O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou ontem que a região de Cabo Delgado apresenta maiores níveis de segurança, em consequência do combate aos grupos terroristas, apelando aos moçambicanos que se juntaram aos extremistas para reconsiderarem a sua posição, avisando que "os terroristas não vão ter bons dias daqui para sempre”.
"Quero apelar aos que estão do lado do terrorismo para reconsiderarem a sua atitude. Aconselhamos a regressarem porque bons dias não serão para sempre do lado deles, e nós não vamos ficar com as mãos cruzadas, como atesta a acalmia que se vive na região", declarou o Chefe de Estado, citado pela Lusa durante uma conferência de imprensa de balanço da visita que realizou a Roma, para participar na Cimeira Itália-África.
As incursões de grupos rebeldes na província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, estiveram entre os temas que Filipe Nyusi debateu com quadros de diversos países à margem da cimeira. "Não há nenhum momento em que nós negligenciemos a possibilidade de partilhar o ponto de situação do combate contra o terrorismo, por ser um problema global. Não se combate o terrorismo sozinho, e esta guerra não tem fronteiras", declarou o Presidente moçambicano.
Filipe Nyusi disse ainda que as forças moçambicanas vão continuar a trabalhar para garantir a paz naquela província, avançando que as autoridades estão a adequar a luta ao novo modelo que os rebeldes agora apresentam. "Vamos continuar com coisas concretas e na base da forma como o terrorista actua agora", frisou o Presidente moçambicano.
Recentemente, o investigador moçambicano João Feijó disse que os grupos armados pretendem ganhar a confiança da população na província de Cabo Delgado e recuperar a logística, depois de terem perdido as rotas de abastecimento. Os últimos relatos sobre a actividade dos rebeldes que protagonizam ataques há mais de seis anos em Cabo Delgado referem que os insurgentes estão a tentar uma convivência pacífica com as populações, rezando nas mesquitas e comprando produtos alimentares.
"O grupo de insurgentes sofreu bastante", com a acção das forças governamentais moçambicanas, do Rwanda e da África Austral, "talvez, por isso, tenham sentido a necessidade de recuperação da confiança das populações, para em vez de as roubar, adquirirem os produtos a preços generosos e, desta forma, garantirem uma logística de uma forma mais discreta, pela via do mercado", afirmou à Lusa João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural (OMR), uma organização não governamental (ONG), que tem realizado muitos trabalhos sobre a guerra em Cabo Delgado.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, o que motivou, uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Rwanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás.
Após um período de relativa estabilidade, nas últimas semanas, novos ataques e movimentações foram registados em Cabo. O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4 mil mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
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