Cultura

Alunos vivem dificuldades mas mantêm o sonho de serem bailarinos

Katiana Silva e Maria Hengo

Jornalistas

A coordenadora da área de formação de Dança do Complexo das Escolas de Arte (CEARTE), Fernanda Zua, revelou que apesar das dificuldades vividas naquela instituição estudantil de nível médio, os alunos têm dado o seu melhor para conseguirem cumprir com os seus sonhos.

29/04/2024  Última atualização 09H15
Fernanda Zua, dançarina e coordenadora de Dança da escola © Fotografia por: DR

Em entrevista publicada na última edição do Jornal CULTURA, título da Edições Novembro, Fernanda Zua apontou como um dos grandes problemas a longa distância que os alunos percorrem da estrada Fidel Castro, precisamente no perímetro do condomínio Jardim de Rosas, até à escola. Fernanda Zua precisou que são cerca de uma hora, muitas vezes a pé, visto que na via não circula táxis e os motoqueiros encurtam as paragens.

Fernanda Zua partilhou que uma das grandes tristezas de muitos alunos é a falta de apoio da parte dos encarregados, que não vêem na dança "um futuro garantido”, resultado da pouca informação sobre a formação artística. Para superar esta realidade, Fernanda Zua adiantou que o colectivo de professores age de forma pedagógica, manifestando crença nos sonhos dos alunos.

"Muitas vezes, nos casos de alunos muito talentosos, nós, professores, fazemos uma vaquinha para suprir algumas necessidades pontuais. Porque temos alunos que têm muito talento e seria muita pena se desistissem. É importante continuar a informar que a arte é uma profissão nobre, sem dever nada a qualquer outra. A falta de apoio tem causado a desistência de muitos. Podemos começar com 200 alunos e o curso acabar com 70 ou 50”, lamentou.

No rol de preocupações da professora consta igualmente a falta de equipamentos, para além da falta de verbas para organizar concursos que estimulem a competitividade positiva. Fernanda Zua explicou que, no caso de alunos mais necessitados, muitas vezes a indumentária que usam para as actividades é dada pelos professores.

"Temos falta de equipamento adequado para as aulas, desde sapatilhas e fatos. Também naquilo que são os meios para os professores enfrentamos algumas dificuldades. Temos aqui um monstro, essa infra-estrutura muito bonita, mas enfrentamos sérios problemas em recursos humanos e material. Temos necessidade de ser melhor atendidos”, apelou

Escola de referência do país no ensino das artes erguida em Luanda, tem recebido com frequência estudantes de outras províncias. Gaspar Neto, director-geral em exercício do CEARTE, revelou que a escola possui capacidade de internato, apesar de ainda não estar a funcionar.

"Foi construída com o propósito de albergar os estudantes que viessem de outras províncias. Alguns alunos que vieram para fazer parte do internato estão em casa de familiares”, disse.

 


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