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Serafina Chilombo : Azar no amor, sorte na kixikila

Serafina Chilombo “Fina”, de sorriso fechado, não esconde as decepções que teve na vida. No tempo em que zungava vendia frutas. Não teve tempo para frequentar a escola. Separou-se do marido que a espancava por ciúmes e hoje mora no bairro da Estalagem, em Viana. Na segunda relação também não teve sorte. Desistiu do amor

13/02/2021  Última atualização 20H42
© Fotografia por: Contreiras Pipa | Edições Novembro
Fina começou a zungar em 2005 e desistiu quatro anos depois, por causa dos constrangimentos "e dos prejuízos provocados pelos fiscais”. Para não ficar sem nada fazer ela e a irmã ajudavam os pais na lavra, na localidade da Quiminha, em Luanda. No ano de 2013, com ajuda da irmã mais nova, decide comercializar fuba de milho no mercado do Trinta. Fina explica que somente a venda da fuba não chegava para cobrir as despesas da casa, por isso entrou num grupo de kixikila entre as vendedoras.

Com o dinheiro da kixikila, garante Delfina, conseguiu comprar um terreno mesmo junto ao mercado do Trinta, onde está a erguer a sua residência. Como era kixikila diária, quando fosse a sua vez de receber Fina chegava a encaixar 150 mil kwanzas. A vendedora disse que, com o tempo, passou a adquirir a fuba na sua terra natal, a província do Cuanza-Norte.
"Decidi ir buscar a fuba na minha terra para comercializar em Luanda. Ficava por lá dois meses e enviava a fuba para a minha irmã vender no mercado”, explica.

Mas o azar bateu à porta das manas quando a mais nova foi, há um ano, surpreendida por ladrões, que roubaram o dinheiro todo do negócio. Como resultado elas ficaram novamente no desemprego. Até aos dias de hoje.
Pelo que, já se vê, o milhão de kwanzas resultante do projecto "Zunga pão rima com asfalto” vai fazer muito jeito na vida das manas Chilombo.  

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