Política

UE vai priorizar o apoio à diversificação económica

A União Europeia (UE) dá prioridade à diversificação económica em Angola e pretende direccionar o próximo ciclo de financiamentos do Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) para apoiar uma economia mais verde e sustentável, afirmou Jeannette Seppen, embaixadora da UE no país.

17/02/2021  Última atualização 10H15
Jeannete Seppen afirmou que a parceria entre a União Europeia e Angola continua sólida © Fotografia por: Agostinho Narciso | Edições Novembro
Jeannette Seppen adiantou estar actualmente em curso a planificação dos fundos para os próximos seis a sete anos  e que até ao momento foi concedido, no quadro do FED, um apoio de mais de 130 milhões de euros. Em entrevista à Lusa, a em-baixadora da UE indicou que a programação financeira servirá para apoiar Angola no sector da "economia mais verde, mais sustentável, mais resiliente” e deverá começar a ser implementada ainda no primeiro semestre deste ano.
As parcerias com Angola emanam do chamado "Caminho Conjunto”, o quadro abrangente em que assentam as relações institucionais entre o bloco europeu e Luanda, que envolve aspectos políticos, económicos e sociais.O apoio da União Europeia à diversificação económica e, actualmente, a luta contra a pandemia da Covid-19, estão entre os temas cruciais, incluindo, por exemplo, programas orientados para a boa governação e a segurança humana, direccionados para a capacitação institucional ou para as famílias em vulnerabilidade alimentar como acontece actualmente na Região Sul, devido à seca.
"O trabalho que fazemos visa desde beneficiários mais directos a um quadro institucional, envolvendo ministérios para apoiar a integração de Angola no comércio internacional e regional”, destacou a embaixadora europeia, apontando a parceria económica com a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), cujo processo de adesão é apoiado pela UE, como um dos exemplos.
Neste âmbito, disse, estão a ser desenvolvidos programas de formação de quadros a nível ministerial em temáticas "abrangentes” para minimizar a dependência do sector petrolífero e desenvolver o sector agro-industrial.Jeannette Seppen afirmou que quaisquer reformas "levam muito tempo” a tornarem-se visíveis, mas "as coisas vão andando” e os programas da UE servem também para que avancem o mais rápido possível.
"Estamos num momento muito difícil para a atracção de investidores, mas estamos confiantes neste processo e vamos continuar a trabalhar para ajudar Angola a sair dessa situação de crise”, referiu.A embaixadora da UE acrescentou que uma das áreas prioritárias é o combate à pandemia da Covid-19, em que os responsáveis europeus "continuam a mostrar toda a solidariedade” que a doença evidenciou."No ano passado, a UE tinha já dado um apoio orçamental de 20 milhões de euros para apoiar os esforços de combate à pandemia e feito a doação de materiais de biossegurança e é, também, um parceiro importante na Covax, da qual Angola faz parte”, disse.
Jeannette Seppen acrescentou que o Governo angolano está, também, a negociar com o Banco Europeu de Investimento (BEI) um em-préstimo de 50 milhões de euros para a resposta à pandemia, que pode incluir a aquisição de vacinas, salientando que a parceria continua sólida, mantendo-se as reuniões de alto nível.Sobre o adiamento da transição de Angola de País Menos Avançado para um País de Rendimento Médio (PRM), decidido na semana passada na Organização das Nações Unidas (ONU), com aval europeu, a embaixadora assinalou que, perante a situação actual, a subida de categoria "não parecia ser a melhor solução para os próximos anos”.
Parceria sólida
A embaixadora da União Europeia defendeu que a parceria com Angola, que inclui o diálogo sobre direitos humanos, continua sólida, assumindo, no entanto, "preocupação” com os acontecimentos em Cafunfo.Jeannette Seppen, que chegou a Angola em Setembro passado, pediu, na semana passada, um encontro com o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, a propósito dos incidentes na província da Lunda-Norte.A 30 de Janeiro, cerca de 300 membros do protectorado Lunda-Cokwe tentaram invadir a esquadra policial de Cafunfo para colocar a bandeira do referido movimento. A reacção das forças de Defesa e Segurança resultou na morte de seis pessoas, segundo os dados oficiais apresentados à imprensa.

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