Desporto

Sporting, campeão forjado numa época muito atípica

Anaximandro Magalhães

Jornalista

Num ano marcado novamente pelas restrições impostas pelo combate à pandemia da Covid-19, deixando o público fora do espectáculo, o Sporting Clube de Portugal impôs-se à concorrência e sagrou-se, 19 anos depois, campeão de futebol, numa época atípica.

13/05/2021  Última atualização 10H35
© Fotografia por: DR
Alvo de suspeitas no início, por conta da perda de fulgor e de consistência em momentos decisivos, o que encontra fundamentação em anos anteriores, os Leões de Alvalade rugiram. Muito cedo os "Verde e Branco” começaram a forjar a conquista, dando mostras de robustez competitiva. À cabeça do grupo, o treinador Rúben Amorim, 36 anos, começou por ser contestado, após contratação ao Sporting de Braga, por 10 milhões de euros.

As suspeições em torno do treinador adensaram-se pela falta de currículo e por nunca ter conquistado um título. Ainda assim, foi merecedor da confiança do presidente do clube, Frederico Varandas, e pares directivos, que lhe permitiram chegar ao co-mando de um dos colossos do futebol português.  
O menos gastador, entre os "grandes”, no mercado de transferências, onde os rivais Benfica e Futebol Clube do Porto investiram 98,5 milhões e 23 milhões de euros, respectivamente, o Sporting, com uma aposta de 17,5 milhões de euros, conseguiu chegar ao 19º título, numa lista de campeões liderada pelos encarnados, 37, seguidos pelos portistas, 29. 

João Mário, chegado por empréstimo do Inter de Milão, foi a entrada mais sonante. A mais avultada foi a de Pedro Gonçalves (6,5 milhões de euros) proveniente do Famalicão, seguindo-se Bruno Tabata (Portimonense), cinco milhões, por 50% do passe.  
Seguiram-se o defesa marroquino Feddal e o médio Nuno Santos, ambos por três milhões, além do guarda-redes espanhol Adán e o lateral Antunes, a custo zero. A estes juntaram-se o defesa lateral-direito Pedro Porro, por empréstimo do Manchester City, da Inglaterra.

À passagem da sexta jornada, Amorim e pupilos levavam vantagem de três pontos sobre os eternos rivais. Daí em diante, foi sempre a liderar, sem dar tréguas aos opositores.   
Entendidos no assunto, justificavam o feito dos Leões apontando demérito de Águias e Dragões e o contexto vivido pela pandemia. A ausência de público foi evocada vezes sem conta, para explicar resultados e exibições menos conseguidas dos rivais.   
Mas o tempo encarregou-se de comprovar que se trata de mérito do Sporting. E existe sustentação para a teoria: disputadas 32 jornadas, quando restam duas por jogar, continua a ser a única equipa invicta nos distintos campeonatos europeus.   
 
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Pedro Gonçalves, 18 golos, Nuno Santos (6), Jovane Cabral (5), Coates (5), Pedro Porro (3), Sporar (3), Tiago Tomás (3), João Mário (2), Paulinho (2), Feddal (2), Gonçalo Inácio (1), Nuno Mendes (1), Palhinha (1) e Vietto (1), são os jogadores responsáveis pelos 57 golos marcados pelos Leões.  
 
Treinadores campeões

Fundado a 1 de Julho de 1906, o Sporting viu entrar para a galeria de treinadores campeões os nomes de Randolph Galloway (3 campeonatos conquistados), Joseph Szabo (3), Cândido de Oliveira (2), Otto Glória (2), Robert Kelly (1), Enrique Fernández (1), Júlio Cernadas Pereira "Juca" (1), Fernando Vaz (1), Mário Lino (1), Fernando Mendes (1), Malcolm Allison (1), Giuseppe Materazzi (1), Augusto Inácio (1), Laszlo Boloni (1) e Rúben Amorim (1).
 
Festejos em Luanda

Terça-feira passada, pós o apito final do jogo frente ao Boavista, vitória por 1-0, os festejos dos adeptos angolanos afeiçoados ao Sporting não se fizeram esperar. Foram visíveis nas redes sociais, onde foram exibidas tarjas de campeão de 2002, por adeptos dentro de camisolas que identificam a agremiação.  

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