Umaro Sissoco Embaló, abordou sobre a recente visita à Rússia, à margem das festividades do 14.º aniversário da Guarda Nacional. No discurso afirmou ter escutado os comentários "de um deputado português", a quem "perdoa", quando este questionava a sua  visita à Rússia.

"A Guiné-Bissau é um Estado soberano e independente", disse Embaló, salientando que sabe o que é bom para a política externa do país. Na passada quinta-feira, o deputado da Iniciativa Liberal Rodrigo Saraiva justificou o pedido da presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, no Parlamento, alegando que Portugal não se pode manter "surdo e mudo" perante o que se está a passar ao nível da política externa de vários Estados-membros da CPLP.

Rodrigo Saraiva referiu, em particular, o acordo militar assinado por São Tomé e Príncipe com a Rússia e a visita de Sissoco Embaló a Moscovo, onde participou nas celebrações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista, afirmando que "a Guiné-Bissau se prepara para fazer um acordo de cooperação militar" com as autoridades russas.

Questionado pela Lusa sobre se assinou algum acordo com o Preside russo, Vladimir Putin, o Chefe  de Estado guineense disse que os dois países já tinham Acordo de Quadro Geral, que se mantêm "sempre intactos" e que, de vez em quando, é revisto, apenas através de processos verbais, em todas as áreas. "Neste momento, temos mais de 100 oficiais militares em formação na Rússia, em Frunzi, e noutras academias militares. Agora pedimos para formar as nossas forças especiais", adiantou Embaló, referindo-se às conversações que manteve com o homólogo Vladimir Putin.

O líder guineense disse que só não visitou mais repúblicas da Federação Russa por se ter deslocado àquela zona do mundo "num avião emprestado". Umaro Sissoco Embaló anunciou que, ainda este ano, irá realizar uma visita de Estado à Rússia, no âmbito das boas relações de amizade e históricas, tendo em vista o aprofundamento da cooperação em vários domínios.