Cultura

Semba de Paulo Flores lota Coliseu dos Recreios

O músico Paulo Flores lotou, na sexta-feira passada, o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no espectáculo de apresentação dos temas do seu novo disco, “Independência”.

24/05/2021  Última atualização 07H00
Músico realizou um concerto de apresentação dos temas do novo CD que teve a participação de vários convidados especiais © Fotografia por: Contreiras Pipa | Edições Novembro
O show, que começou por volta das 20h10 minutos, foi aberto com o tema "Heróis da Foto”, como forma de saudação a inúmera legião de fãs presentes no espectáculo. Mesmo com as medidas de segurança impostas pela organização, Paulo Flores conseguiu ter uma plateia cheia, para quem cantou temas como "Bem-vindo” e "Semba Original”, numa homenagem a Carlos Burity e a Waldemar Bastos, assim como a nova versão de "Si Bu Sta Dianti na Luta”, de José Carlos Schwarz, em parceria com Manecas Costa.

Com o público totalmente entrosado, o palco recebeu o primeiro estrangeiro, o cabo-verdiano Tito Paris, que interpretou a música "Sodade”, com o anfitrião. Embora o espectáculo fosse de apresentação do novo CD, Paulo Flores interpretou êxitos como "Reencontro”, "Inocente”, "Makalakato”, "Coração Farrapo” e "Coisas da terra”, que marcaram e ainda continuam as gerações de angolanos.

Numa simbiose entre o novo e o antigo, Paulo chamou ao palco Pródigo, com quem interpretou "Independência”, tema que dá título ao novo disco. Em pouco mais de duas horas, o concerto encerrou com a presença de Yuri da Cunha em palco, que cantou "Njila ia Dikanga”.


"Independência”
O novo disco de Paulo Flores foi colocado ao dispor dos fãs a 30 de Abril. Com 10 músicas, cujas mensagens carregam alguma saudade, Paulo Flores disse que inclui no CD visões para o futuro, em temas que exaltam a liberdade e a fraternidade, sempre com um balanço puramente angolano.
As mensagens das letras, revelou, são também um tributo e uma história de amor aos heróis anónimos, que já nem podem falar. Como sempre, o músico apostou em vários estilos musicais, desde o semba, massemba, bolero, às músicas contemporâneas, e contou com a participação dos músicos Yuri da Cunha, Prodígio, Kiari, Joãozinho Morgado, Ivo Costa, Manecas Costa (da Guiné Bissau), Mayo e Boto Trindade para compor o álbum.


O músico
Paulo Flores é um dos nomes de referência da música popular de Angola, tido como "embaixador” do semba no mundo. Respeitado por várias gerações de músicos angolanos, graças aos vários êxitos que coleccionou ao longo de mais de 30 anos de carreira, lançou o primeiro álbum em 1988. As canções do músico falam sobre diversos temas do quotidiano dos angolanos.

Autor, compositor e intérprete, com 16 álbuns no mercado, Paulo Flores é das principais referências da música de Angola e defensor incansável do estilo semba. Inspirado na tradição urbana de Luanda, conta nas músicas histórias de ontem, de hoje e de amanhã.
Na maioria das composições, Paulo Flores explora o olhar crítico da geração que cresceu depois da independência. O artista encontra as palavras certas para falar da capacidade de resistência dos angolanos.

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