Especial

Médicos em Luanda desencorajam automedicação

Engrácia Francisco

Jornalista

A recuperar de paludismo, Maria de Oliveira (nome fictício) disse que a situação só chegou ao extremo por negligência. No princípio, contou, sentia ligeiras dores de cabeça. Como habitual, a mãe deu-lhe Paracetamol, analgésico utilizado para aliviar as dores e combater a febre.

08/11/2023  Última atualização 13H33
Especialistas alertam para o uso indevido dos medicamentos e recomendam a população a comprar em locais próprios © Fotografia por: DR
Os dias foram passando, a jovem, de 18 anos, afirmou que conseguia executar as tarefas diárias na normalidade, até que teve uma recaída. "Eram 12h00 e estava sozinha com os irmãos menores. Estes, pelo que contaram, entraram em pânico. Eu não conseguia sentir o meu corpo. A dor era intensa”, recorda.

Maria de Oliveira explicou que horas depois acordou na cama de um hospital, com agulhas no corpo. "Quando despertei já estava a apanhar soro, nem consigo recordar como fui parar no hospital, apenas lembro que estavam as crianças comigo em casa”, disse.

A mãe da jovem informou que os irmãos menores pediram socorro e os vizinhos acorreram para a levar até ao hospital mais próximo, onde foi diagnosticada com sete por campo de paludismo e febre tifóide.

Atenção aos sinais

O director clínico do Hospital Geral de Luanda aconselhou a população a procurar um médico sempre que sentir mal-estar. "Precisamos estar atentos aos sinais e ao menor indício de febre, recorrer ao hospital”, disse, acrescentando que as equipas médicas desaconselham, sempre, a automedicação.

Magalhães Sobrinho adiantou ainda que, na semana passada, o Hospital Geral de Luanda atendeu 7.385 pacientes, dos quais 571 com malária, 497 com doenças respiratórias agudas, 435 com síndrome febril, 194 com hipertensão, 130 com diarreias, 44 vítimas de Acidente Vascular Cerebral, 42 com tuberculose e 21 com anemia severa.

Entre os casos atendidos de emergência, destacou ainda o de 702 pacientes que deram entrada com traumatismos, a maioria em consequência de quedas (335), acidentes de viação (153), agressões físicas (66), atropelamentos (56), ferimentos provocados com arma branca (37) e por arma de fogo (13).

Cacuaco

A equipa médica do Hospital Municipal de Cacuaco atendeu 3.192 pacientes, sendo 1.792  nas consultas externas e 1.400  no banco de urgência, disse, ontem, a directora da unidade sanitária, Anizeth Cutatela.

"As principais patologias atendidas foram a malária com 458 casos, doenças respiratórias agudas, com 43, febre, com 36, diarreias, com 35", disse, acrescentando que tiveram, igualmente, um registo de 94 partos nos serviços de maternidade e 83 casos de acidentes de viação.

Cazenga

Um total de 2.224 pacientes foi atendido, na semana finda, no Hospital Municipal do Cazenga, sendo 1.280 nas consultas externas e 944 no banco de urgência, de acordo com a directora da unidade hospitalar.

A médica Nilsa Sousa avançou que na área da Pediatria foram atendidos 326 crianças, entre as quais as principais patologias foram a malária (148), doenças respiratórias agudas (57), gripe (38), febres (35) e diarreicas agudas (33). Nos adultos, explicou, atendera 305 pacientes, entre os quais o paludismo foi a maior ocorrência. "Só de malária tivemos 131 casos, o que continua a ser preocupante”, disse. 

A equipa da maternidade, acrescentou, realizou 66 partos e socorreu 122 pacientes traumatizados.

A síndrome febril continua a ser a patologia com maior número de pacientes atendidos no Hospital Geral dos Cajueiros, de acordo com o director clínico.

"Os pacientes com febres continuam a preocupar. Só na semana passada atendemos 960 doentes", disse, além de informar que registaram também 629 casos de síndrome gripal, 580 de malária, 299 de hipertensão e 168 de doenças diarreicas agudas.

Kilamba Kiaxi

As equipas médicas do Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi atenderam, na semana finda, 708 pacientes no banco de urgência de pediatria e 667 nas consultas externas, avançou a directora clínica da instituição, Rosa André.

"As patologias mais frequentes nas crianças foram as doenças respiratórias agudas, com 223 casos, a síndrome febril, com 154, as diarreicas agudas, com 144, e a malária, com 112 casos", disse.

No serviço de maternidade, referiu, foram, ainda, atendidas 439 gestantes no banco de urgência, assim como foram realizados 170 partos.

Viana

O serviço de maternidade do Hospital Especializado Mãe Jacinta Paulino atendeu 240 gestantes e realizou 65 partos, de acordo com a directora. Filomena Bessa acrescentou que, no total, 1.362 pacientes foram atendidos, na semana passada em todo o hospital. "As principais patologias foram a malária com 550 casos, doenças respiratórias agudas, 343, e diarreicas agudas, com  96”, avançou.

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