Opinião

Vacinações e dúvidas

Luciano Rocha

Jornalista

As vacinações contra a Covid-19 têm gerado receios e dúvidas, quanto à eficácia e efeitos secundários, o que não surpreende, pois constituem novidade, mas não espantaria se fossem reflexos de “guerras comerciais”.

29/03/2021  Última atualização 14H29
Os receios de eventuais consequências prejudiciais à saúde fizeram vários países interromper campanhas ou anunciar trocas de vacinas com outras origens e marcas, o que, a serem confirmadas as razões de medos e indecisões, é forma de impedir a progressão do problema, dando razão à máxima "antes tarde do que nunca”. Em contrapartida, se as conclusões de estudos imparciais forem em sentido contrário, os resultados são perdas de tempo, permitindo que o vírus que assola o mundo continue - até quando? - a caminhada assassina.

Este cenário de dúvidas e incertezas, mais as eventuais contendas comerciais entre fabricantes e países nos quais estão instalados - o negócio nem com a saúde se compadece -, não existia, pelo menos, com esta dimensão, se técnicas e tácticas de combate ao coronavírus tivessem sido estudadas antes dele se ter tornado dolorosamente popular. É que anteriormente a isso já era conhecido por homens e mulheres da ciência que, pelos vistos, lhe subvalorizaram artimanhas e a ferocidade que o caracterizam.  Porventura, reagiram como em relação a outras doenças mortais, como o paludismo - bem mais antigo, veterano nestas andanças de matar-, com apetência por terras tropicais. Se foi isso, desta vez saíram-lhes "as contas furadas”. O novo inimigo estendeu a guerra a todos os continentes e obrigou-os a reconhecerem-no.

Reacções aos efeitos nocivos causados por vacinações contra a Covid-19 também as há entre nós, com reproduções de casos ocorridos no estrangeiro, mas, igualmente, locais, com relatos  de eventuais vítimas citados na primeira pessoa.
A maioria dos casos relatados não revelam nada que não possa ocorrer com vacinações contra outras doenças, mas, por mil razões - faltar ao trabalho dois ou três dias sem motivos ou receios justificados pela gravidade da Covid-19 - ganham proporções fora do normal.

O nosso país tem carências de vária ordem - algumas a roçar a ignominia, quando não as cobre toda -  mas, de uma maneira geral, relativamente à prevenção e combate à actual pandemia, haja quem levante o dedo. Em algumas decisões fomos até pioneiros. Logo, se quem tem autoridade de decidir não suspendeu o programa de vacinação é porque não há razões fundamentadas.

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