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Trump mantém crença em permanecer no poder

O Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém a crença em permanecer no poder, com a realização, hoje, da sessão conjunta para oficializar a vitória Biden no Congresso, último passo da certificação do acto eleitoral, que abre caminho à tomada de posse do Chefe de Estado eleito, no próximo dia 20 deste mês.

06/01/2021  Última atualização 09H55
O processo eleitoral chegou ao fim, mas os republicanos continuam com o mesmo discurso © Fotografia por: DR
Apesar de a estratégia estar votada ao fracasso, Trump conseguiu o apoio de uma dúzia de senadores republicanos e de uma centena de membros da Câmara dos Representantes.O Presidente dos Estados Unidos prometeu, na segun-da-feira, uma "luta dos diabos" para se manter no cargo, pe-dindo ao Congresso que não ratifique a votação do Colégio Eleitoral, que confirmou a vitória de Joe Biden.

As declarações foram feitas durante um comício na Geórgia para apoiar os candidatos republicanos ao Senado nas eleições de ontem, que vão determinar quem controlará a Câmara Alta do Congresso. Durante o comício, Donald Trump dedicou a maior parte do discurso a queixar-se novamente do resultado das eleições presidenciais de 3 de Novembro, que insiste ter ganho "por muito". Horas antes, em Washington, tinha pressionado os legisladores republicanos a oporem-se formalmente à ratificação da vitória do democrata Joe Biden no Colégio Eleitoral, na sessão conjunta do Congresso, agendada para hoje.A sessão, a ser presidida pelo vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, po-derá arrastar-se pela noite adentro, apesar de ser esperado que o Congresso valide a votação do Colégio Eleitoral que deu a vitória a Joe Biden.

"Espero que o nosso grande vice-Presidente seja bem sucedido. Ele é um grande homem. Claro que, se não conseguir, não vou gostar tanto dele", disse Trump, na Geórgia. Os esforços para apoiar Trump no Congresso são liderados pelo senador Josh Hawley, do Missouri, e o lusodescendente Ted Cruz, do Texas, ambos potenciais candidatos à Presidência em 2024, competindo pelo apoio dos eleitores do Presidente cessante.No domingo, uma gravação obtida e divulgada pelo jornal "Washington Post" mostrou que Donald Trump pressionou a máxima autoridade eleitoral da Geórgia para manipular os resultados das eleições presidenciais.

Na gravação, Trump pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a máxima autoridade eleitoral do Estado, que "procure votos onde seja necessário para anular a vitória de Biden". O Presidente eleito Joe Biden, que também se deslocou à Geórgia para apoiar os candidatos democratas, acusou Trump de "passar mais tempo a la-mentar-se e a queixar-se" do que a trabalhar para combater a pandemia da Covid-19. "Não sei por que é que ele ainda quer este emprego, ele não quer trabalhar", acrescentou. O Presidente dos Estados Unidos é escolhido por sufrágio universal indirecto e o Colégio Eleitoral apoiou, a 14 de Dezembro, a vitória de Biden face a Trump.

A Câmara dos Representantes e o Senado vão reunir, hoje, para oficializarem os resultados, um procedimento que é, normalmente, uma mera formalidade.Dezenas de recursos de Trump contra os resultados das eleições foram indeferidos pelos tribunais norte-americanos nos últimos meses. Biden venceu e conquistou 306 votos do Colégio Eleitoral, ficando à frente de Trump, que obteve 232 votos.

  Disputa pelo controlo do Senado 

Os eleitores da Geórgia votaram, ontem, para os dois lugares no Senado dos EUA que vão decidir se o Presidente eleito, Joe Biden, terá que lidar com uma maioria da oposição no Senado.Na Geórgia, onde Biden foi o primeiro vencedor de-mocrata desde 1992, nenhum dos candidatos ao Senado obteve maioria suficiente e a lei eleitoral daque-le Estado exigiu, por isso, uma segunda volta, colocando em jogo a maioria que o Partido Republicano manteve na Câmara Alta do Congresso federal durante várias legislaturas.Na votação de Novembro, os republicanos garantiram 50 cadeiras no Senado e os democratas somaram  48 assentos, pelo que, se os dois candidatos democratas vencerem no Estado da Geórgia, haverá um em-pate de 50 lugares, colocando os desempates nas mãos da vice-Presidente eleita, Kamala Harris.

As disputas de ontem colocaram frente-a-frente o democrata Raphael Warnock, pastor de uma Igreja Baptista de Atlanta, e Kelly Loeffler, uma senadora republicana há já alguns anos no cargo.Na outra disputa, o democrata Jon Ossoff, ex-funcionário do congresso estadual e ex-jornalista, concorre a uma vaga no Senado federal contra David Purdue, empresário, cujo mandato na Câmara Alta cessou no domingo.Pelo menos, 7,6 milhões de eleitores foram registados, dos quais cerca de 4,8 milhões de cidadãos votaram em Novembro.

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