Política

Vice-Presidente da República: "Temos de ser capazes de resistir à tentação de privilegiar o imediatismo"

Garrido Fragoso

O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, exortou, ontem, os angolanos a resistirem ao imediatismo e e pediu coragem para os objectivos e sonhos serem realizados.

05/04/2021  Última atualização 08H05
Vice-Presidente da República recomendou, por isso, fé, força e coragem aos angolanos © Fotografia por: Vigas da Purificação|Edições Novembro
"Uma das grandes lições a retirar do processo que conduziu o país à Paz, no dia 4 de Abril de 2002 é que não se consegue nada honroso e digno de valor, sem um mínimo de empenho, esforço e sacrifício”, afirmou Bornito de Sousa, quando discursava, em Ca-binda, no acto central do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, em representação do Presidente da República.

"Temos de ser capazes de resistir à tentação de privilegiar as coisas fáceis, o imediatismo e à lei do menor esforço”, disse.
O Vice-Presidente da República recomendou "fé, força e coragem” aos angolanos para poderem "atingir os seus objectivos e sonhos, dos mais simples aos mais complexos, individuais ou colectivos”.

Apelou à preservação da paz e unidade nacional, como forma de honrar a memória dos milhares de jovens que deram as suas vidas na defesa da paz, unidade e soberania do país. "Defender a Paz e a unidade nacional é a maior homenagem que podemos fazer aos milhares de jovens, que deram as vidas, sangue e suor por uma Angola una e indivisível, independente e soberana”, afirmou Bornito de Sousa, no acto decorrido no Pavilhão de Jogos Barão Puna.

O Vice-Presidente falou do processo político que culminou com a assinatura, em 2002, do Acordo de Paz, nas antigas instalações da Assembleia Nacional, na presença de representantes de vários sectores da sociedade angolana, países estrangeiros e organizações internacionais.
Mencionou, também, "a magnitude” do Presidente José Eduardo dos Santos, pela celebração do acordo, que "pôs fim às mais longas guerras fratricidas, de que o mundo tem memória”.

Destacou "os benefícios da paz e estabilidade para a melhoria da qualidade de vida das famílias, ensino, saúde, serviços públicos, distribuição justa dos rendimentos nacionais, bem como para manter a economia forte, dinâmica, desenvolvida e diversificada”.
"Temos plenas condições para continuar a crescer em paz, unidade e democracia”, afirmou Bornito de Sousa, considerando importantes os projectos públicos e privados em curso na província, com vista à elevação dos ín-dices de desenvolvimento humano e criação de empregos para jovens.

Para o Vice-Presidente da República, alguns desses projectos, nomeadamente o Terminal Marítimo de passageiros, rampa de atracagem de Ferry-boats, Porto de Águas Profundas de Caio e a Refinaria de Cabinda terão grande projecção nos países vizinhos e a região central de África.

Referiu-se à visita que efectuou, sábado, à centenária Igreja de São Tiago Maior da Missão Católica de Lândana, classificada como Património Cultural Nacional, salientando tratar-se de "um equipamento social que tem um importante papel para a comunidade cristã desta região, que transcende as questões da fé”.

Bornito de Sousa também recebeu explicações detalhadas sobre a evolução de outros projectos ligados aos Hospitais Geral e Provincial, Pólo Universitário, Estação de Tratamento de Água de Sassa-Zau, fontes de energia eléctrica, Aeroporto Internacional de Cabinda, Pólo Industrial do Fútila, Centralidade de Cabinda, rede de estradas, e de vários outros empreendimentos ligados ao sector agro-pecuário e das pescas.


Projectos em Cabinda

O Vice-Presidente da República foi informado que alguns projectos "estão em fase bastante avançada” e outros foram "condicionados pela significativa redução de disponibilidades financeiras por parte do Estado”.

"No fim das visitas, chamou-me atenção o empenho, a força de vontade, esperança e determinação no rosto dos jovens e empreendedores”, afirmou, garantindo ter ficado "também impressionado com as iniciativas ligadas ao relançamento da produção com perspectiva de industrialização” do palmar, cacau e café.
A execução, nalguns casos, dos projectos enumerados, alertou, pode estar atrasada, por razões pontuais.



  Paz promove desenvolvimento em Cabinda


O governador de Cabinda, Marcos Nhunga, afirmou, que a paz trouxe, para aquela província, benefícios incomensuráveis, por permitir a implementação de projectos de impacto socioeconómicos.

Os projectos, disse, estão a melhorar substancialmente a qualidade de vida das populações. O governante, que falava no acto central alusivo ao 4 de Abril, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, salientou que Cabinda "está no caminho do desenvolvimento, à luz do Plano de Desenvolvimento Nacional, com a construção e reabilitação de várias infra-estruturas sociais e económicas, quer no âmbito do Programa de Investimentos Públicos, quer no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios”.

Marcos Nhunga referiu, igualmente, os projectos em curso na província, no domínio agrícola e de apoios aos agricultores, como a disponibilização de imputes agrícolas e a mecanização de terras, que tem incentivado as comunidades à prática da agricultura.
A outra actividade de realce, disse, é o fomento da produção avícola, suinícola e de pequenos ruminantes.

Bernardo Capita
 

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