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Somália acusa Quénia de apoiar “rebeldes”

O Ministério da Informação da Somália acusou, ontem, directamente o Quénia de apoiar "rebeldes" no ataque às forças federais.

03/02/2021  Última atualização 08H00
Ataques às forças governamentais são frequentes na Somália © Fotografia por: DR
Segundo o relatório daquele organismo governamental, tropas quenianas acompanhadas por combatentes somalis treinados naquele país entraram na cidade de Bulohawo, no território de Jubaland, para atacar bases federais somalis. Nairobi nega qualquer envolvimento. Jubaland, uma região semi-autónoma no Sul da Somália e na fronteira com o Quénia, é objecto de tensões regulares entre os dois países.

A Somália cortou relações diplomáticas com o Quénia, em Dezembro, acusando Nairobi de interferência nos seus assuntos internos.  A União Africana emitiu, entretanto, um comunicado a apelar aos governos da Somália e do Quénia para evitarem o agravar da situação e sublinhou a necessidade de um entendimento no sentido de apaziguar o actual desentendimento.

As acusações surgem no seguimento de conflitos intensos numa cidade somali perto da fronteira com o Quénia causaram, no fim-de-semana, a morte de, pelo menos, nove pessoas, de acordo com fontes somalis citadas pela Efe.
Ainda no fim- de- semana, dezenas de pessoas saíram às ruas de Mogadíscio, capital da Somália, em protesto contra o assassinato do comissário do distrito de Hodan, Abdihakim Dhagajuun, um dos mais populosos da cidade.

Os manifestantes montaram barricadas ao longo de várias rotas, obrigando as forças de segurança a usar balas reais para os dispersar.
Dhagajuun foi morto num tiroteio perto de um posto de controlo de segurança em Mogadíscio, poucos dias depois de  ter regressado de uma viagem médica à Turquia onde recebeu tratamento médico devido aos ferimentos causados pela explosão de uma bomba, há um mês, em Mogadíscio.

Mas a insegurança continua a imperar na capital do país. Na segunda-feira, duas explosões e vários tiros ocorreram no Hotel Afrik, depois de um homem se ter feito explodir na entrada da unidade hoteleira tendo provocado cinco mortes e doze feridos, de acordo com a agência, que cita uma testemunha.

A testemunha explicou que o ataque terá supostamente envolvido três homens, os quais ficaram sentados todo o dia em frente à porta do hotel, o que levou a que os seguranças desta unidade hoteleira os controlassem até que desapareceram do local. Na sequência do ataque, efectivos da Polícia e da Agência dos Serviços de Inteligência Somali (NISA), envolveram-se numa troca de tiros com atacantes.

Apesar de nenhum grupo ter ainda reivindicado o ataque, a capital da Somália é alvo frequente de ataques do al-Shabab, uma organização ligada à al-Qaeda, desde 2012, e que controla as áreas rurais do Centro e Sul do país.
 Neste país, o al-Shabad quer estabelecer um Estado islâmico do reino Wahhabi.

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