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ACNUR condena ataque a campo de refugiados

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) condenou, ontem, o bombardeamento de campos de deslocados no Leste da República Democrática do Congo (RDC), onde mais de cem grupos armados aterrorizam a população e enfrentam o Exército.

11/04/2024  Última atualização 12H15
Agência das Nações Unidas pede mais acção na protecção da população no Leste do Congo © Fotografia por: DR

 "Estes ataques sem sentido contra civis vulneráveis, que já foram forçados a fugir das suas casas devido ao conflito e à violência em curso na região, são absolutamente deploráveis e devem ser condenados nos termos mais veementes", afirmou o representante do ACNUR na RDC, Angele Dikongue-Atangana, num comunicado.

 A agência denunciou os múltiplos ataques a campos de deslocados, na última semana, em redor de Goma, a capital da província oriental de Kivu do Norte, uma cidade estratégica com mais de um milhão de habitantes, onde estão sediadas muitas ONG internacionais e instituições da ONU.

"O bombardeamento dos campos de deslocados viola as normas de protecção dos civis e os critérios humanitários destinados a dar abrigo e assistência às pessoas necessitadas", sublinhou Dikongue-Atangana.

Pelo menos três pessoas foram mortas e dez ficaram feridas num desses ataques, na noite de domingo, disse a organização, apelando ao respeito pela "neutralidade" dos abrigos que albergam civis deslocados. O Kivu do Norte é, actualmente, palco de uma escalada de combates do poderoso grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), que foi reactivado a 1 de Outubro, após meses de relativa acalmia. Desde então, a milícia avançou, em várias frentes, até cerca de 20 quilómetros de Goma, cidade que ocupou durante dez dias, em 2012, antes de se retirar sob pressão da comunidade internacional.

Os insurgentes tomaram o controlo das estradas que ligam o resto do país à cidade, num combate que já deixou mais de um milhão de pessoas deslocadas internamente desde que o M23 voltou a pegar em armas em Março de 2022, após anos de inactividade.

Desde 1998, o Leste da RDC regista combates entre as milícias e o Exército, apesar da presença da Missão de Paz das Nações Unidas no país (Monusco).

Chuvas torrenciais fazem  dez mortos em Kinshasa

Pelo menos 10 pessoas morreram na sequência das fortes chuvas que caíram na capital da República Democrática do Congo (RDC), Kinshasa, que provocaram, também, danos materiais significativos, anunciaram, ontem, as autoridades.  "Oito membros da mesma família morreram, depois de uma parte de um muro adjacente à casa ter desabado enquanto dormiam”, disse à Efe o presidente do município de Ngaliema, Dieu-Merci Mayibanzi Luanga.

Os outros dois mortos foram encontrados no sistema de drenagem de Ngaliema, uma comuna no distrito de Lukunga, a oeste da cidade. De acordo com o director de gabinete do ministro provincial da Saúde de Kinshasa, Jacob Makala, as autoridades estão a avaliar os danos causados pela chuva, que paralisou, na segunda-feira, grande parte da actividade na capital congolesa.

Em 2022, 168 pessoas também morreram, em Kinshasa, como consequência das chuvas torrenciais. Além disso, durante o ano de 2023, cerca de 800 pessoas morreram devido a inundações, cheias repentinas e deslizamentos de terras em diferentes províncias da RDC.

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