O escritor Bendinho Freitas defendeu, sexta-feira, na União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda, que "o escritor angolano Óscar Ribas ganhou, por mérito próprio, um lugar na História da literatura africana e mundial".
"Óscar Ribas teve o problema de visão muito cedo, mas, mesmo assim, foi da cegueira que ele mais enriqueceu o mosaico da literatura angolana", o que só mostra as valências do escritor de obras intemporais.
Além disso, disse, o compromisso de Óscar Ribas para com o país, sobretudo com as questões ligadas à cultura e à preservação do património cultural, são outros padrões que o povo angolano deve adoptar.
Se assim for, garantiu, o país poderá ultrapassar o problema do subdesenvolvimento e alcançar a sonhada felicidade. Bendinho Freitas disse ser importante fazer referência que Óscar Ribas começou a escrever no período colonial, onde havia um enaltecimento da literatura portuguesa, mas, mesmo assim, não se deixou influenciar pela tendência da época.
Óscar Ribas, realçou, nos seus textos, fazia o inverso, indo buscar sempre elementos da cultura nacional. "Ele falava da vida do povo angolano, mas fora daquele cenário misto que existia entre a cultura portuguesa e angolana, o que foi importante para se perceber como era a realidade do povo naquela época", afirmou.
Bendinho Freitas sublinhou, também, que o trabalho deixado por Óscar Ribas é uma confluência entre a arte pura e a etnografia, um dado que se tornou uma marca entre vários escritores africanos.
Segundo o interlocutor, os escritores sentiram a forma como os valores culturais, sobretudo nas sociedades urbanas, se estavam a perder, por isso, nas suas obras, começaram a ressaltar a importância da preservação dos valores culturais africanos.
Bendinho Freitas ressaltou que o escritor soube captar e transmitir a essência da cultura angolana com as suas múltiplas facetas, quer como etnólogo, ficcionista, poeta e lexicógrafo.
Motivo pelo qual, continuou, actualmente o seu nome continua a ser preservado. "Há ruas com o seu nome, há a Fundação Óscar Ribas, Universidade Óscar Ribas, Escola Óscar Ribas e Museu Óscar Ribas, o que demonstra a dimensão deste homem de cultura, de que toda a população angolana se devia orgulhar por ter nascido em solo nacional", concluiu.
Bendinho Freitas fez a sua abordagem mencionando a origem, percurso como investigador, análise das obras como escritor e o legado que Óscar Ribas deixou para a cultura nacional.
Durante a actividade, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), David Capelenguela, considerou o evento muito importante, por tratar de uma individualidade que fez parte da fundação daquela casa.
Além disso, por Óscar Ribas ser uma figura que durante a sua vida contribuiu muito na preservação da identidade angolana.
Pintura de Óscar Ribas
A artista plástica Márcia Dias apresentou, durante a palestra, realizada, sexta-feira, na UEA, em Luanda, a pintura "Óscar Ribas", que apresentou durante um concurso de arte realizado em Londres, Inglaterra.
A artista disse ter sido um privilégio levar a imagem e a história de Óscar Ribas a um outro país. "A obra serviu, também, para homenagear tudo o que a Fundação Óscar Ribas tem feito em prol da sociedade angolana", afirmou.
Óscar Bento Ribas nasceu a 17 de Agosto de 1909, em Luanda, e morreu a 19 de Junho de 2004, em Lisboa, Portugal. Filho de pai português, Arnaldo Gonçalves Ribas, e de mãe angolana, Maria da Conceição Bento Faria, Óscar Ribas viveu também em Novo Redondo, actual Sumbe, Benguela, Ndalatando, capital do Cuanza-Norte, e Cuito, capital da província do Bié.
Cedo nasceu-lhe o bicho da escrita criativa, ainda adolescente, - conforme ele conta ao investigador francês Michel Laban: "Desde muito novo senti em mim o prurido de escrever, mas desde muito novo mesmo, talvez pelos meus 14 anos, e depois comecei a escrever os meus primeiros trabalhos literários, considero-os como voos, são uns ensaios, uns voos literários, um livrinho, o primeiro "Nuvens que passam”, uma coisinha pequena, tinha talvez 18 anos”.
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