A constatação da realidade sócio-económica das províncias do Uíge e Bengo dominou, ontem, as visitas efectuadas por grupos de angolanos residentes na diáspora, no quadro do programa promovido pelo Movimento Nacional Angola Real (MONAAR), que visa dar a conhecer as acções desenvolvidas pelo Executivo, tendo em vista a melhoria das condições de vida das populações.
Sónia Arlete Cahombo frisou, na ocasião, que, na vertente sócio-económica, a província do Uíge tem conhecido progressos, com a construção de mais escolas, unidades sanitárias, estradas secundárias e terciárias, assim como a implementação de programas que visam o aumento da produção agrícola e de receitas das famílias, que fomentem o auto-emprego e a empregabilidade, bem como a oferta de formação de nível superior.
"Estamos engajados em ligar, por estradas asfaltadas, a cidade do Uíge aos municípios do Bembe, Buengas e Milunga, que ainda têm as vias de acesso degradadas”, disse.
A
vice-governadora para o sector Político, Social e Económico do Uíge destacou,
ainda, a implementação do Programa Local de Apoio à Agricultura Familiar
(PLAAF), como ferramenta de governação, importante na distribuição de
rendimentos e fomento agrícola no meio rural, para apoio aos agricultores, onde
em cada município são lavrados 300 hectares de terras, distribuídas sementes e
equipamentos de trabalho.
Infra-estruturas
Por
seu turno, a vice-governadora provincial para o sector Técnico e
Infra-estruturas, Helena Dias Pereira, sublinhou que, no âmbito Programa
Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP) e do Plano
Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), têm sido construídas várias
infra-estruturas sociais, como escolas, hospitais, pontes, residências,
sistemas de abastecimento de água e outras que visam beneficiar directamente as
populações.
Visitantes satisfeitos
Carlitos Paca está radicado em Portugal há 10 anos, tendo confessado, ao Jornal de Angola, que o seu principal contributo para com a pátria é ser um "cidadão co-governante”, uma vez que é daqueles que critica o que está a ser mal feito, sugere alternativas e elogia o que de bom se está a fazer.
Na sua primeira vez na província do Uíge, Vânia da Cruz, residente há 12 anos na África do Sul, encontra uma realidade diferente daquela que tinha idealizada com as informações em catadupa que recebia de terceiros. Para a jovem, esperava encontrar apenas uma zona rural.
"É a
primeira vez que venho ao Uíge e tinha uma vaga ideia que isto era apenas um
mato. Mas estou surpreendida ao encontrar uma cidade bonita e uma província em
franco crescimento. A qualidade das infra-estruturas escolares é que mais me
impressionou”, confessou Vânia da Cruz.
Visita ao Bengo
Os angolanos residentes na diáspora foram convidados, ontem, pelo Governo da Província do Bengo, a serem os "embaixadores” de Angola nas suas terras de acolhimento, no sentido de ajudar a atrair mais investidores ao país.
O convite foi feito, em Caxito, pela governadora Maria Antónia Nelumba Bengo, durante a recepção ao grupo de compatriotas radicados em Espanha, Bélgica, Alemanha, República Checa, Namíbia, República do Congo, Itália, Polónia, Marrocos e Portugal.
"Peço aos jovens que hoje (ontem) visitam o Bengo para serem os nossos embaixadores na diáspora, para darem a conhecer e divulgar as potencialidades que a província possui”, disse.
A província, disse a governadora, precisa de investimentos nos sectores das Infra-estruturas, Turismo e Agricultura, tendo em vista os desafios de melhorar a vida das populações.
Para
o vice-presidente do MONAAR, Mateus Sebastião, os jovens residentes na diáspora
estão a ter a oportunidade de constatar as infra-estruturas e poderem passar a
mensagem a outros sobre a situação sócio-económica do país.
Jovens encantados
A jovem Carla Silva, que vive na Itália, disse ser importante ajudar o país a desenvolver e a criar postos de trabalho, sublinhando que isso só será possível com a ajuda de potenciais investidores, nacionais e estrangeiros.
Vivaldo Gomes, que vive na Alemanha há 12 anos, revelou estar disponível para convencer os investidores germânicos a investirem no ramo das energias renováveis e sustentáveis, com a implementação de painéis solares, porque o país tem sol todo o ano e porque este é o negócio do futuro.
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