zurich Insurance Group, classifica os riscos de acordo com o momento em que os participantes do inquérito, cerca de 800 empresários, políticos, activistas sociais e especialistas em várias áreas, consideram ser as principais ameaças para o mundo.
A curto prazo, nos próximos dois anos, identificaram doenças contagiosas e crises de emprego, mas também acontecimentos climatéricos extremos, desigualdade digital e a insegurança na Internet.

No médio prazo, no espaço de três a cinco anos, acreditam que o mundo será ameaçado por riscos económicos e tecnológicos indirectos, que podem levar vários anos para se materializar, como estouro de "bolhas" de activos, falhas com infra-estruturas tecnológicas, instabilidade de preços e crises de dívida.
A longo prazo, dentro de cinco a dez anos, receiam ameaças existenciais, como armas de destruição em massa, colapso dos serviços públicos, perda de biodiversidade e avanços tecnológicos adversos.

O relatório critica a falta de preparação da maior parte dos países para a pandemia, cenário para o qual tinha vindo a alertar desde 2006, e reflecte sobre os aspectos positivos e negativos das respostas dos diferentes países.
"Nós sabemos como é difícil para governos, empresas e outras partes interessadas abordar estes riscos de longo prazo, mas a lição que devemos aprender é que ignorá-los não os torna menos prováveis de acontecerem”, vincou Saadia Zahidi, directora-geral do Fórum Económico Mundial.

A responsável incentiva governos, empresas e sociedade civil, à medida que se começar a ultrapassar a pandemia, "desenhar urgentemente novos sistemas económicos e sociais que melhorem a resiliência colectiva e capacidade de responder a choques, ao mesmo tempo que reduzem a desigualdade, melhoram a saúde e protegem o planeta”.