Coronavírus

Saúde mental ficou mais fragilizada

A saúde mental saiu a perder em todo o mundo devido à pandemia da Covid-19, com estudos em vários países a reflectirem o aumento dos índices de medo, ansiedade e depressão nas suas populações.

01/03/2021  Última atualização 16H01
Argentina é o país que teve a maior quarentena em todo o mundo. © Fotografia por: DR
Na Argentina, país que teve a maior quarentena em todo o mundo, cerca de oito meses, um estudo da Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires concluiu que o confinamento afectava a saúde mental de 80,3% dos argentinos. Entre os transtornos mais visíveis devido ao confinamento prolongado na Argentina, apareciam o medo, a ansiedade e a depressão.

Na região metropolitana de Buenos Aires, que compreende a capital e dez municípios ao redor, a quarentena durou 233 dias, quase oito meses. Começou em 20 de Março e terminou em  9 de Novembro.  
A Argentina é um dos países onde as pessoas mais recorrem a psicólogos. Não fazer terapia é pouco habitual mas, durante a quarentena, os profissionais de saúde mental também ficaram proibidos de dar consultas.  
Somente em Setembro, seis meses depois da quarentena, os habitantes de Buenos Aires puderam ter atendimento médico e fazer exames, algo que estava restrito aos casos urgentes. 

Os tratamentos de reabilitação só voltaram em Outubro. "Os argentinos estavam exaustos. O cansaço social depois de quase oito meses chegou ao limite. A fase racional da quarentena já tinha acabado no final de Abril. O que veio depois foi irracional”, disse à agência Lusa o consultor em opinião pública, Jorge Giacobbe, que mediu mensalmente a aprovação e reprovação da chamada "quarentena eterna".  Quando a quarentena terminou, a Argentina era o nono país com mais casos no mundo, mesmo quando era um dos países que menos testes fazia. Em número de mortos em relação a sua população, a Argentina ocupava o 8.º lugar, numa evidência de que a chamada "quarentena eterna" tinha sido exagerada e tinha fracassado. 

No dia 17 de Fevereiro de 2021, na cidade de Buenos Aires, as crianças começaram a, gradualmente, voltar às aulas presenciais. Hoje, 1 de Março, recomeçam as aulas na região metropolitana, depois de um ano inteiro sem aulas presenciais. As escolas permaneceram fechadas durante um ano lectivo inteiro. O dano psicológico nas crianças é o mais acentuado. A saúde mental mais afectada foi nas crianças. Na área periférica à capital argentina, as crianças não puderam ir às praças e jardins para brincar até Agosto, mantendo um confinamento de cinco meses.
 
Nessa altura de Setembro, oito em cada dez jovens estava em depressão. Seis em cada dez argentinos tinham a sua saúde mental afectada, segundo a Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires.  Na cidade de Buenos Aires, as crianças só puderam sair de casa depois de 100 dias de confinamento.  No começo, apenas no final de semana, no sábado ou no domingo com um dos pais, por apenas uma hora e num raio de 100 metros ao redor do domicílio.  Depois, foi permitido no sábado e no domingo, por uma hora, com os dois.

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