Política

Situação política na RCA é discutida em Luanda

César Esteves

Jornalista

Os Chefes de Estado ou representantes de Angola, República Centro-Africana (RCA), Congo, Rwanda, Chade e Sudão participam, hoje, em Luanda, numa mini-cimeira para debater questões de segurança relacionadas com a RCA, refere uma nota da Secretaria para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República.

29/01/2021  Última atualização 14H55
© Fotografia por: Kindala Manuel | Edições Novembro
De acordo com o documento, a mini-cimeira é uma iniciativa do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).O Presidente da República teve, ontem, na Cidade Alta, um encontro com o homólogo do Congo, Denis Sassou Nguesso, com quem abordou questões de interesse bilateral e da região.O Chefe de Estado congolês chegou a Luanda ao final da tarde de ontem para participar, hoje, na mini-cimeira da CIRGL, que vai abordar a situação política e de segurança na RCA.

Os dois Presidentes estão à frente de duas organizações regionais. João Lourenço é o presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, enquanto Sassou Nguesso preside à Comunidade Económica dos países da África Central (CEEAC).A RCA está a atravessar um mau momento político, agravado, sobretudo, depois do anúncio dos resultados das eleições presidenciais e legislativas de 27 de Dezembro do ano passado, que reconduziram Faustin Touadéra ao poder.

Dez dos candidatos que participaram na corrida presidencial rejeitaram os resultados e pediam o cancelamento e a retoma total do processo das eleições.Os candidatos da oposição falavam em "numerosas irregularidades que, no seu entender, marcaram as eleições. Citavam, por exemplo, a possibilidade que foi concedida aos eleitores para votarem em lugares distantes dos círculos onde estavam registados.

Outro exemplo apontado prende-se com o facto de terem sido inscritos 1.858.436 de eleitores e de "apenas terem votado 695.019, correspondendo a uma taxa de participação de 37 por cento e não dos 76,31 por cento anunciados pela Autoridade Nacional Eleitoral (ANE)”.O Tribunal Constitucional da RCA validou a reeleição, na primeira volta, do Presidente Faustin Archange Touadéra, com 53,16 por cento dos votos, rejeitando, deste modo, os recursos dos opositores que alegavam "fraude eleitoral generalizada”.
Elogios da UA e ONU

A União Africana (UA), União Europeia (UE), Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), que investiram milhões de dólares na organização do acto eleitoral, elogiaram, através de uma declaração conjunta, a determinação dos centro-africanos em exercer o direito de voto, apesar dos muitos obstáculos. A 19 de Dezembro, uma coligação dos principais grupos armados prometeu "tomar o controlo de todo o país”. No entender de Touadéra, a intenção visava um golpe de Estado, sob as ordens de François Bozizé, derrubado em 2013, cuja candidatura às eleições foi anulada pelo Tribunal Constitucional.Em 2013, a RCA mergulhou no caos e na violência, após o derrube do então Presidente François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as casas.Os rebeldes que lideram uma ofensiva contra o Governo de Faustin Archange Touaderá realizaram, este mês, dois ataques simultâneos próximo da capital Bangui.Na primeira quinzena deste mês, o Presidente da RCA, Faustin-Archange Touadéra, endereçou uma carta ao homólogo angolano. Foi portador da mensagem a ministra da Defesa e da Reconstrução do Exército, Marie Noelle Koyara.

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