Especial

Sociedade considera Fórum uma oportunidade ímpar para o posicionamento do país no mundo

Edivaldo Cristóvão

Jornalista

O secretário nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos, considerou, quinta-feira, a Bienal de Luanda uma oportunidade ímpar para o posicionamento de Angola diante do mundo e constitui um símbolo de esperança para os angolanos, em particular os jovens, enquanto peças fundamentais na promoção da Cultura de Paz e Cidadania.

24/11/2023  Última atualização 10H33
Secretário nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos/ e Clinton Matias, presidente do Fórum Internacional de Jovens © Fotografia por: Contreiras Pipa| Edições Novembro
Falando a propósito da 3ª edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, designado por Bienal de Luanda, iniciado na quarta-feira e termina hoje, com o tema central "Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento Sustentável do Continente”, o líder juvenil exaltou o momento.

Segundo Crispiniano dos Santos, Angola ganha um posicionamento singular, por assumir um evento pan-africano, fundamentalmente, com a colaboração tripartida entre a União Africana, UNESCO, como um bom indicador para o alcance de resultados positivos com a paz no continente.

Para os jovens, considerou, o encontro serve como uma oportunidade de diálogo inter-geracional, que vai permitir a troca directa de experiências e de visões para o desenvolvimento sustentável do continente africano.

"Os jovens vão poder apresentar aos Chefes de Estado as melhores práticas relacionadas com a promoção da Cultura de Paz e Cidadania, assim como as perspectivas ligadas ao empreendedorismo, empregabilidade, formação técnico-profissional e académica”, disse.

Crispiniano dos Santos reconheceu que o Executivo tem sabido fazer um trabalho profundo na promoção da Cultura de Paz e a organização da Bienal é prova disso. "Neste sentido, devo reconhecer o papel do Presidente da República, João Lourenço, enquanto Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação. Espero que, nesta 3ª edição, os políticos definam mecanismos sólidos para fazer face às múltiplas crises e conflitos que o continente enfrenta e que reforcem as orientações saídas desta Bienal”, indicou.

Marco histórico importante

Na mesma senda, o presidente do Fórum Internacional de Jovens, Clinton Matias, destacou que a Bienal de Luanda representa um marco histórico importante, por dar à juventude a oportunidade de apresentarem ideias inovadoras sobre o desenvolvimento harmonioso de África.

Nesta edição, referiu, os jovens vão dar o seu contributo pensando nos desafios do continente africano, pelo facto de Angola ser considerada matriz pacifista, com base no respeito do Direito Internacional e que, por norma, privilegia os instrumentos pacíficos da política externa para a resolução de conflitos.

O Executivo, realçou Clinton Matias, sempre foi um actor presente e actuante no cenário regional em que está inserido, através dos esforços implementados em matérias de diplomacia preventiva ou defesa.

"Comprovamos a ideia defendida pelo Presidente da República, ao citar o saudoso Presidente António Agostinho Neto que ‘no Zimbabwe, Namíbia e África do Sul está a continuidade da luta’, afirmando que ‘Angola é e continuará a ser, por vontade própria, a trincheira firme da Revolução em África’, alinhando os fundamentos da solidariedade e política externa dos angolanos”, lembrou.

Noutra ocasião, descreveu que, em 2013, o ex-Presidente José Eduardo dos Santos frisou que Angola tem reafirmado a política externa por via do respeito pela ordem constitucional e a resolução pacífica dos conflitos e diferendos, em especial no continente africano.

O presidente do Fórum Internacional de Jovens reconheceu que a agenda do Executivo angolano tem linhas orientadoras e sempre privilegiou a política externa, ligada à paz, estabilidade e à segurança regional.

Realçou que Angola é um dos principais articulistas em matérias de gestão e resolução de conflitos em África, que permite o país ganhar visibilidade no cenário internacional, mas é recomendável que a Agenda da Paz de Angola para o continente sirva de instrumento importante para maximizar os interesses nacionais circunstanciais e permanentes nas diferentes organizações regionais.

Clinton Matias lembrou que, depois dos 27 anos de guerra no país, Angola procurou consolidar a presença e actuação nas diferentes organizações regionais, em matérias de Defesa e Segurança e de Promoção da Paz, através da definição de estratégias para o combate e prevenção das principais ameaças e riscos à segurança na região.

A ausência de paz no continente, referiu, continua a ser o principal "calcanhar de Aquiles” para o crescimento e desenvolvimento de África, na medida em que a guerra ceifa vidas humanas, afugenta o investimento e destrói infra-estruturas.

"Angola é um país promotor da cultura de paz a nível africano e mundial, não simplesmente na mediação de conflitos, mas também através da Bienal de Luanda, visando tornar este espaço privilegiado para o intercâmbio e a promoção do diálogo”, considerou.

Clinton Matias referiu que Angola continua a jogar um papel crucial na construção e edificação da paz na região e no continente de uma forma geral, pelo facto de assumir a posição de um grande actor geoestratégico na actual conjuntura regional, procurando contribuir, de certa forma, na construção das estruturas orgânicas e dos pilares da Defesa e Segurança, de modo a garantir a manutenção e a salvaguarda dos interesses estratégicos e afastar as ameaças e riscos da própria integridade territorial.


Educadora social e líder cívica Manasia Futa

Palco de troca de conhecimentos

A educadora social e líder cívica Manasia Futa considerou a Bienal um evento continental que deve ser reconhecido como um palco de troca de conhecimentos entre os diferentes países africanos, sobre questões sociais que afectam as vidas das pessoas, em especial à população jovem.

Com a realização destes fóruns, reforçou, Angola assume uma postura positiva enquanto Estado Democrático de Direito, que se preocupa com a preservação da cultura de paz, mesmo depois de um período de conflito armado, o Executivo está consciente dos desafios que ainda tem.

A líder cívica destacou que os ganhos da Bienal para os jovens serão mensuráveis, na medida em que estes participam com contribuições das mesas de diálogo e tomada de decisões efectivas das políticas públicas.

Os diplomas definidos na Bienal, disse, reforçam a ideia da juventude como promotora da paz, influenciadora da mudança e parceira estratégica, pois constitui 60 por cento da população na África Central.

"Os líderes africanos têm a oportunidade de ouvir e definir quotas orçamentais para a aplicação prática das agendas voltadas à juventude. Angola está a caminhar para um Estado Democrático e de Direito com a realização da Bienal. Precisamos que durante os fóruns sequenciais apresentem o grau de cumprimento das recomendações saídas dos eventos antecedentes”, alertou.

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