A Organização das Nações Unidas (ONU) considera importante incutir hábitos sustentáveise consciência climática nas famílias desde cedo, pelo papel que desempenham na transmissão de valores ao longo de gerações.
Dados divulgados nesta quinta-feira pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, confirmam que este Julho está prestes a tornar-se o mês mais quente já registado. As altas temperaturas estão relacionadas com ondas de calor em boa parte da América do Norte, Ásia e Europa.
O líder da ONU disse que a mudança climática "já está aqui”, é "assustadora” e que o que estamos a ver é "apenas o começo.” Incêndios florestais em países como Canadá e Grécia têm um impacto enorme na saúde das pessoas, no meio ambiente e nas economias.
Guterres lembrou que tudo que está a acontecer é "inteiramente consistente com previsões e alertas repetidos diversas vezes.” Enfatizou que o "nível dos lucros com combustíveis fósseis e da falta de acção climática são inaceitáveis.” Embora reconheça alguns progressos com energia renovável, o líder das Nações Unidas considera que isso ainda não é suficiente.
Responsabilidade do G20
Guterres destacou que existem "diversas oportunidades críticas” chegando para mudar este quadro. Dentre elas as Cúpulas Climática da África, do G20, da Ambição Climática da ONU e a Conferência sobre Mudança Climática, COP28, marcada para os Emirados Árabes Unidos.
As 20 maiores economias do mundo, que compõem o G20, o grupo que inclui o Brasil, são responsáveis por 80 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa. Por isso, o secretário-geral afirmou que essas nações "devem intensificar acções climáticas e reforçar a justiça climática.”
Respondendo a jornalistas, ele disse que a próxima Cúpula do G20, em Setembro, na Índia, será decisiva, pois nenhuma outra nação tem como compensar as consequências "caso o G20 não actue com seriedade para reduzir de forma dramática as emissões.”
Guterres também cobrou planos factíveis para acabar com o uso de carvão até 2040 e uma actuação firme das instituições financeiras para encerrar empréstimos e investimentos em combustíveis fósseis.
Planos de adaptação insuficientes
Antes da divulgação do relatório, o climatologista Álvaro Silva, da OMM, contou à ONU News, de Lisboa, que além da mitigação é importante melhorar os planos de adaptação. "Estamos cada vez mais a experienciar aquilo que foi antecipado há muitos anos do ponto de vista de mudança climática. É importante não esquecer que temos que acelerar a adaptação, porque muitas vezes a adaptação pode não ser suficiente do ponto de vista das medidas que estão actualmente em vigor e dos planos de acção.”
Segundo a OMM, em 6 de Julho, a média diária da temperatura global do ar ultrapassou o recorde estabelecido em Agosto de 2016, tornando-se o dia mais quente já registado, com os dias 5 e 7 de Julho logo atrás.
As três primeiras semanas de Julho foram o período de três semanas mais quente já visto. Desde Maio, a temperatura média global da superfície do mar está bem acima dos valores observados anteriormente para esta a época do ano, contribuindo para o Julho excepcionalmente quente de 2023.
Então, o que podemos fazer?
Os líderes mundiais terão que agir rapidamente nas cimeiras do G20 e da COP28 para reduzir as emissões de CO2 e metano na atmosfera o mais rápido possível. Isso diminuirá a percentagem de aquecimento. Mas não há remédio imediato. O calor e os extremos climáticos que estamos a enfrentar permanecerão connosco nas próximas décadas.
Anúncio partiu de um climatológo da Universidade de Leipzig, na Alemanha
O climatólogo Karsten Haustein, da Universidade de Leipzig, na Alemanha, foi o primeiro a chegar à conclusão de que o sétimo mês de 2023, já marcador por diversos recordes de temperatura alta em várias cidades do mundo, pode ser também o mais quente dos últimos 120 mil anos.
Alguns dos máximos que foram registados este mês: 52,9 graus Celsius na China, 48,2 graus Celsius na Sardenha, 39,6 graus à noite na Argélia e a temperatura do mar de 37,2 graus na Flórida.
Há algum tempo que este processo está em crescimento. Se se usar um gráfico, pode-se observar que as temperaturas diárias da superfície global este ano, desde Janeiro, estão acima da média durante todo o ano e atingem um pico em Julho.
Este novo recorde histórico é, na verdade, o ponto culminante das ondas de calor que vimos em terra e também nos oceanos. De acordo com a directora-adjunta do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, Samantha Burgess, "Todo esse ar quente adicional e a água quente da superfície estão a retro-alimentar-se. Portanto, estamos a ver temperaturas recordes mais quentes do que nunca".
Apesar de haver quem considere que 2023 será mais quente porque o fenómeno El Niño está de volta ao Pacífico - parte de um ciclo natural do nosso planeta - os cientistas dizem que é muito cedo para isso.
"Ainda não é o El Nino. Portanto, a expectativa é que, com o desenvolvimento do El Niño, tenhamos temperaturas ainda quentes. E a expectativa é que as temperaturas para 2024 possam ser ainda mais quentes," explica Samantha Burgess. De facto, a previsão sazonal para o resto do ano mostra que as temperaturas terrestres continuam acima da média.
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