Cultura

Waldemar Bastos, presente!

Cantar Waldemar Bastos vai continuar a fazer todo o sentido, seja no Dia Internacional do Jazz seja por outras ocasiões.

09/05/2021  Última atualização 15H16
Reginaldo Silva e Waldemar Bastos © Fotografia por: DR
Este ano e apesar das cada vez mais insuportáveis limitações decorrentes do momento pandémico, tivemos em Luanda e de forma muito presencial as celebrações do 30 de Abril, Dia Internacional do Jazz, proclamado há 10 anos pela Unesco, numa iniciativa do músico norte-americano Herbie Hancock, que continua a estar no centro desta jornada global.

Foram celebrações marcadas por um programa verdadeiramente de luxo, com a vinda até a capital angolana de um conjunto de músicos angolanos e estrangeiros que durante três dias desfilaram no palco da Fortaleza toda a sua arte e talento interpretando os mais diferentes estilos de uma mesma e universal linguagem que todos entendemos, quer gostemos mais ou menos. Estamos a falar, naturalmente do discurso musical, sem o qual já ninguém sabe, nem imagina como seria o mundo dos nossos dias.

Na mensagem que dedicou a este dia, a directora-geral da Unesco Audrey Azoulay foi ao encontro do espírito abrangente e congregador que o Jazz tem promovido em todas as latitudes/longitudes, ao referir que se trata do "poder de universalidade de uma música que nunca deixou de derrubar barreiras, falando de liberdade a partir da escravatura e de diálogo a partir da separação, para unir além das origens, das fronteiras e das classes, na música e na criação”.

Uma palavra de apreço aqui muito especial para o Marcos Agostinho, o Muzango, filho de um amigo meu que já partiu há muitos anos, o músico e compositor José Agostinho. O Muzango, que tem uma grande vivência americana, está actualmente a liderar em Luanda o projecto empresarial Escolas Americanas de Angola. Pelo que me apercebi, sem descurar todos os outros participantes desta extraordinária empreitada cultural, foi graças ao seu apoio e visão que em grande parte toda esta movimentação relacionada com o Dia Internacional do Jazz foi possível realizar em Luanda.

Falo particularmente da homenagem feita a Waldemar Bastos, com a reunião de um conjunto de músicos que trabalharam com ele em vida para uma vibrante actuação de dois dias que não deixou ninguém indiferente e a mim me sensibilizou particularmente, tendo em conta os fortes laços de amizade e cumplicidade que me uniram ao falecido músico em vida.
Não vou entrar aqui no pormenor mais musical deste concerto que recordou, com todas as letras e vozes, o contributo de Waldemar Bastos para a música popular angolana, onde se destacou como  um dos seus mais inspirados compositores e intérpretes, seja dentro como fora do país.

Vou apenas desejar que este "Projecto WB in Memoriam” que nasceu agora em Luanda, menos de um ano depois dele ter partido definitivamente, compareça novamente aqui mas não só, pois a universalidade da sua música recomenda que o mesmo faça outras visitas além das nossas fronteiras. Cantar Waldemar Bastos vai continuar a fazer todo o sentido seja no Dia Internacional do Jazz, seja por outras ocasiões.
Reginaldo Silva

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