O Governo brasileiro considerou terça-feira, a um dia das reuniões dos chefes da diplomacia do G20, que existe um défice de governança mundial e que esta não é capaz de resolver desafios actuais "ao nível de conflito da Guerra Fria".
"A proliferação de conflitos é algo que preocupa de forma muito aguda", disse, em conferência de imprensa de antecipação das reuniões na cidade brasileira do Rio de Janeiro, o secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e Sherpa do G20 do Brasil, embaixador Maurício Lirio, citado pela Lusa.
O diplomata brasileiro suportou as suas afirmações através de um estudo do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) que aponta que em 2023 houve um "recorde de conflitos: 123 conflitos, algo sem precedente nas últimas décadas".
"Algo sem precedente nas últimas três décadas, nós retornamos ao nível de conflito da Guerra Fria", sublinhou. Maurício Lirio voltou a reforçar uma das principais bandeiras do Governo brasileiro durante a sua presidência do G20: a necessidade de reformas nas instituições de governança global como nas Nações Unidas, Organização Mundial de Comércio e bancos multilaterais.
"Há um consenso em relação à reforma, mas o caminho para se chegar até essa reforma passa pelas diferenças. Essa é a grande proeza de um trabalho diplomático, a de fazer uma reforma mais inclusiva, para que tenhamos de facto uma ONU capaz de prevenir novos conflitos", disse o diplomata brasileiro. "Não há nada mais simbólico do que discutir a reforma da ONU no seio da própria ONU", afirmou.
Na terça-feira, começaram a chegar ao Brasil os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo, mais da União Africana e da União Europeia, autoridades dos países convidados da presidência brasileira e representantes de doze organizações internacionais.
As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que assumiu a Presidênica do Brasil, denunciando o défice de legitimidade das principais organizações internacionais.
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