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Um consumidor que decide ir ao supermercado ,hoje, para comprar itens indispensáveis para a sua cozinha, certamente ficará surpreendido com o valor de um dos produtos. Além do preço elevado, o tomate encontra-se em falta em algumas prateleiras dos supermercados em Luanda.
Ontem , uma equipa de reportagem do Jornal de Angola percorreu cinco estabelecimentos na capital angolana e em todos eles havia espaços vazios, onde normalmente deveria haver tomate à venda. Num deles, localizado no coração de Luanda, o gerente explicou que o fruto está mesmo escasso. "Quando aparece acaba num instante", justificou.
Noutra grande superfície, na zona sul da capital, o gerente adiantou que "não se conseguiu comprar o produto de um dos fornecedores tradicionais pelo aumento altíssimo do preço". Nos cinco supermercados visitados, o preço do quilo de tomate subiu de 3490 para 4900 kwanzas.
Se no mercado formal houve um acréscimo brutal ao nível dos preços, no informal também se verifica isso. No Catinton, na zona Sul de Luanda, um dos maiores mercados paralelos do país, a caixa de 25 quilos, que no início do ano custava 30 mil kwanzas, é agora comercializada por 45 mil kwanzas.
A retalho, o preço do balde de dois quilos passou de três mil kwanzas para oito mil kwanzas. E , as vendedoras ambulantes (zungueiras), estão a comercializar quatro tomates a 500 kwanzas.
As intensas precipitações que ocorrem nas principais regiões produtoras de tomate podem justificar a falta do produto. Quem o diz é António Ribeiro, vendedor grossista no mercado do Catinton. " As frequentes chuvas estão a prejudicar o desenvolvimento do tomate, os camponeses alegam fraca colheita para esta época, uma parte substancial apodreceu ", sublinhou.
Só para exemplificar, o director provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas de Benguela afirmou recentemente ao Jornal Angola que a região viveu alguns momentos dramáticos durante a primeira época da Campanha Agrícola 2023/2024 (de Outubro a Fevereiro últimos). No dizer de José Gomes Silva, o excesso de chuvas resultou na perda de 37 mil toneladas, o que representa 8,8 por cento da produção de 420 mil toneladas prevista para o período naquela província.
A partir de Maio, a entrada do tempo seco deve aliviar o problema da oferta e baixar os preços.
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