Recorde-se que nos últimos tempos foram registados temporais acima da média, tendo causado danos descomunais que ainda continuam vivos na mente de muitas pessoas, com realce para aqueles que têm a agricultura como a actividade para a subsistência e cuja produção se perdeu nas águas das chuvas, que aumentaram com a abertura das comportas de algumas barragens.

Neste particular, a chuva, conhecida como a alegria do camponês, não desempenhou, com a elegância necessária, a função que os lavradores esperavam dela. Pelo contrário, provocou prejuízos avultados, resultando na escassez de produtos agrícolas oriundos do campo e que são fonte de abastecimento de vários mercados da capital do país.

A realidade vivida colocou em causa o que alguém um dia cantou, que " o nosso chão tem tudo e dá tudo”. Mas também foi a certificação do que o outro cantou: "a chuva é obra da natureza”, a mesma que atribuiu a Angola um clima marcado pela alternância das estações, sendo uma delas o Cacimbo que, do ponto de vista da saúde, é caracterizado pela ocorrência de doenças típicas que afectam o aparelho respiratório, desde uma simples constipação a gripes, pneumonias e bronquites, mas também faringites, alergia e otites.

E é aqui que reside o fundamental deste artigo, sinalizando uma função pedagógica que visa despertar a sociedade para a necessidade de, nesta época do ano, se redobrarem os cuidados com a saúde, considerando que as mudanças de temperatura abrem brechas para a entrada de certos vírus e micróbios.

Sendo certo que as doenças respiratórias levam para as unidades hospitalares um bom número de pessoas e que a realidade do nosso Sistema Nacional de Saúde não permite responder, favoravelmente,  a todas as solicitações, a prevenção se afigura, certamente, como a mais assertiva medida por parte de todos nós.

Importa referir que dados de organizações internacionais que trabalham no combate às enfermidades típicas da época de Cacimbo estimam que, no Mundo, 235 milhões de pessoas sofrem de asma, mais de 200 milhões têm Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e 65 milhões enfrentam essa doença de forma moderada ou grave.

Segundo especialistas de Saúde Pública, devem ser redobrados os cuidados com os menores de cinco anos, em função de que o sufactante, o hormónio que prepara o tecido do pulmão, por não se encontrar ainda concluído, deixa o petiz vulnerável à contracção de doenças do fórum respiratório que, repetimos, são marcas da época seca.

Deve ser considerada também a necessidade de se consumir frutas, vegetais e legumes, por serem produtos que contêm diferentes formas de vitaminas, bem como evitar o uso de bebidas alcoólicas e alimentos frescos.