Cultura

Angie Napende leva experiência do festival Angojazz ao Lubango

Amilda Tibéria

A cantora Angie Napende pretende levar à Huíla a experiência adquirida na participação do Festival Nacional Angojazz, de 9 a 14 do corrente mês, em Luanda.

21/04/2024  Última atualização 12H15
A cantora e o guitarrista Danilson Tenebris fizeram a abertura do penúltimo dia de espectáculo © Fotografia por: DR

As actuações de Angie Napende, durante a segunda edição do festival, despertou a atenção dos críticos e apreciadores do estilo para uma maior aposta na juventude, sobretudo daqueles artistas que despontam fora da capital do país.

A cantora trouxe para Luanda inovações e muita vontade de partilhar o pouco que sabe sobre a matéria. "O festival foi muito bom. Bebi muito das experiências dos outros artistas e a comemoração do Dia Internacional do Jazz, 30 de Abril, vem, justamente, para expor o que aprendi neste festival”, disse.

Neste momento, disse, está a preparar um evento artístico, no Lubango, em alusão à efeméride que acontecerá no mesmo dia 30. Angie Napende, em declarações ao Jornal de Angola, reiterou que estar em Luanda "foi uma sensação incrível e me permitiu aprender mais sobre o estilo, fundamentalmente com a participação em seminários ao longo do festival”.

Angie Napende considera ter sido uma boa iniciativa para a organização. A cantora afirmou ter sido gratificante cantar para um público desconhecido e poder representar o movimento do jazz na Huíla. "Foi incrível e maravilhoso sair da minha zona de conforto e perceber que existe um universo todo de jazz, não só em Luanda, mas em muitos outros pontos do país como Cabinda e Benguela”, afirmou.

Em Luanda, teve a primeira actuação no Guimarães Rosa, na baixa da cidade, e foi acompanhada pelo guitarrista Danilson Tenebris, ambos provenientes da Huíla. A cantora apresentou um repertório com "Malaika", "All of Me" e "Corcovado", temas conhecidos de Miriam Makeba, Ella Fitzgerald e de Tom Jobin. A artista esteve num tom afinado e foi muito aplaudida pelo público.

O segundo momento foi no Palácio de Ferro, em que Angie Napende e Danilson Tenebris fizeram a abertura do penúltimo dia de espectáculo.  Já no meio do concerto, subiram ao palco com o suporte da banda Angojazz. A artista aproveitou o formato de big band e uma maior assistência para deixar o seu perfume. Angie Napende tem apostado no jazz há 6 meses, porque antes não era o estilo de eleição. Gosta de soul e sente que pode dividir-se nestas duas correntes musicais.

A cantora, reconheceu, tem-se empenhado nos últimos tempos na cidade do Lubango a promover actividades do género com o projecto "Jazz às Quintas" e outras actuações a solo ou em quinteto com a Angie e Banda.

Dona de um timbre vocal doce, tem sabido nas suas actuações conduzir o público a uma viagem cosmopolita entre blues e swings ao interpretar Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e outros nomes do jazz, bem como sonoridades afro-jazz de autoria de André Mingas, Ruy Mingas, Filipe Mukenga, entre outros compositores do cancioneiro clássico angolano.

Angie Napende nasceu na província do Huambo, mas considera-se "filha do deserto”, porque foi no município do Tômbwa, província do Namibe, onde cresceu. De família cristã, a igreja foi a primeira escola, e desde pequena mostrou intimidade com a música. Pertenceu aos grupos corais e tem-se engajado em projectos de arte na cidade do Lubango como  "Ondaka yo’Mukai”, do Nyaneka, "A Voz da Mulher", um evento que reúne mulheres artistas do Lubango, em concerto intimista. Além da música, é artesã com larga curiosidade em corte e costura. Tem formação em Engenharia Informática, profissão laboral que exerce actualmente e divide com a música.

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