Especial

Mundo está solidário com o Reino de Marrocos

As equipas de resgate, no Reino de Marrocos, afectado pelo trágico sismo de sexta-feira, vasculharam na segunda-feira aldeias reduzidas a escombros, em busca de sobreviventes do terramoto mais mortal em mais de seis décadas, numa corrida desesperada contra o tempo, para encontrar sobreviventes

12/09/2023  Última atualização 11H18
Socorristas para ajudar o país de Mohammed VI © Fotografia por: DR
Do mundo inteiro, não cessam as manifestações de solidariedade, de promessa e envio de ajuda, incluindo disponibilidade para  despachar  equipas de socorristas para ajudar o país de Mohammed VI a enfrentar os desafios provocados pela tragédia.

Presidente João Lourenço manifesta solidariedade pela tragédia

O Presidente da República, João Lourenço, manifestou, sábado, "profunda consternação” pela tragédia que resultou na morte de mais de 2 mil pessoas, e também mais de 2 mil feridos, em consequência do terramoto que abalou, sexta-feira à noite, várias regiões do Reino de Marrocos.

Numa mensagem enviada ao Rei Mohammed VI, João Lourenço escreveu: "Em nome do Executivo angolano e no meu próprio, diante deste nefasto acontecimento, apresento à Vossa Majestade e às famílias vitimadas as nossas condolências e solidariedade neste momento doloroso para o povo marroquino”.  

"Queira aceitar, Majestade, a expressão dos meus sentimentos de pesar por esta fatídica ocorrência”, lê-se na mensagem do estadista angolano.

Deputados angolanos solidários com o povo marroquino

Os deputados angolanos manifestaram, domingo, solidariedade para com o povo marroquino, atingido pelo terramoto, na noite de sexta-feira.

Numa mensagem assinada pela presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, lê-se que os deputados angolanos receberam "com muita preocupação” a trágica notícia do sismo que provocou milhares de mortos e de feridos, criando uma situação de luto nacional no Reino de Marrocos.

"A Assembleia Nacional de Angola e eu própria solidarizamo - nos perante esta tragédia com as populações marroquinas, as vítimas desta catástrofe e manifestamos as sentidas condolências às famílias em luto”, lê-se na mensagem de condolências.

 Balanço provisório

O balanço provisório aponta para 2.012 mortos e 2.059 feridos - dos quais 1.404 em estado grave - mas espera-se que este número continue a aumentar à medida que as buscas continuam.

Segundo as autoridades locais, foram registadas mortes nas províncias e prefeituras de Al Haouz, Marraquexe, Ouarzazate, Azilal, Chichaoua e Taroudant.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos da América, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23h11 de sexta-feira.

O epicentro foi na localidade de Ighil, situada a 63 quilómetros a Sudoeste da cidade de Marraquexe.

O terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros.

 
Papa Francisco

Papa pede "ajuda concreta” para a população afectada

O Papa Francisco manifestou, domingo, a sua proximidade ao "querido povo de Marrocos, atingido por um terramoto devastador”, e pediu "que a ajuda concreta de todos possa apoiar a população neste momento trágico”. Numa mensagem no final da oração dominical do Ângelus, na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano, citada pela Efw, o líder da Igreja Católica afirmou que reza "pelos feridos e por aqueles que perderam a vida, muitos e pelas suas famílias” e agradeceu "aos socorristas e àqueles que trabalham para aliviar o sofrimento das pessoas”. "Estamos próximos do povo de Marrocos”, acrescentou.

No sábado, o Papa Francisco enviou um telegrama à Igreja local no qual garantiu "as suas orações face a esta catástrofe natural”, mostrando-se "entristecido por este acontecimento” e tendo expressado "profunda solidariedade com aqueles que estão tocados na carne e no coração por esta tragédia”.

Cruz Vermelha Internacional

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) anunciou ontem que vai dar 1,05 milhões de euros (um milhão de francos suíços) para ajudar em missões de resposta ao terramoto em Marrocos. "Este apoio inicial será utilizado para comprar material básico em Marrocos, onde os voluntários do Crescente Vermelho sabem melhor quais são as necessidades”, afirmou em comunicado o director regional da FICV para o Médio Oriente e Magrebe, Hossam Elsharkawi, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Segundo a directora de operações globais da Federação, Caroline Holt, as organizações estão neste momento mais concentradas nos esforços de busca e salvamento, "tentando levar equipamento  pesado (para o trabalho de salvamento) para áreas remotas das montanhas do Atlas”.

A França vai atribuir uma verba de cinco milhões de euros às Organizações Não-Governamentais que estão em Marrocos a prestar auxílio na sequência do terramoto de sexta-feira. A ajuda do Governo de Paris foi divulgada pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, frisando que não existem interferências francesas nos planos de socorro no terreno.

"Marrocos é um país soberano e cabe-lhe organizar as acções de socorro”, afirmou Catherine Colonna no canal de notícias BFMTV, acrescentando que o país não "recusou qualquer ajuda”, inclusive de França. A chefe da diplomacia francesa apelou ainda para que não se gerem "falsas polémicas” numa altura em que "as pessoas precisam de ajuda”, afastando diferendos diplomáticos com as autoridades marroquinas. Inicialmente, Marrocos comunicou que iria aceitar ajuda de apenas quatro países na sequência do forte sismo que atingiu o país na sexta-feira: Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Equipas de resgate do Marrocos correm para encontrar sobreviventes

A agência de notícias estatal marroquina informou, ontem, que o número de mortos era, agora, de 2.497, com 2.476 pessoas feridas. As equipas de resgate vasculharam, na segunda-feira, aldeias reduzidas a escombros em busca de sobreviventes do terramoto mais mortal em Marrocos em mais de seis décadas, numa corrida desesperada contra o tempo, à medida que o número de mortos subia para quase 2.500 e a escala da destruição se tornava mais clara. Equipas de busca da Espanha, Grã-Bretanha e Qatar uniram esforços para encontrar pessoas soterradas sob os escombros, depois que um terremoto de magnitude 6,8 ocorreu na noite de sexta-feira nas montanhas do Alto Atlas, com epicentro a 72 quilômetros (45 milhas) a sudoeste de Marrakech. Muitos sobreviventes passaram uma terceira noite fora, com as suas casas destruídas ou tornadas inseguras. A agência de notícias estatal informou que o número de mortos era agora de 2.497, com 2.476 pessoas feridas. Imagens da remota aldeia de Imi N'Tala, filmadas pelo socorrista espanhol, Antonio Nogales, do grupo de ajuda Bomberos Unidos Sin Fronteras (Bombeiros Unidos Sem Fronteiras), mostraram homens e cães escalando encostas íngremes cobertas de escombros.

 "O nível de destruição é absoluto”, disse Nogales, lutando para encontrar a palavra certa para descrever o que estava a ver. "Nem uma única casa ficou de pé. Vamos começar a nossa busca com cães e ver se encontramos alguém vivo.” Em Imgdal, uma aldeia a cerca de 75 quilómetros a Sul de Marraquexe, mulheres e crianças amontoaram-se, na manhã de segunda-feira, sob tendas improvisadas montadas ao longo da estrada e junto a edifícios danificados. Mais ao Sul, um carro foi esmagado por pedras que caíram do penhasco. Na aldeia de Tafeghaghte, Hamid ben Henna descreveu como o seu filho de oito anos morreu nos destroços depois de ter ido buscar uma faca à cozinha para cortar um melão enquanto a família jantava. O resto da família sobreviveu. Casas de tijolos de barro desmoronaram, numa altura em que, grande parte da zona do terramoto, se encontram inacessíveis e sem que as autoridades tenham divulgado quaisquer estimativas sobre o número de pessoas desaparecidas. Estradas bloqueadas ou obstruídas por rochas dificultaram o acesso aos locais mais atingidos. A caminho da cidade de Adassil, não muito longe do epicentro, o socorrista Ayman Koait tentava limpar as rochas que bloqueavam o tráfego. "Há estradas piores mais acima que ainda estão bloqueadas e estamos tentando abri-las também”, disse ele, enquanto viaturas carregadas com ajuda se espremiam ao longo de um camião estreito e liberado. Muitas estruturas desmoronaram facilmente, incluindo as omnipresentes casas tradicionais de tijolos de barro, pedra e madeira áspera, uma das características pitorescas que fizeram do Alto Atlas um ímã para turistas.

"É difícil retirar as pessoas com vida porque a maioria das paredes e tectos se transformaram em escombros de terra quando caíram, enterrando quem estava lá dentro, sem sair do espaço aéreo”, disse um militar, que pediu para não ser identificado por causa das regras do Exército. Os danos causados ao Património Cultural de Marrocos têm surgido gradualmente. Os edifícios da cidade velha de Marraquexe, Património Mundial da UNESCO, foram danificados. O sismo também causou grandes danos à historicamente significativa Mesquita Tinmel, do século XII, numa área montanhosa remota, mais próxima do epicentro. Foi o terramoto mais mortal no país do Norte de África desde 1960, quando se estima que um tremor tenha matado pelo menos 12 mil pessoas, e o mais poderoso desde pelo menos 1900, segundo o Serviço Geológico dos EUA. Ajuda local e internacional incide sobre os sobreviventes que lutam para encontrar abrigo e suprimentos. Estes, descreveram a resposta do Governo como lenta, embora parecesse estar acelerando a partir de segunda-feira.

Num comunicado transmitido pela televisão no domingo, o porta-voz do Governo, Mustapha Baytas, disse que todos os esforços estavam a ser  feitos no terreno. O Exército disse que estava a reforçar as equipas de busca e salvamento, fornecendo água potável e distribuindo alimentos, tendas e cobertores. Nem o rei Mohammed VI, nem o Primeiro-Ministro, Aziz Akhannouch, dirigiram-se à nação desde o desastre. Marrocos aceitou ofertas de ajuda da Espanha e da Grã-Bretanha, que enviaram especialistas em busca e salvamento com cães farejadores, dos Emirados Árabes Unidos e do Qatar, que disse, no domingo, que uma equipa de busca e salvamento estava a caminho.

A União Europeia

 A União Europeia disse que iria libertar um montante inicial de 1 milhão de euros (1,07 milhões de dólares) para organizações de ajuda não-governamentais em Marrocos. A TV estatal disse que o Governo avaliou as necessidades e considerou a importância de coordenar os esforços de ajuda antes de aceitar ajuda, e que poderá aceitar ofertas de ajuda de outros países mais tarde. Tanto a França como a Alemanha minimizaram a importância de Marrocos não aceitar imediatamente as suas ofertas de ajuda. A Alemanha disse, na segunda-feira, que não via nenhuma indicação de que a decisão fosse política, enquanto a França disse, no domingo, que estava pronta para ajudar sempre que Marrocos fizesse um pedido formal e qualquer controvérsia sobre o assunto fosse "descabida". Paris e Rabat tiveram uma relação difícil, nos últimos anos, nomeadamente sobre a questão do Sahara Ocidental, um território disputado que Marrocos quer que a França reconheça como marroquino. Marrocos não tem embaixador em Paris desde Janeiro.

  Historial e cronologia

O sismo na Turquia e na Síria de Fevereiro deste ano está entre os piores dos últimos anos, mas recuando no tempo encontramos registos ainda mais dramáticos. Desde a China até ao Haiti, passando pelo Japão, vários terramotos foram acumulando um número de vítimas verdadeiramente impressionante.

O terramoto que atingiu Marrocos na sexta-feira matou mais de duas mil pessoas, prevendo-se que o número de mortos aumente à medida que as equipas de salvamento procuram chegar a algumas zonas mais remotas.

O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) registou a magnitude do sismo em 6,8.

Diferendo argelino-marroquino em contexto de solidariedade  

Tal como era expectável, a Argélia anunciou a suspensão do encerramento das fronteiras e do espaço aéreo, para viabilizar a chegada das ajudas ao Marrocos, um gesto digno, embora as relações estejam muito arrefecidas por conta do diferendo que os opõe sobre o Sahara Ocidental.

Segundo a revista Jeune Afrique, edição online, "Argélia detalhou o seu plano de ajuda de emergência ao vizinho marroquino, propondo o envio de uma equipa de 80 socorristas especializados, bem como ajuda material”.

 Depois de decidir reabrir o seu espaço aéreo a todas as aeronaves civis e militares marroquinas, a Argélia explicou, no dia 10 de Setembro, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o plano de ajuda que propõe ao seu vizinho marroquino. Argel planeou, em particular, o destacamento urgente de uma equipa de intervenção da Protecção Civil composta por 80 socorristas especializados. A iniciativa envolve várias equipas, sendo uma canina especializada na busca e identificação de pessoas sob os escombros, outra de resgate e busca e uma equipa médica, além de primeiros socorros humanitários, incluindo barracas, camas de acampamento e cobertores. No sábado, a Presidência argelina decidiu abrir o espaço aéreo, encerrado desde Setembro de 2021, a voos de transporte de ajuda humanitária e de feridos. O comunicado de imprensa da Presidência indicava que as autoridades argelinas estão "totalmente preparadas para prestar ajuda humanitária e mobilizar todos os recursos materiais e humanos em solidariedade com o povo irmão marroquino no caso de um pedido do Reino de Marrocos”.

Os sismos mais mortíferos dos últimos 100 anos

Japão, 1923 - No Japão, a 1 de Setembro de 1923, um violento sismo atingiu a região de Kanto e fez 143 mil mortos

Na China, em 1920,-  um sismo na província de Gansu matou 180 mil pessoas.

México - 19 de Setembro de 2017 - Foi o maior sismo a atingir a região central do México desde 1985. Com 7,1 de magnitude, o terramoto provocou pelo menos 369 mortos, causando uma forte destruição por toda a cidade.

Irão - 12 de Novembro de 2017 - A região de Kermanshah foi afectada por um terramoto de 7,3 de magnitude. Mais de 400 pessoas morreram no Irão e pelo menos seis no Iraque.

Equador - 16 de Abril de 2016 - Pelo menos 650 pessoas morreram depois de um sismo de magnitude 7,8 ter atingido o Equador.

Itália - 24 de Agosto de 2016 - Um sismo de 6,5 atingiu o país europeu, provocando a morte a perto de 300 pessoas numa comunidade montanhosa a Este de Roma.

Afeganistão - 26 de Outubro de 2015 - O Noroeste do Afeganistão foi atingido por um sismo de magnitude 7,8 que provocou a morte a perto de 400 pessoas. Parte da região Norte do Paquistão foi também atingido.

Nepal - 23 de Abril de 2015 - Um sismo de 7,8 atinge a região do Nepal, matando perto de 9.000 pessoas. Mais de oito milhões de habitantes foram afectados.

China - 3 de Agosto de 2014 - Pelo menos 600 pessoas morreram num sismo que atingiu a remota província de Yunnan. O Sudoeste da China ficou devastado com este terramoto de 6,3.

Paquistão - 24 de Setembro de 2013 - Novamente dois sismos de elevada intensidade atingem o Paquistão. Um sismo chegou aos 7,7 de magnitude, enquanto o segundo atingiu os 6,8. Pelo menos 825 pessoas morreram.

Irão - 11 de Agosto de 2012 - Dois sismos (magnitude 6,3 e 6,4) atingiram o Irão, provocando a morte a pelo menos 300 pessoas. A cidade de Tabriz, no Noroeste do país, foi uma das mais atingidas.

Turquia - 23 de Outubro de 2011 - Mais de 600 pessoas morreram na sequência de um intenso sismo que atingiu o Sudeste da Turquia. Os sismógrafos registaram uma magnitude de 7,2.

Nova Zelândia - 22 de Fevereiro de 2011 - A cidade de Christchurch, no Sul da Nova Zelândia, foi atingida por um sismo de magnitude 6,3. Pelo menos 180 pessoas perderam a vida

Japão - 11 de Março de 2011 - O sismo de 9,0 – o segundo mais intenso dos últimos 20 anos – atingiu a costa japonesa. Segundo dados oficiais, 15.690 pessoas morreram e 5.700 ficaram feridas. O terramoto provocou danos na central nuclear de Fukushima, provocando o maior desastre nuclear desde Chernobil.

Chile - 27 de Fevereiro de 2010 - Mais de 500 pessoas morrem depois de um sismo e um tsunami atingirem o Chile. A magnitude do terramoto chegou aos 8,8, sendo um dos mais

Haiti, 2010 - Em 2010, o Haiti foi atingido por um sismo de magnitude 7 e com mais de 30 réplicas. Morreram quase 223 mil pessoas e milhares de edifícios colapsaram, prisões e hospitais ficaram completamente destruídos. intensos das últimas duas décadas.

Paquistão - 8 de Outubro de 2005 - Pelo menos 73 mil pessoas mortas num terramoto que chegou aos 7,6 de magnitude. A região mais afectada foi a Noroeste de Islamabade.

Indonésia, 2004 - Em 2004, na ilha da Sumatra, na Indonésia, um abalo originou vários tsunamis e as consequências foram devastadoras. Mais de 165 mil pessoas perderam a vida.

Irão - 26 de Dezembro de 2003 - Um sismo de magnitude 6,6 atinge a zona Sudeste de Kerman. Mais de 31 mil pessoas morreram

China, 1976 - O terramoto com mais vítimas mortais já registado foi o de 1976 na China. No total morreram 242 mil pessoas na madrugada de 28 de Julho.

Turquemenistão, 1948 - Em 1948, no Turquemenistão, antiga União Soviética, um sismo de magnitude  de 7,3 fez 110 mil vítimas mortais.

Avezzano, Itália, 1915 - Terramoto provocou  cerca de 30 mil mortos, decorrente de uma intensidade de 7,0, na escala de Richter.

Valparaiso, no Chile, 1906 - Sismo na escala de 8,1, na escala de Richter, provocou 20 mil mortos

Kangra, na Índia, 1905 - O terramoto de 7,5 graus na escala de Richter  provocou  20 mil mortos.

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