Assinala-se amanhã, o Dia de África, também conhecido como Dia de Libertação da África. Há 61 anos, portanto, em 1963, nascia, nesse dia e mês, em Addis Abeba, a Organização de Unidade Africana (OUA), instituída por 32 Chefes de Estado e de Governo africanos que se reuniram na capital etíope para tomar uma posição de apoio inequívoco à luta dos movimentos de libertação contra a colonização europeia e contra o regime de apartheid, que vigorava na África do Sul.
Ao longo da História da humanidade, o conhecimento, circunscrito à forma genérica, fundamenta-se na capacidade humana de entender as coisas. Além disso, ele pode ser aplicado, criando e experimentando o novo. Essa habilidade é exclusiva do ser humano. E diferenciam-se dos animais por estes desenvolverem mecanismos de aprendizagem por meio de acções práticas e da repetição de experiencias.
No coração da República Democrática do Congo (RDC), aninhada numa aldeia distante da azáfama de Nova Iorque, um amigo meu, que vivera boa parte da sua vida na América, embarcou num projecto notável. Reuniu telefones móveis usados e enviou-os para a sua terra natal com um objectivo ousado: transformar a educação.
Os telefones tornaram-se mais do que meras ferramentas de comunicação; funcionam como portais para o conhecimento. Com recargas ocasionais, os aldeões conseguiam aceder aos recursos educativos ilimitados do YouTube, transferindo lições vitais sobre Inglês e Matemática.
A aldeia transformou-se num centro vibrante de aprendizagem partilhada. As crianças exploravam avidamente os telefones, tomavam notas sobre as suas descobertas e partilhavam os seus achados com o meu amigo.
A sua iniciativa iluminou um contraste gritante: num lugar onde a literacia se reservava outrora aos anciãos, uma nova geração abraçava a palavra escrita.
Um dia, o meu amigo apresentou-me uma jovem mulher da sua aldeia. Conversámos, e o seu inglês era impecável - um testemunho da sua determinação e do poder da aprendizagem digital.
Embora nunca tivesse saído da aldeia, os telefones móveis tornaram-se o seu passaporte para o mundo. O orgulho brilhava nos olhos dele; esta foi a mudança que ele tinha desencadeado, capacitando uma mulher outrora limitada pela geografia.
A sua história ecoa por toda a RDC, inspirando outras pessoas e mostrando como a tecnologia eleva comunidades inteiras.É um lembrete de que a educação é um esforço partilhado.
Assim como a religião impulsionou a educação estruturada no Ocidente e os missionários enfatizaram a literacia em África, a revolução digital oferece novos caminhos. Os telefones móveis são as ferramentas modernas que não só elevam a alfabetização, mas também impulsionam a produtividade em todas as aldeias, prometendo remodelar a paisagem africana.
A minha própria infância na Zâmbia apoiou-se na rádio como nosso professor nocturno, difundindo lições de língua, cultura e higiene. De forma semelhante, esforços como o uso do YouTube pelo Governo francês para promover o francês em África mostram como diferentes meios alimentam a aprendizagem.
O modelo educacional da BBC Two poderia mesmo ser replicado em África. Taxar as empresas de telefonia móvel poderia apoiar a criação de conteúdos, enquanto uma equipa dedicada poderia colmatar o fosso entre a tecnologia de ponta e as sociedades tradicionais. Isto tem o poder de reduzir drasticamente a pobreza.
Naturalmente, as novas tecnologias trazem resistência, tal como os nossos medos actuais de perda de emprego devido à Inteligência Artificial (IA).
Um professor africano poderá temer que a IA ou o YouTube tomem o seu lugar. Mas a tecnologia também pode expandir o alcance de um professor, tornando-o um guia de recursos digitais e um educador mais eficaz. Médicos de zonas rurais podem explorar conhecimentos sobre a profissão de modo mais amplo, melhorando os cuidados de saúde primários locais.
Durante a minha infância, a Geografia era mais do que apenas uma disciplina; era uma porta de entrada para as maravilhas do mundo, estendendo-se muito para além dos limites do meu ambiente imediato.
A minha profunda ligação à Geografia pode ter raízes no meu passado como refugiado de Angola, a viver numa comunidade zambiana que era um cruzamento de constante movimento. As histórias de pessoas que embarcavam em viagens para lugares como os Estados Unidos ou a Alemanha despertaram a minha imaginação e um desejo de saber mais sobre estas terras longínquas.
Hoje, uma criança que cresce em África com acesso a um smartphone tem o mundo na ponta dos dedos. Com um simples toque pode explorar estações de metropolitano em todo o mundo, testemunhar a vibrante vida de rua da Argentina e obter perspectivas sobre o quotidiano de pessoas nos cantos mais remotos do Planeta.
Esta tecnologia é uma ferramenta poderosa que deve ser universalmente abraçada. Tem o potencial de alargar horizontes e ligar-nos a todos à vasta tapeçaria da experiência humana.
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