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O Presidente da República, João Lourenço, discursa hoje, em Seul, na abertura do Fórum Económico Coreia do Sul - Angola, que junta homens de negócios e altas entidades dos dois países.
O Chefe de Estado angolano, que se encontra naquele país asiático desde ontem, intervém às 15:30, horário local (7:30 em Angola), no quadro da visita oficial de 48 horas ao país, que terá como pontos mais altos o encontro entre os dois Chefes de Estado, João Lourenço e Yoon Suk – yeol, e a assinatura de acordos para o reforço da cooperação entre as partes.
Durante a curta presença em Seul, o Chefe de Estado fará uma visita de cortesia ao presidente do Parlamento sul-coreano, Kim Jin-pyo, além da deposição de uma coroa de flores no Cemitério Nacional de Seul, em homenagem aos combatentes tombados, e um encontro com a comunidade angolana residente no país.
A visita do Presidente João Lourenço, segundo o ministro das Relações Exteriores, Téte António, representa o assinalar do reforço da cooperação entre Angola e a Coreia do Sul, que remonta ao ano de 1993. Há 31 anos que as duas nações decidiram cooperar em vários domínios, com vantagens mútuas.
Deste acordo entre angolanos e sul-coreanos resultou, segundo o ministro das Relações Exteriores, na assinatura de vários instrumentos jurídicos, muitos dos quais serão consolidados hoje, na presença de João Lourenço e Yoon Suk-yeol.
Ambos os Chefes de Estado vão presenciar a assinatura de mais cinco instrumentos jurídicos, para o reforço da cooperação bilateral. As áreas já estão identificadas e com negociações finalizadas, nomeadamente Comércio, Indústria, Saúde, matéria de ordem pública e outro, ainda, entre as Academias Diplomáticas Venâncio de Moura, de Angola, e da Coreia do Sul.
Angola e a Coreia do Sul partilham, desde 1993, uma cooperação bilateral muito generalizada, segundo fez questão de assegurar Téte António, e que se vem relançando, sobretudo devido aos avançados níveis de desenvolvimento alcançados pelo país asiático no capítulo das tecnologias e meios de telecomunicações, que o ministro considera serem "avançados” e do mais alto padrão.
Encontro
com a comunidade angolana
À semelhança do que aconteceu durante a visita de Estado a Portugal, João Lourenço vai voltar a prestar atenção aos angolanos residentes na Coreia do Sul.
Muito interessado em tomar contacto com a realidade das comunidades na diáspora, o Presidente da República vai reunir-se com angolanos residentes no país. Durante o encontro, João Lourenço vai, mais uma vez, confirmar o interesse do país em proporcionar uma oportunidade para que os seus "filhos” ajudem no seu desenvolvimento, com as valências e experiências que adquiriram da vida e formação no exterior.
O encontro não se resumirá, naturalmente, às palavras do Chefe de Estado para o universo de angolanos radicados na Coreia do Sul. Muito pelo contrário. O Presidente João Lourenço estará disponível para, também, ouvir deles os sonhos e expectativas em relação à nova Angola que está a surgir.
O regresso do Presidente da República ao país deve acontecer amanhã, ao final do dia, após prestar uma homenagem aos heróis da Coreia do Sul tombados durante a guerra, em cerimónia agendada para o Cemitério Nacional de Seul, na capital do país.
Ministro Téte António: "Um passo
indispensável”
O ministro das Relações Exteriores afirmou, ontem, em Seul, que o reforço da
cooperação com a Coreia do Sul representa um passo indispensável para a agenda
que o Governo está a implementar.
Téte António, que prestava declarações aos jornalistas na antecâmara da visita do Presidente João Lourenço, esclareceu que a visita do Chefe de Estado visa reforçar a relação de cooperação especializada que Angola mantém com a Coreia do Sul.
"Sua Excelência Presidente da República vai ter quatro momentos essenciais, que é o encontro dos Chefes de Estado e negociações das duas delegações, mas terá, também, uma visita de cortesia ao presidente do Parlamento”, disse, para acrescentar que João Lourenço vai abrir, hoje, o Fórum Económico entre Angola e a Coreia.
"Será um evento importante, em que os homens de negócios terão a oportunidade não só de conhecer Angola, mas de interesse sobre o que existe. O Chefe de Estado vai, ainda, receber a comunidade angolana residente, como é tradição”, disse.
Téte António esclareceu, de igual modo, que o país, em 1993, assinou um Acordo Geral de Cooperação com a Coreia do Sul, tendo, deste acordo, resultado a assinatura de vários Instrumentos jurídicos.
"Durante esta visita, como não podia ser excepção, vão ser assinados cinco instrumentos jurídicos já identificados, com negociações finalizadas”, assegurou.
A AIPEX, acrescentou Téte António, vai rubricar, igualmente, um acordo com a sua congénere da Coreia do Sul.
"Estamos a falar da 13ª economia mundial, com um potencial muito grande, que é um dos ‘tigres’ asiáticos, como se costuma chamar, que deu um salto muito alto”, revelou, sublinhando que a cooperação com Angola tem incidido sobre matérias da agricultura, "tendo em conta as nossas próprias especificidades, pois somos dos países africanos com uma taxa de crescimento demográfico alta”.
O ministro das Relações Exteriores esclareceu, ainda, que com a Coreia do Sul o país tem cooperado na modernização da agricultura e em matérias de tecnologias.
"Estão lembrados do Centro de Ciência e Tecnologias em construção e que vai ser concluído em Luanda, que é um vector muito importante para termos o ‘know-how’ que a Coreia possui em termos de matérias de tecnologia?” perguntou.
Téte António informou, também, que o país asiático está a preparar a realização de uma Cimeira África-Coreia do Sul, em Junho deste ano, que vai representar a reunião dos chamados parceiros estratégicos, uma espécie do que a União Africana estabelece com certos países importantes, como é a Coreia.
O evento, referiu, é outro dos temas que interessa os dois Chefes de Estado, "porque os parceiros têm de ser todas as vezes avaliados e melhorados, se for necessário, e saber quais as vantagens comparativas que a África tem, enquanto continente que vai reunir com este país, à semelhança do que acontece com outros parceiros estratégicos e regiões que a União Africana estabeleceu”.
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