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Ataque à central nuclear viola código de protecção

O director da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi (AIEA), classificou os ataques ucranianos à central nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, como uma clara violação dos princípios básicos de protecção de unidades de dimensão e sensibilidade extraordinárias.

09/04/2024  Última atualização 10H05
Rafael Grossi apelou às autoridades para cessarem os ataques contra instalações nucleares © Fotografia por: DR

Rafael Grossi, através da sua conta oficial no X (ex-Twitter) e da AIEA, confirmou, pelo menos, que as estruturas de contenção do reactor seis foram atingidas três vezes. "Isso não pode acontecer", sentenciou.

A AIEA afirmou, também, que os ataques não comprometeram a segurança nuclear, mas "este é um incidente grave com potencial para minar a integridade do sistema de contenção do reactor".

"Esta é uma violação clara dos princípios básicos para proteger a maior central nuclear da Europa. Tais ataques imprudentes aumentam, significativamente, o risco de um acidente nuclear grave, e devem cessar imediatamente", afirmou Grossi.

"Como afirmei no Conselho de Segurança da ONU e do Conselho de Governadores da AIEA, ninguém se beneficia ou obtém qualquer vantagem militar ou política a partir de ataques contra instalações nucleares", partilhou.

Por fim, o director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, apelou às autoridades militares para que se "abstenham de qualquer acção que viole os princípios básicos de protecção às instalações nucleares".

Rússia fala em actos de terrorismo nuclear

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, após uma série de ataques de drones ucranianos na central nuclear de Zaporozhie, disse que "a comunidade internacional deve responder aos actos de terrorismo nuclear de Kiev”.

Zakharova indagou, no texto publicado no Telegram, "quantas vezes mais as Forças Armadas ucranianas devem disparar contra a central de Zaporozhie para que o Ocidente e Zelensky parem de repetir este acto mortal?" A Ucrânia nega os ataques a central nuclear. A gigante nuclear russa, Rosatom, classificou os ataques à central nuclear de Zaporozhie como sem precedentes. No entanto, três pessoas ficaram feridas nas acções ofensivas.

Kiev aceita empréstimos para financiar a guerra

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensk, manifestou, recentemente, que gostaria de continuar com a assistência gratuita dos Estados Unidos da América, mas concordaria com um empréstimo. "Quanto à assistência norte-americana, é crítica em qualquer caso. Ainda acredito que podemos obter um voto favorável do Congresso dos EUA. Infelizmente, tornámo-nos reféns desta situação", disse Zelensky, citado pela imprensa brasileira no último sábado, sugerindo que a crise Rússia-Ucrânia "se tornou uma questão política interna para os Estados Unidos, embora se trate da segurança do mundo".

O Congresso dos Estados Unidos da América, a princípio, retomou os trabalhos ontem, após regressar de férias de primavera (Hemisfério Norte), com a congressista Marjorie Taylor Greene a declarar que "não pode descartar a possibilidade de o presidente da Câmara, Mike Johnson, concordar em apoiar um pacote de ajuda de 61 mil milhões de dólares proposto pela administração Biden, em Outubro passado.

"Um senador veio até nós, recentemente, e perguntou 'você concordaria com um empréstimo'? 'Que opções existem?' perguntei. Ele disse, 'bem, se lhe dissessem que ou você recebe dinheiro emprestado ou nada'. Eu disse 'por que precisamos deste tipo de escolhas se não há escolha?' Portanto, concordaremos com qualquer opção", enfatizou Zelensky.

No entanto, é sabido que o senador neoconservador Lindsey Graham (republicano pela Carolina do Sul) se reuniu com Zelensky em Kiev, em Março, para discutir a nova lei de mobilização da Ucrânia e os detalhes da assistência dos EUA.

Graham, conhecido pelos comentários altamente controversos no ano passado de que a ajuda dos EUA a Kiev estava a resultar em "russos mortos" e era, portanto, o "melhor dinheiro que alguma vez já gastamos", alterou a sua posição sobre a assistência à Ucrânia em Fevereiro para se aproximar mais do líder do Partido Republicano, Donald Trump, que propôs transformar a assistência adicional dos EUA a países estrangeiros em empréstimos.

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