Em declarações à impren-sa, Filomeno Vieira Lopes não confirmou nem desmentiu informações segundo as quais a sua candidatura é apenas uma mera transição para garantir a entrada directa de Abel Chivukuvuku na liderança do BD.
Sublinhou, entretanto, que os estatutos do BD permitem que o presidente do partido não seja o candidato presidencial e pode buscar uma personalidade da sociedade civil. "O cabeça de lista não tem de ser necessariamente presidente do partido”, reafirmou.

Filomeno Vieira Lopes adiantou que o BD vai criar uma abertura que permita acomodar várias sensibilidades políticas, com vista ao seu reforço na arena política nacional.
Questionado se uma dessas sensibilidades poderiam ser figuras ligadas à CASA-CE, disse apenas que o BD tem um compromisso que se estende até antes das próximas eleições.
A apresentação da candidatura de Filomeno Vieira Lopes foi testemunhada por Eugénio Manuvakola, dirigente da UNITA, membros da extinta comissão instaladora do PRA-JA e da sociedade civil.

Filomeno Vieira Lopes pretende potenciar o BD, conferindo-lhe competências necessárias para responder aos desafios actuais e exercer acção no plano nacional. Admitiu que o partido precisa de mais intervenção política.
Caso vença o pleito, a de-correr na Convenção do BD, agendado para o período de 28 a 30 deste mês, uma das metas do político é trabalhar para a redução da  representatividade do partido no po-der no Parlamento e estabelecer, em conjunto com a sociedade civil, "as bases de uma verdadeira democratização no país”.

Para a presidência do BD, Filomeno Vieira Lopes concorre com Américo Valentim de Jesus Vaz. Um deles vai substituir Justino Pinto de Andrade, que decidiu não se recandidatar.
Além da eleição da nova direcção, a Convenção do BD vai decidir se o partido continua ou não coligado à CASA-CE. Se se confirmar a saída, o BD vai concorrer isolado da coligação nas eleições do próximo ano.