Economia

Siderúrgica aborta compra de equipamento ferroviário

A Fabrimetal, uma empresa siderúrgica angolana de capital canadiano que se dedica à fundição de ferro, abortou uma tentativa de venda de 100 toneladas de travessas de carris de linha férrea, numa operação que levou à detenção dos três fornecedores e que acredita poder desencorajar a vandalização do património público.

06/02/2021  Última atualização 19H05
Vista do material que, denunciado, deu lugar à detenção de três supostos malfeitores © Fotografia por: DR
A companhia anunciou, este sábado, em nota enviada à nossa Redacção, ter denunciado à Polícia Nacional e aos Caminhos-de-Ferro de Luanda (CFL) os três confessos autores de furto das travessas, ao perceber estar diante de uma tentativa de venda de material de carácter público.

Segundo o chefe de operações da empresa, José Fernandes, uma viatura pesada de caixa aberta apresentou-se à unidade fabril com a carga coberta por uma lona, o que chamou a atenção da inspecção. "Ordenada a retirada da lona, duas travessas de carris ferroviários caíram e, de imediato,  demos o alerta para verificação da origem e legalidade da carga”, afirma José Fernandes ao recordar os eventos que levaram à desarticulação da trapaça e à detenção dos três supostos malfeitores. 

Ainda de acordo à fonte, abordados os responsáveis pela carga para a apresentação dos documentos, afim de serem avaliados, a equipa apercebeu-se que eram falsos, além de que não apresentavam o contrato de fornecimento com a Fabrimetal (a companhia não possui fornecedores individuais) e estavam a tentar vender a carga a intermediários que, da mesma forma, estão sujeitos a inspecção.

"Como só há um contrato válido com uma empresa e o CFL para o efeito, foi fácil perceber que havia irregularidade”, lembrou o chefe de Operações, adiantando que, alertado, o CFL fez-se representar no local "a bom nível”, com a Polícia Nacional a tomar conta da ocorrência e apreender os materiais de carácter público furtados, como, aliás, confirmou um administrador da companhia ferroviária que esteve no local.

Num contacto depois estabelecido com o Jornal de Angola, a companhia siderúrgica lamentou o sucedido, considerando a destruição do património público um "crime e deve ser tratado como tal” e que não deve ser relacionado com a indústria de reciclagem de materiais ferrosos, "que contribui sobremaneira para a economia do país”.

A Fabrimetal declarou reger as operações por  um manual de procedimentos que regula a aquisição de matéria-prima, algo em que afirma existir um elevado rigor, pois, também contribui para o nível de qualidade do produto, sendo exigida identificação de origem a todos os materiais adquiridos.

De tal forma que a siderúrgica inviabiliza uma média de três negócios por mês, rejeitando, "à partida”, todas as ofertas relacionadas com material eléctrico, dos caminhos-de-ferro e sucatas de navio, declarou um representante da companhia ao responder as questões colocadas por este jornal.

A Fabrimetal está implantada no Pólo Industrial de Viana, reclamando ser líder da produção de aço no mercado angolano há mais de 10 anos e integrando um grupo empresarial com unidades fabris na República Democrática do Congo, Rwanda, Ghana, Burkina Faso, Mali e Senegal.

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