O continente africano tem sido palco de inúmeras transformações políticas. Entre estas, destaca-se a “Era dos Presidentes fardados em África”, marcada por uma série de golpes de Estado que resultam na ascensão de líderes militares ao poder.
A primeira nação negra independente, o Haiti, é hoje uma amálgama de ingovernabilidade e criminalidade urbana sem precedentes, uma realidade que lembra não apenas os efeitos da miserável colonização francesa, os anos que as sucessivas administrações americanas faziam daquele país “quintal dos Estados Unidos”, as décadas de ditaduras vividas, mas também alguma falta de solidariedade da parte da União Africana.
Nos tempos que correm, na abordagem sobre a importância da liberdade de imprensa na construção da democracia, é incontornável que se fale e se discuta sobre o papel e o impacto das redes sociais na facilitação do acesso à informação por parte do público. Do mesmo modo que com o surgimento da imprensa, entendida em sentido lato, assistimos a uma maior difusão de ideias, de cultura e de conhecimentos, com o aparecimento das redes sociais a divulgação de factos e acontecimentos ganhou outra dimensão.
Essa outra dimensão é reflectida na velocidade de transmissão da mensagem, na instantaneidade com que ela ocorre, no número de usuários que pode alcançar, na grande capacidade de cobertura e de divulgação - que as redes sociais oferecem - de assuntos que normalmente escapam à media tradicional, quer porque não contemplados na agenda desses órgãos de comunicação social, quer porque, muitos deles, espontâneos, portanto, imprevistos.
As redes sociais deram a oportunidade de qualquer indivíduo reportar, de escrever estórias e partilhá-las, mesmo sem ter formação jornalística, sem ter o domínio apurado das técnicas do Jornalismo, o que deu origem, nos países anglófonos, à expressão "citizen journalism (jornalismo feito pelo cidadão)”. Diga-se de passagem, muito contestada, porque entende-se que Jornalismo só há um.
A verdade é que as redes sociais vieram impôr uma outra dinâmica na forma de tratamento da informação, representando tanto um desafio para a media tradicional como para as instituições públicas e privadas. Para fazer face ao desafio das redes sociais a media tradicional (jornais, televisões, rádios e revistas) viu-se obrigada a marcar presença também nas plataformas digitais e a optar pela actualização permanente da informação, além de apostar na diversificação da oferta de produtos informativos e formativos.
As instituições públicas e privadas foram, por sua vez, compelidas a apostar forte em pessoal com competências técnicas em termos de comunicação com o público, ao mesmo tempo que também investiram no on line, criando páginas nas plataformas digitais para publicitação dos seus serviços e interacção com o consumidor. O escrutínio da qualidade do serviço prestado passou a ser maior.
Apesar das críticas que por vezes são feitas, o papel que as redes sociais jogam no ecossistema de informação é de particular importância, havendo necessidade de se proceder à decantação do que é falso do verdadeiro; do que é material tóxico e nada acrescenta como valor informativo, como valor notícia, daquilo que realmente interessa e serve como base para discussão em prol do avanço, da evolução que o país precisa realmente de fazer.
As redes sociais são um campo de vícios e virtudes, são à imagem e semelhança do ser humano. Um campo de excelência para o exercício da liberdade de expressão, um direito muito caro à democracia, sem o qual de nada adianta falar em democracia. Mas é também pelo conteúdo dessa liberdade de expressão que aferimos a qualidade da nossa democracia.
Entre nós há exemplos maus e bons.
Os exemplos maus são a desinformação (as fake news), os ataques pessoais, os assassinatos de carácter, entre outras práticas que tendem para que haja e prevaleça um ambiente tóxico. Os exemplos bons são o contrário disso tudo. A discussão com elevação, com urbanidade; os questionamentos em busca de respostas para problemas concretos, as denúncias de casos que sabemos ocorrem e precisam de ser resolvidos, o combate que é necessário levar contra a corrupção, a má gestão, etc.
Se as redes sociais são um perigo pelo que representam de negativo, são também um instrumento poderoso de defesa da democracia, das boas práticas que a sociedade precisa de cultivar, sempre e sempre, para que as liberdades de que o sistema democrático carece para subsistir em ambiente saudável não sejam postas em causa. E entre todas essas liberdades estão a de expressão e de imprensa.
Um dos grandes desafios que se coloca à media tradicional - e esse é um debate quando se discute em particular a sobrevivência dos jornais face à evolução tecnológica que temos vindo a assistir nos últimos tempos -, reside na sua capacidade de determinar as agendas informativas, e, com isso, fazer deslocar para o seu espaço a abordagem de temas muitas vezes aflorados nas redes sociais, porém não com a abrangência e profundidade que em certos casos reclamam ser tratados.
A luta para determinar as agendas informativas está ligada ao conceito de imprensa vibrante, capaz de, face à concorrência das redes sociais, atrair para si a maior fatia da atenção do público consumidor (leitores, radiouvintes, telespectadores, internautas); contribuir para informar e formar a sociedade sobre os factos e fenómenos em curso de uma forma objectiva e esclarecedora; contribuir para um melhor escrutínio dos poderes públicos e privados, e, com isso, determinar uma outra dinâmica da própria sociedade, criando expectativas certas e com a certeza jurídica garantida pelo Direito.
As redes sociais assumiram uma importância tal, hoje em dia, que falar de uma sociedade sem elas é como recuarmos à Idade da Pedra. Seria o caos!
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LoginEm qualquer Estado moderno, com uma natureza pós-conflito, exactamente como o nosso, em condições normais e sem quaisquer exageros, os antigos combatentes e deficientes de guerra, bem como os familiares de combatentes tombados ou perecidos, deviam ser parte de um segmento especial em matéria de tratamento social.
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