O Dia da Mãe é comemorado em Angola e em muitos outros países, no primeiro domingo do mês de Maio. É uma data católica celebrada em homenagem à Virgem Maria, mãe de Jesus.
Luanda prepara-se para acolher o maior evento internacional de tecnologias, comunicações e inovação realizado no país, o ANGOTIC’2024, que terá lugar nos dias 13, 14 e 15 de Junho, sob o lema “Digitalizar, Conectar e Inovar”.
Apesar de ser a primeira vez que beneficiou das Transferências Monetárias, uma das quatro componentes do Programa de Fortalecimento da Protecção Social (Kwenda), Miguel Mutambuleno, 56 anos, residente no bairro Munguindo, município do Lóvua, na Lunda-Norte, quer deixar de depender do dinheiro que o Executivo está a atribuir às famílias em situação de pobreza , apostando em actividades geradoras de rendimento e se tornar autónomo.
Falando em língua Cokwe à reportagem do Jornal de Angola , disse que a actividade de agricultura de subsistência a que se dedica há mais de 30 anos, com a esposa, carecia de apoio para ampliar as áreas de cultivo e aumentar a produção de mandioca, hortícolas, inhame, abóbora, ananás e banana.
Além do consumo de casa, parte da produção que sai da lavra é comercializada ao longo da Estrada Nacional 225, onde está localizada a residência, para o sustento do agregado familiar, composto por cinco membros.
Miguel Mutambuleno foi um dos beneficiários no acto público que marcou o início do processo de pagamento do dinheiro do Kwenda, no bairro Munguindo, município do Lóvua.O beneficiário afirmou que o dinheiro que recebeu do FAS-Instituto de Desenvolvimento Local, entidade responsável pela execução do Kwenda, vai fazer muita diferença na sua vida.
Além
de comprar sementes, equipamentos de trabalho de campo como
enxadas, catanas, machados, facas e
botas de protecção às picadas de
serpentes, a família ambiciona
apostar na criação de animais.
Apelo para o uso racional do dinheiro
A governadora da Lunda-Norte, Deolinda Vilarinho, que testemunhou o acto público de início das Transferências Sociais Monetárias no município do Lóvua, disse que no quadro das acções tendentes à redução da fome e da pobreza, as autoridades esperam que as famílias beneficiárias tenham a possibilidade de começar com pequenos negócios, fomento à agricultura, incluindo a criação de animais para mitigar os efeitos da vulnerabilidade.
Apelou ao uso racional dos recursos, com vista à melhoria das condições de vida das famílias que ainda vivem em situação de pobreza e vulnerabilidade.
Deixar património para os filhos
O sonho de Miguel Mutambuleno e esposa é deixarem um legado de património para os dez filhos, por considerarem que a criação de gado caprino, suíno e galinhas é rentável.
"Queremos deixar alguma coisa para os nossos dez filhos. Aqui no Lóvua as pessoas que criam cabritos, porcos e galinhas conseguem dinheiro porque há sempre pessoas interessadas em comprar esses animais. Por isso eu e a minha esposa entendemos que temos de apostar no projecto de criação de animais”, disse Miguel Mutambuleno.
Caxala Songuessa, 48 anos, mãe de seis filhos, outra beneficiária no bairro Munguindo, referiu que os 66 mil Kwanzas que recebeu, há muito que eram esperados pela família. O dinheiro, disse, ajuda na aquisição de sementes, sobretudo de frutas, como ananás, banana, abacate, mamão, tangerina, laranja e limão, com vista a aumentar a produção.
A agricultura de subsistência tem sido a única fonte de rendimento do agregado familiar, composto por cinco pessoas, entre as quais, o esposo e três filhos.
A actividade inclui também o cultivo da mandioca, milho e ginguba, cuja produção tem sido comercializada por via da venda ambulante por uma das filhas na cidade do Dundo, capital da Lunda-Norte.
"O milho, a mandioca e a ginguba que produzimos na nossa lavra, temos estado a vender na zunga no Dundo. Uma das minhas que estuda lá, é a responsável pela venda dos nossos produtos de campo e tem ajudado muito nas despesas dela para a escola e para nós aqui ", explicou.
Considera oportuna a atribuição dos recursos, uma vez que parte dos mesmos, vão servir para a compra de material para o fabrico da porta da casa que já não oferece condições.
Para ela, a segurança e o bem-estar da família, constituem a prioridade, daí que os 66 mil kwanzas concedidos no âmbito do Kwenda vão ajudar na resolução das preocupações mencionadas.
O apelo aos outros beneficiários vai no sentido de aplicarem os recursos em pequenos negócios e a resolver os problemas que assolavam os respectivos agregados, tendo em conta o índice de vulnerabilidade no bairro Munguindo.
Os valores podem parecer poucos, mas ressaltou que se forem racionalmente utilizados, vão ser determinantes na redução da pobreza extrema que muitas famílias ainda enfrentam.
O Kwenda, disse Caxala Songuessa, é uma iniciativa louvável do Executivo, porque contribui significativamente na redução do índice de ociosidade de muitas famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade.
As pessoas beneficiárias, segundo Caxala Songuessa, devem ao máximo envidar esforços para evitarem o consumismo, com esbanjamento do dinheiro em álcool e outras necessidades supérfluas.
Comprar nova residência
Chinguinheca Lumbimbo, é outra beneficiária do Kwenda, que espera ver melhoradas as condições de vida do seu agregado, com o dinheiro que recebeu.
Camponesa e mãe de dois filhos, Chinguinheca Lumbimbo, 54 anos, vive numa casa construída de pau-a-pique. À reportagem do Jornal de Angola, adiantou que o sofrimento de viver numa casa pequena e sem qualquer segurança vai acabar. Com o dinheiro que lhe foi atribuído vai comprar uma nova residência que já foi negociada ao preço de 60 mil kwanzas.
A casa oferece melhores condições e mais compartimentos (dois quartos e uma sala) em relação a actual onde vive. Os seis mil kwanzas que restarem vão servir para outras necessidades. O próximo pagamento, previsto para 2024, vai aplicar na compra de sementes, instrumentos agrícolas para a pequena lavra onde cultiva milho, mandioca e banana.
Agostinho Caquesse, 42 anos, vai investir todo o dinheiro que recebeu em obras de restauro da sua residência onde vive com um agregado de 11 pessoas, nomeadamente, a esposa e nove filhos.
A casa já não está em condições para viver em segurança com a família , disse, avançando que os recursos do Kwenda chegaram na altura certa, pois, vão servir para a aquisição de chapa de zinco e outros materiais para melhorar as condições da habitação que comporta cinco quartos, uma sala e uma copa.
"Kwenda não é propaganda política”
O soba Bernardo da Silva Sakinga denunciou a existência de grupos devidamente organizados que transmitem às pessoas, no bairro Mungundo, que o Kwenda é uma estratégia de propaganda política.
O membro do poder tradicional naquela localidade disse ao Jornal de Angola que com o acto público de início de pagamento do valor referente a seis meses aos agregados familiares seleccionados , estão dissipadas todas as dúvidas, trazendo a certeza de que a iniciativa do Executivo visa apoiar as famílias em situação de pobreza.
De acordo com o soba, as autoridades tradicionais foram sempre apelando às pessoas para que tivessem paciência, reforçando a mensagem de que o "Kwenda não é propaganda política”, mas, sim, um programa do Governo para as famílias carenciadas em todo o país.
"O Kwenda não é propaganda política. Eu sou uma autoridade tradicional e sei o que é uma propaganda política e o que é um programa do Governo para resolver os problemas dos cidadãos. Isso é um direito que o Governo está a cumprir. Isso que está a ser feito acontece em muitos países do mundo”, sublinhou.
A população do bairro Munguindo está feliz porque o Kwenda vai ajudar a reduzir a pobreza em muitas famílias, uma vez que algumas vão apostar em negócios, outras vão reabilitar as casas e apostarem na criação de gado, sobretudo o caprino, afirmou o soba Bernardo da Silva Sakinga.
Os habitantes do Munguindo dedicam-se à agricultura, através do cultivo da mandioca, milho, frutas, cana-de-açúcar, inhame e a criação do gado caprino, explicou o soba, reconhecendo que o programa vai ter um impacto positivo na comunidade.
O
apelo, acrescentou, tem sido no sentido
de os beneficiários aplicarem o dinheiro
em acções que possam, futuramente, contribuir no aumento da renda familiar,
para criarem bases que levem à redução da
fome e da pobreza.
Apelo para uso racional do dinheiro
A governadora da Lunda-Norte, Deolinda Vilarinho, que testemunhou o acto público de início das Transferências Sociais Monetárias no município do Lóvua, disse que no quadro das acções tendentes à redução da fome e da pobreza, as autoridades esperam que as famílias beneficiárias tenham a possibilidade de começar com pequenos negócios, fomento à agricultura, incluindo a criação de animais para se mitigar os efeitos da vulnerabilidade.
Apelou ao uso racional dos recursos, com vista a melhoria das condições de vida das famílias que ainda vivem em situação de pobreza e vulnerabilidade.
O drama da viúva Mwetxa Zango
Aos 24 anos de idade, Mwetxa Zango, uma jovem camponesa do bairro Munguindo, município do Lóvua, perdeu o esposo, que faleceu este ano, vítima de doença prolongada. O infortúnio foi um grande choque para a família, pois o malogrado, apesar de desempregado, tudo fazia para cuidar da família, segundo a própria viúva, em declarações ao Jornal de Angola.
A tristeza foi maior ainda pelo facto de Mwetxa Zango ter perdido o esposo numa altura em que se encontrava grávida de seis meses da última filha do casal, que tem mais dois rapazes, menores de idade.
A única esperança da jovem estava no Kwenda, que esperou com muita ansiedade, mas finalmente chegou, com a atribuição dos 66 mil kwanzas, dinheiro que, segundo Mwetxa Zango, vai fazer toda a diferença.
Mwetxa Zango tem uma pequena lavra, que a sogra ofereceu, onde cultiva mandioca, hortícolas, milho, ginguba, banana e inhame. A jovem contou que precisa de duas folhas de chapa de zinco para melhorar a cobertura da casa de dois quartos em que vive com dois dos três filhos. O terceiro está com a avó paterna, no Dundo, onde foi matriculado.
Por isso, além de comprar sementes e duas folhas de chapas de zinco para o tecto da casa, vai também apostar na venda de peixe seco, com o objectivo de alargar as fontes de rendimento.
"O meu sofrimento finalmente vai acabar. Com este dinheiro que recebi vou fazer coisas que já esperava há muito tempo. Vou comprar sementes para a minha lavra que a mãe do falecido marido ofereceu. Vou também comprar duas folhas de chapa para o tecto da casa porque há uma parte que está a entrar a água da chuva. Pretendo também começar a vender peixe seco para sustentar os meus filhos”, disse.
No princípio, contou, muitas pessoas do bairro Munguindo estavam cépticas quanto à seriedade do Kwenda, com grupos organizados que faziam passar a mensagem de que se tratava de uma agenda de propaganda política para enganar as pessoas.
Estado quer famílias autónomas na geração de renda
O director provincial do FAS-Instituto de Desenvolvimento Local na Lunda-Norte, João do Nascimento, disse que o compromisso do Estado é fazer com que as comunidades abrangidas pelo Kwenda se tornem autónomas , em termos de rendimentos para as respectivas famílias.
Explicou que após as fases do mapeamento, selecção dos bairros e aldeias, seguiu-se o cadastramento das famílias e posteriormente a confirmação dos nomes, o que assegurou a fiabilidade dos dados dos beneficiários, em cinco regedorias do município do Lóvua.
João do Nascimento informou que, para o município do Lóvua, foram inscritos 4.198 agregados familiares.
Na Lunda-Norte, o Kwenda tem, neste momento, intervenção nos municípios do Cuango, Cambulo, Caungula, Lubalo e Lóvua. À excepção do Lubalo, onde decorre o processo de cadastramento dos agregados, as Transferências Monetárias foram feitas até ao momento em quatro municípios.
O responsável esclareceu que do ponto de vista de implementação, na Lunda-Norte, o Kwenda já chegou a 672 bairros, tendo sido cadastrados 63 mil agregados familiares. "Trata-se de um programa de contribuição, cuja incidência está voltada no reforço da protecção social dos mais desfavorecidos, conforme estabelece a Constituição da República”, sublinhou.
João do Nascimento referiu que o FAS conta com o envolvimento de mais de 180 Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS), que trabalham no processo de cadastramento das famílias e respectivos pagamentos. Estão igualmente envolvidos 25 estagiários, estudantes de distintas unidades orgânicas da Universidade Lueji A´Nkonde.
Dentro de alguns meses começa o processo de pagamentos nas comunidades seleccionadas do município do Lubalo onde, à semelhança de outros, cada agregado seleccionado nvai receber 66 mil kwanzas , correspondentes a seis meses. Com a previsão do lançamento nas circunscrições do Lucapa e Cuilo, vão apenas faltar três dos dez municípios da Lunda-Norte, concretamente o Xá-Muteba, Capenda-Camulemba e o Chitato.
O FAS, disse, continua a investir na resiliência das famílias, apostando em valores como disciplina, transparência, rigor e parcimónia para que os recursos cheguem aos destinatários, sem sobressaltos.
Além das Transferências Sociais Monetárias, o Kwenda comporta outras três componentes, que são Inclusão Produtiva (apoio às iniciativas económicas das famílias residentes nos municípios alvos do programa), Municipalização da Acção Social, através dos centros de Acção Social ( CASI ) e o Reforço do Cadastro Social Único, uma base de dados que está a ajudar o Executivo a reunir informações sobre a pobreza e vulnerabilidade no país.
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