Coronavírus

Tratado contra pandemias pode ser assinado em Maio

O tratado internacional sobre pandemias, proposto pela União Europeia e subscrito por 25 Chefes de Estado e de Governo, pode ser assinado já em Maio, anunciou ontem o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

31/03/2021  Última atualização 09H59
© Fotografia por: DR
"Os 194 Estados-membros da OMS vão agora iniciar negociações e esperamos ter uma resolução em Maio, quando for realizada a assembleia-geral da Saúde", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa para apresentação do tratado, cujo objectivo é preparar o planeta para futuras pandemias.

Embora o conteúdo do acordo dependa destas negociações, Tedros expressou interesse em incluir pelo menos três pontos-chave: partilha de medidas de prevenção e emergência, informações sobre patógenos (vírus e outras causas de doenças) e ferramentas para combater epidemias, incluindo medicamentos, vacinas e testes.

"O mundo não pode esperar que a actual pandemia termine para se preparar para enfrentar a próxima", sublinhou o responsável da OMS, referindo que a crise sanitária "expôs falhas nos sistemas de preparação para epidemias nacionais, regionais e globais".
Tedros considerou ainda que a pandemia "mostrou a necessidade de um compromisso universal", um tratado que "crie uma estrutura de cooperação e solidariedade internacional".

O futuro tratado, disse, pode basear-se em princípios já presentes na constituição da OMS, incluindo os que defendem "saúde para todos" e rejeitam a discriminação.
Entre os Chefes de Estado e de Governo que assinaram a petição para criação de um tratado internacional contra as pandemias estão o Primeiro-ministro português, António Costa, o Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, os Presidentes do Chile (Sebastián Piñera) e da Costa Rica (Carlos Alvarado Quesada) e a Chanceler alemã, Angela Merkel.

Também os Presidentes de França (Emmanuel Macron), Indonésia (Joko Widodo), África do Sul (Cyril Ramaphosa) e Coreia do Sul (Moon Jae-in), e o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, estão entre os subscritores da petição.
Tedros minimizou a ausência neste apelo de líderes de países como os Estados Unidos, Rússia ou a China, indicando que, por enquanto, o documento é apenas uma carta de intenções e que todos os Estados-membros da OMS participarão nas futuras negociações.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também participou na conferência de imprensa de ontem, evocando a ideia, apresentada no ano passado pela UE, de um tratado contra as pandemias e sublinhando que o documento "pode melhorar a prevenção e a resposta a futuras pandemias".

"A Covid-19 expôs as fraquezas e divisões das nossas sociedades e está na altura de nos unirmos como uma comunidade global para construir uma defesa para as gerações futuras", concluiu.
Os dois responsáveis explicaram que o tratado funcionará como um "legado" porque "a próxima pandemia não é uma questão de 'se', mas de 'quando'".

"É nossa responsabilidade como líderes assegurar que a preparação para a pandemia e os sistemas de saúde estão prontos para o século XXI. Deixemos um legado do qual todos possamos orgulhar-nos", disse.

Charles Michel avançou originalmente em Novembro de 2020 com a ideia de um Tratado Internacional sobre Pandemias, apoiada, já este ano, pelo G7 bem como pelos 27 Estados-membros da UE, num Conselho Europeu no final de Fevereiro.

  PANDEMIA
Timor-Leste vive o pior momento

Timor-Leste registou até ontem um total de 50 novos casos de infecções com o novo coronavírus, o segundo maior número diário de sempre, de acordo com os  dados oficiais divulgados pelo Centro Integra.  
O país reportou ainda 11 pacientes recuperados, para um total de 382 casos activos em Timor-Leste.  
Desde 7 de Março registaram-se em Díli 415 casos de infecção, a maioria assintomáticos.
O comunicado de ontem, ao contrário dos anteriores, não revela os locais onde os casos se registaram nem o número de focos activos na cidade.

Timor-Leste vive, actualmente, o pior momento desde o início da pandemia, com 567 casos acumulados e três cercas sanitárias com confinamento obrigatório em três municípios, incluindo Díli.
O governo pediu ao Presidente da República para renovar durante mais 30 dias o estado de emergência, a partir de 2 de Abril, com o pedido a ser debatido hoje no Parlamento Nacional.

A pandemia da Covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pe-la agência francesa, AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


  EM 24 HORAS
São Tomé  regista seis casos positivos

São Tomé  e Príncipe registou nas últimas 24 horas seis novos casos de infecção -  quatro dos quais na Região Autónoma do Príncipe - e 18 pacientes recuperados, anunciou ontem a porta-voz do Ministério da Saúde.
De acordo com Isabel dos Santos, com estes dados, o número de infecções pelo coronavírus SARS-CoV-2 subiu para  2.221 e o total de recuperados é de 2.082.

Segundo a representante do Ministério da Saúde, a ilha do Príncipe, que há cerca de um mês tinha um registo de apenas três pessoas em isolamento domiciliar, passou a ter 15 pessoas infectadas.
Em São Tomé, estão três doentes internados no hospital de campanha e 87 em isolamento domiciliar.
Ao todo há 105 infectados sob vigilância.  O número de óbitos mantém-se em 34.


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