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Travada exportação ilícita de cabos eléctricos roubados

Cerca de onze toneladas de cabos eléctricos e lingotes de cobre, roubadas em várias partes do país, que estavam escondidas em cinco contentores de 40 pés, foram apreendidas, ontem, no Porto de Luanda, quando os seus proprietários preparavam-se para exportá-las para os Emirados Árabes Unidos.

12/02/2021  Última atualização 08H45
Cabos eléctricos e lingotes de cobre, roubadas © Fotografia por: DR
O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço de Investigação Criminal (SIC-Geral), Manuel Halaiwa, disse que a operação feita em coordenação com outras forças de segurança e serviços aduaneiros e portuários permitiu apurar que os materiais ferrosos estavam arrumados de forma dissimulada com lixo metálico.

O também superintendente de Investigação Criminal, que falava à imprensa para apresentar o resultado da operação, acrescentou que da investigação feita determinou que existe uma associação criminosa encabeçada por um cidadão indiano, outro da República Democrática do Congo (RDC), em conluio com alguns angolanos.

Segundo o SIC, estão envolvidos nessa rede de malfeitores despachantes oficiais, funcionários da Administração Geral Tributária (AGT), do Ministério do Comércio e Indústria, bem como da Polícia Fiscal que, de forma concertada, emitiam pareceres favoráveis à saída das mercadorias, dando fé aparente de procedimentos lícitos.  Manuel Halaiwa explicou que o esquema funcionava com a cobertura de empresas possuidoras de licenças de exportação de resíduos ferrosos.

Este não é o primeiro caso detectado no perímetro do Porto de Luanda, sendo que, em Março de 2020, a Polícia Fiscal havia feito a apreensão de 10 contentores de 20 pés com cabos eléctricos descarnados, barras de cobre e de alumínio, que resultou na prisão de dois funcionários da empresa GWALA, LDA e um agente da Polícia Fiscal.

Manuel Halaiwa afirmou que estas acções visam o contrabando de cabos eléctricos e peças de cobre, através de cenas de vandalismo contra bens públicos, protagonizadas por indivíduos desconhecidos, muitos dos quais incentivados por cidadãos estrangeiros, em todo o país, com maior incidência na província de Luanda.
Avenida Fidel de Castro privada de 32 PT

Um total de 32 Postos de Transformação (PT) foi roubado, nos últimos tempos, por indivíduos desconhecidos, na Avenida Fidel de Castro, via que liga Benfica e Cacuaco, informou, ontem, o director de Exploração e Manutenção da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE).

Enoch Costa, que falava no Porto de Luanda, após à apreensão dos contentores com materiais ferrosos, com destino aos Emirados Árabes Unidos, disse que os prejuízos causados à empresa, através de actos de vandalismo ocorridos só na Avenida Fidel de Castro, estão avaliados em 180 milhões de dólares, "sendo enormes e incalculáveis o somatório dos danos em todo o país”.

O director de Exploração e Manutenção da ENDE  explicou que, após à destruição dos Postos de Transformação (PT) em que são extraídos barras de cobre, os mesmos são fundidos em cabos pequenos para facilitar o transporte e não ser identificado como material eléctrico."Nós conseguimos identificar que existe aqui, nestes contentores, muitos materiais eléctricos, como terminais de PT e cabos roubados  na rede pública de iluminação”, disse o director de Exploração e Manutenção da ENDE.

O responsável defende que a punição para quem danifica bens públicos seja pesada, para desincentivar tais práticas que lesam a população e o Estado, pelo forte investimento que faz todos anos para repor os mesmos materiais.  

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