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Cabo Verde: Antigo autarca da Praia é alvo de investigação

O ex-presidente da Câmara da Praia e actual governador do Banco Central de Cabo Verde disse, sábado, estar disponível para colaborar com a investigação do Ministério Público a obras do seu mandato autárquico.

12/05/2024  Última atualização 11H10
Óscar Santos disse estar disponível para cooperar com a Justiça © Fotografia por: DR

"Eu não recebi nenhuma notificação", referiu Óscar Santos à Lusa, um dia depois de buscas realizadas nos Paços do Concelho e a uma empresa, relacionadas com denúncias de alegadas irregularidades no anterior e no actual  mandato.

Num dos despachos do Ministério Público, Óscar Santos é apontado como suspeito e estão em causa obras de asfaltagem entre 2016 e 2019. "Estou tranquilo: é normal que haja parceria [público-privada], o contrato foi assinado e visado pelo Tribunal de Contas" e os justificativos entregues, referiu o antigo autarca, na altura eleito pelo Movimento pela Democracia (MpD, partido no Governo). "Estou 100% disponível para esclarecer", acrescentou.

Outro mandado de buscas levou, na quinta-feira, a Polícia a recolher documentos e material informático relacionado com denúncias de alegadas ilegalidades no actual mandato, liderado por Francisco Carvalho, eleito em 2020 pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição ao Governo). O actual presidente da Câmara da Praia também consta de uma lista de suspeitos e disse a jornalistas estar "sereno e tranquilo" face às diligências, garantindo que não há "nem cinco tostões" que tenha tirado aos cofres da autarquia.  O PAICV já anunciou a recandidatura de Francisco Carvalho nas eleições autárquicas a realizar ainda este ano, em data a agendar.

Um terceiro mandado levou ainda à realização de buscas, na quinta-feira, na sede da empresa Construção Barreto, na cidade da Praia. Questionado sobre as investigações à Câmara da capital, o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que "o Governo não tem de se pronunciar sobre competências e trabalho da Justiça".

"Só temos de reafirmar a confiança nas instituições da República", que "não trabalham sob comando de partidos, nem de governos, trabalham sob as suas prerrogativas próprias", com uma "missão" de respeito pela aplicação da lei, disse.

Entretanto, o director nacional da Polícia Judiciária de Cabo Verde quer estudar com o Governo um reforço de inspectores e abrir novos departamentos nas ilhas, disse ontem à Lusa, à margem da celebração dos 31 anos do órgão de investigação criminal. 

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