Opinião

Somos a mesma tribo

Matias Adriano

Jornalista

Cumpre-se hoje o Dia de reflexão no processo eleitoral da Associação de Imprensa Desportiva de Angola- AIDA.

02/04/2021  Última atualização 11H25
Os candidatos, submetidos, nos últimos dias a uma estafante maratona, na desenfreada caça ao voto, engenharia que passa, necessariamente, pela apresentação de um programa de acção convincente, cuidam das reservas energéticas para a peleja decisiva. Traduzida a narrativa em miúdos, é o cronómetro em contagem regressiva, para a definição de quem é quem.

Alegra-nos saber que estamos diante de um processo, comparativamente, longe dos que temos assistido em determinadas instituições desportivas, em que a verdade e a lisura são esfaqueadas até ao sangramento, ante a ganância dos contendores, na maior dos casos indiferentes à marcha na contra mão, ou às ultrapassagens à direita.

Aliás, a classe tinha e tem a obrigação de mostrar o seu senso democrático. Afinal, no quadro das suas obrigações profissionais, não poucas vezes, levantou-se contra processos fraudulentos. Logo, não seria ela a palmilhar caminhos ínvios, com os candidatos a enveredar pelo jogo rasteiro na tentativa gananciosa de tomar a dianteira sobre o concorrente. 

Civismo e decoro têm vindo a marcar o processo, desde a primeira hora, primando pelo princípio de equilíbrio em todos os actos em que os candidatos se viram envolvidos. Apesar de uma nuance ou outra, ou ainda das escaramuças verbas que entre apoiantes de um é de outro cabeça-de-lista,no grupo da Associação no WhatsApp, não se pode questionar a sua  lisura. 

De resto, o que no essencial se pretende, é a organização da classe, depois de um período de alguma hibernação, por razões que não encontram aqui explicação. E esta organização, temos certeza, pode ser possível, tanto com a vitória da lista A quanto da lista B. A disputa não pode nem deve ser entendida como reflexo da maturidade de um é imaturidade de outro. Longe disto. 

Dir-se-á, em bom rigor, que, o que este processo infunde não é mais senão lição de maturidade democrática da classe. Depois de em 1997, no acto de constituição, ter havido apenas uma lista, avançar, 24 anos volvidos, com apenas uma lista seria passar a ideia de um retrocesso democrático no seio de uma classe que pode ser vista como berço da democracia, embora as listas de consenso existam e não devem ser reprovadas.

Depois de uma fase de revitalização, muito bem sucedida, cujos intérpretes devem ser aplaudidos de pé, chegamos à hora de legitimar uma direcção, capaz de emprestar à AIDA novo sopro de vitalidade, não importando se a vitória sorria a favor de A ou de B. Porque olhando pela composição das listas, representadas por todos os órgãos, a conclusão a que o bom sendo nos compele é que somos todos membros da mesma tribo.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Opinião