Economia

Sonangol deixa a Trafigura e adquire postos da Pumangol

A Sonangol anunciou, ontem, ter alienado à Trafigura a participação de 31,78 por cento na Puma Energy, avaliada em 600 milhões de dólares, adquirindo activos desta última companhia, entre os quais se conta a rede de retalho da Pumangol, constituída por 79 postos de abastecimento de combustíveis.

17/04/2021  Última atualização 06H55
Participação na Puma Energy foi alienada e, em troca, a empresa pública. © Fotografia por: DR
A operação não envolveu dinheiro, disse uma fonte da petrolífera estatal depois de ouvida para comentar o comunicado em que é anunciada a transacção, com a qual a Sonangol também adquire terminais aeroportuários de combustíveis em Luanda, Camabatela, Cunene e Lubango, e de armazenagem no Porto Pesqueiro, na Baía de Luanda, além da empresa Angobetumes.
De acordo com o documento, estas transacções representam o culminar dos esforços da petrolífera nacional visando resguardar-se da participação na recapitalização da Puma Energy.

"Os acordos assinados estão alinhados ao objectivo estratégico inserido no Programa de Privatizações, com resultados evidentes na optimização do portfólio de activos da Sonangol, elemento-chave para o propósito de se focar no seu negócio principal”, esclarece a petrolífera estatal.

O comunicado esclarece, por outro lado, que a conclusão do processo de venda das acções da Sonangol na Puma Energy à Trafigura e a subsequente compra da Pumangol terá a duração de seis a oito meses. Adicionalmente, as partes acordaram um período de transição de um ano para a substituição da logomarca da Pumangol.


Visões diferentes
O economista  José Sardinha recorreu a figuras de estilo para defender o seu ponto de vista, pois entende "estar-se a trocar um Land Cruiser por um Range Rover usado”.
José Sardinha diz que a petrolífera estatal não precisa dos postos de abastecimento de combustível da rede Pumangol, pois isso eleva o número de trabalhadores e acresce os problemas de gestão.

Mas reconhece que os terminais de armazenagem são, sim, um ganho efectivo, algo com o que concorda o operador de sondas petrolíferas Manuel Ernesto, para quem tratou-se de "uma operação cirúrgica e bastante estratégica”.

Para o técnico da Indústria, o controlo dos terminais de armazenagem, que eram usados pela Sonangol a título de arrendamento ou concessão, vai garantir maior autonomia e aumento das reservas. Dessa opção, prevê, poderá resultar um maior e melhor controlo da oferta de combustíveis ao país e menos escassez em ocasiões cruciais.     

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