Política

Aposta na construção de infra-estruturas visa acelerar o desenvolvimento inclusivo

César Esteves

Jornalista

O Governo está empenhado em concretizar uma agenda de transição económica através da implementação de políticas sólidas que promovam o desenvolvimento sustentado e a redução da pobreza, assegurou ontem, em Bali, República da Indónesia, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida.

03/09/2024  Última atualização 07H47
Adão de Almeida (o quarto a contar da direita) representou o Presidente João Lourenço no 2.º Fórum Indonésia-África © Fotografia por: Direitos Reservados

Ao intervir no segundo Fórum Indonésia-África, realizado naquela cidade, em representação do Chefe de Estado, João Lourenço, Adão de Almeida referiu que o Executivo está comprometido em construir um futuro próspero para os angolanos, onde as infra-estruturas modernas sejam a "espinha dorsal” de um desenvolvimento inclusivo e contínuo.

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República reiteirou o compromisso de Angola com o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza.

O chefe da Casa Civil do Presidente da República enfatizou que a agenda governamental angolana prioriza a diversificação económica, o fomento da produção nacional, o combate à corrupção e a atracção de investimento estrangeiro. Esta estratégia, disse o governante, contempla a importância de uma cooperação Sul-Sul reforçada, que vá além das parcerias tradicionais e que promova investimentos em áreas que agreguem valor à economia nacional.

"A nossa visão é que os países emergentes se tornem centros de produção de bens acabados, rompendo com o paradigma de meros exportadores de matérias-primas”, destacou o ministro de Estado, reforçando que Angola está pronta para trabalhar em estreita colaboração com as nações presentes no Fórum, tendo em vista o fortalecimento de parcerias que reflictam o espírito de Bandung, agora adaptado aos desafios e oportunidades do século XXI.

 

Convite para investir em Angola

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República convidou, na ocasião, empresários indonésios a investirem em Angola, assim como a estabelecerem uma cooperação robusta para a construção de um futuro de prosperidade.

O segundo Fórum Indonésia-África acontece quase sete décadas depois da Conferência de Bandung, também na Indonésia. O evento, considerado de extrema relevância, ocorre num contexto diferente, em que o mundo enfrenta desafios complexos decorrentes de uma lenta recuperação económica após crises sucessivas, como a crise financeira global de 2007-2008 e os efeitos nefastos provocados pela pandemia da Covid-19.

Associado a estes acontecimentos, referiu-se, igualmente, aos conflitos que eclodiram em várias regiões, que disse aumentar os factores que exacerbam a incerteza global, pressionando, de forma significativa, as economias emergentes, hoje assoladas por problemas inflacionários, aumento dos custos de endividamento, volatilidade cambial e retracção do investimento estrangeiro directo.

No entanto, o ministro de Estado disse que este cenário global desafiante também oferece oportunidades de cooperação, particularmente em áreas estratégicas que podem fortalecer os laços entre as economias dos países, em consonância com os objectivos deste segundo Fórum Indonésia-África.

 

Encontro à margem

O chefe da Casa Civil do Presidente da República manteve, à margem do certame, reuniões com a ministra dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Retno Marsudi, e com os responsáveis das empresas Pertamina, do sector petrolífero, e da Kimiafarma, gigante local do ramo farmacêutico.

A delegação angolana neste evento, chefiada por Adão de Almeida, incluiu o embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na Indonésia, Florêncio da Conceição e Almeida, o secretário de Estado para a Área Hospitalar, Leonardo Europeu, quadros da Casa Civil do Presidente da República, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Saúde.

A sessão de líderes do Fórum contou, de igual modo, com as intervenções dos Presidentes da Indonésia, Joko Widodo, do Ghana, Nana Akufo-Addo, da Libéria, Joseph Boakai, do Rwanda, Paul Kagame, e da República Unida da Tanzânia, Hussein Ali Mwinyi. Destacaram-se, ainda, os discursos do Vice-Presidente do Zimbabwe e dos Primeiros-Ministros de Eswatini e de Timor-Leste.

Os líderes sublinharam, de uma maneira geral, a necessidade do fortalecimento das parcerias multissectoriais, com ênfase no desenvolvimento económico sustentável e na promoção de investimentos em sectores-chave como infra-estrutura e tecnologia. Os líderes enfatizaram, também, a importância da cooperação inter-regional para o alcance de metas de desenvolvimento sustentável e destacaram a partilha de experiências e de melhores práticas entre as nações como uma mais-valia para o desenvolvimento.

A participação de Angola no segundo Fórum Indonésia-África teve como fim o fortalecimento das relações com as nações africanas e com a Indonésia, promovendo uma cooperação inclusiva e sustentável.

O segundo Fórum Indonésia-África reúne líderes e mais de mil delegados de vários países africanos e constitui uma plataforma essencial para discussões profícuas ao redor do fortalecimento das parcerias económicas e diplomáticas. Desenvolvimento sustentável é um conceito sistémico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa, no qual a preocupação com a natureza e as vias de extracção de matérias-primas é máxima.

O conceito foi usado, pela primeira vez, em 1987, no Relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.

Desenvolvimento sustentável é, também, definido como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, possibilitando que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social, económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra e preservando as espécies e os habitats naturais.

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