Mundo

Cabo Verde celebra 50 anos de libertação em Tarrafal

Cabo Verde acolhe, na quarta-feira, dia 1 de Maio, a celebração dos 50 anos de libertação dos presos políticos do Campo de Concentração do Tarrafal, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa, informou, domingo, a Presidência de Cabo Verde, citada pela Lusa.

29/04/2024  Última atualização 08H00
© Fotografia por: DR

A libertação de quem se opunha ao regime aconteceu poucos dias depois de o regime fascista ter sido derrubado com a revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal, consta ainda da comunicação.

"Comemorar no espaço que hoje alberga o museu é um acto de preservação da memória e um contributo para a educação das gerações mais recentes sobre os horrores do passado colonial", justificou a Presidência. A manhã inclui o descerramento de uma placa do cinquentenário, intervenções dos Chefes de Estado e uma conferência sobre o campo.

Luís Fonseca, antigo embaixador cabo-verdiano, secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) entre 2004 e 2008, usará da palavra como porta-voz dos presos políticos na cerimónia dos 50 anos da libertação do Tarrafal, na próxima quarta-feira. Depois de agredido pela PIDE, polícia política do regime fascista, Luís Fonseca integrou o primeiro grupo de presos políticos cabo-verdianos a chegar ao Tarrafal (1970-1973). Depois dos momentos mais institucionais, na tarde de quarta-feira, haverá um espectáculo com artistas dos quatro países: Mário Lúcio (Cabo Verde), Teresa Salgueiro (Portugal), Paulo Flores (Angola) e Karina Gomes (Guiné-Bissau).

À celebração do dia 1 de Maio juntam-se outras iniciativas anunciadas, em Março pelo Ministério da Cultura cabo-verdiano e Cooperação Portuguesa, que culminam com um simpósio internacional marcado para 9 de Maio. O antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos a 29 de Outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956, encarcerando antifascistas portugueses. Reabriu em 1962, com o nome de "Campo de Trabalho de Chão Bom", destinado a aprisionar e "reeducar" os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.

Ao todo, foram presas no "campo da morte lenta" mais de 500 pessoas: 340 antifascistas e 230 anticolonialistas.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo