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Município do Ucuma quer manter liderança na produção de alho

Justino Victorino / Huambo

Jornalista

O município do Ucuma, na província do Huambo, considerado o maior produtor de alho da região do Planalto Central, quer manter a liderança a nível nacional neste aspecto, segundo o administrador municipal Justino Kandjeke.

12/10/2023  Última atualização 11H46
Município do Ucuma, produtor de alho da região do Planalto Central, © Fotografia por: Joaquim Armando | Edições Novembro
Falando ao Jornal de Angola, por ocasião da celebração do 60º aniversário da vila sede, assinalado sábado, o administrador justificou que a região possui terras aráveis, cujas quantidades colhidas são comercializadas em diferentes pontos do país, com particular destaque para as províncias de Benguela, Luanda, Huíla e Namibe.

Para o presente ano agrícola, segundo o administrador municipal, foram preparados mais de 864 hectares para o cultivo de alho, com uma previsão de colheita de 673 toneladas.

"O alho produzido na comuna do Mundundu tem sido procurado anível de todo país. A título de exemplo, as grandes quantidades que tinham sido levadas na 4ª Edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola, realizada em Agosto, na província da Huíla, foram todas comercializadas. Além disso, o mu-nicípio ostenta, ainda, potencialidades no domínio da produção de cebola, milho, batata-rena, batata doce, hortaliças e outras culturas que têm sido a aposta dos agricultores”, sublinhou Justino Kandjeke.

O administrador indicou que, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PDLCP) e o Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), a Administração Municipal tem prestado maior apoio aos produtores e camponeses singulares. Isto sobretudo na vertente de ‘inputs’ agrícolas, nomeadamente os fertilizantes, adubos12-24-12, amónio, ureia, sementes de diversas hortícolas e instrumentos de trabalho, com vista a dinamizar a actividade produtiva das famílias.

Passos para o crescimento  económico

A circunscrição vai dando, nesta altura, acelerados passos rumo ao crescimento económico e social, com a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).Este ano os festejos decorrem sob o lema "Ucuma 60 anos, unidos para o desenvolvimento”, sendo notórias as mudanças em face da conclusão de várias infra-estruturas sociais.

Entre estas destacam-se escolas, centros e postos de saúde, residências para funcionários, reabilitação de estradas, pontes e pontecos que ligam as distintas localidades, tornando a vida dos cidadãos mais facilitada.

Passados 60 anos de existência da vila, a circunscrição apresenta indicadores de progresso bastante significativos, principalmente no sector da agricultura e pecuária, segundo o administrador municipal, Justino Kandjeke.

Em entrevista ao Jornal de Angola, o responsável explicou que na vila há uma grande oferta de produtos agrícolas, que constituem o principal suporte económico do município. As trocas comerciais e o escoamento dos produtos aumentaram nas zonas de maior produção, com a reabilitação das estradas secundárias e terciárias.

Foi a 7 de Outubro de 1963 que Ucuma ascendeu à categoria de vila.

  Carrinho Agri pretende construir silos

A  empresa Grupo Carrinho- Agri prontificou-se em construir, nos  próximos tempos, no Ucuma, silos para o armazenamento de milho e de outros produtos, informou o administrador municipal, Justino Kandjeke. O município consta entre os maiores produtores de milho na província do Huambo.

O responsável falou também da construção de uma Estação de Comboio, na linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) para facilitar o escoamento dos produtos e fomentar o agro-negócio.  De acordo com Justino Kandjeke, a iniciativa vai permitir, ainda, que a produção agrícola vinda do município do Londuimbali, por via da comuna de Cacoma, chegue à subestação com intuito de colocar nos principais mercados de consumo do país.

Lembrou, ainda, que a estrada que liga Ucuma à sede da província está asfaltada, permitindo mais intercâmbio entre as zonas rurais e os mercados da província.

"Com as obras em curso, as ombalas e a comuna de Mundundu vão ter as vias melhoradas, visto que são indispensáveis para a circulação e o desenvolvimento do comércio e agricultura”, disse o administrador municipal.

Obras do PIIM

O administrador do Ucuma afirmou que no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) muitas acções foram feitas e outras estão a ser executadas, o que salta à vista de qualquer visitante. "É fácil dar conta disto”, disse Justino Kandjeke.  No sector da Educação, foram inscritas na carteira do PIIM 20 acções, das quais 17  foram concluídas e três em curso, que permitiram a construção de cinco escolas, sendo três com sete salas de aula, duas com 12, o que totaliza 45 salas.

Com a disponibilização destes serviços à população, segundo  o administrador, foi possível acolher no presente ano lectivo 1.680 novos alunos em vários subsistemas de ensino, que antes estudavam em condições precárias.

Já em relação à rede sanitária, o município de Ucuma conta com um hospital, quatro centros de saúde e dez postos, nas povoações de Calilongue, Dungo, Capali, Chiteve  e na de  Mundundu. O sector tem à disposição 113 técnicos, entre médicos, enfermeiros e pessoal de apoio hospitalar.

Os centros de saúde da sede chegam a atender, em média, 30 pacientes por dia e todas as unidades são abastecidas regularmente com medicamentos, segundo apurou o Jornal de Angola.

No entanto, com uma densidade populacional de mais de 74 mil habitantes, que se dedicam, principalmente à agricultura, o Ucuma vive ainda a gritante falta de médicos. Situada a cerca de 87 quilómetros da sede provincial do Huambo, a região é constituída administrativamente, além da comuna sede, pelas de Cacoma e do Mundundu.

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