Economia

Carrinho Agri apresenta proposta de apoio à agricultura familiar para acelerar a segurança alimentar

O Executivo angolano está a desenvolver acções que visam apostar no sector da Agricultura Familiar, que representa 90 por cento da produção nacional, com o objectivo de alcançar rapidamente a segurança alimentar.

19/09/2024  Última atualização 10H44
Ministro de Estado José de Lima Massano orientou, em Luanda, o encontro que visou reforçar a parceria do Governo angolano com o sector privado nacional © Fotografia por: Arsénio Bravo | Edições Novembro
Esta posição foi assumida pelo director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE), do Ministério da Agricultura e Florestas, Anderson Jerónimo, quando falava à imprensa, ontem, em Luanda, no final do encontro que o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, manteve com os representantes da empresa Carrinho Agri,  o maior projecto privado de apoio aos agricultores familiares.

O responsável frisou que, o Executivo está a reforçar a parceria com o sector privado, com destaque ao grupo Carrinho Agri, para que a produção nacional atinja as metas preconizadas e colmate às necessidades internas.

A aposta na parceria entre o Governo e a empresa Carrinho Agri visa, também, fomentar a produção nacional, apoiando os agricultores com insumos e contratos para a compra futura.

Com estas valências, disse Anderson Jerónimo, a Carrinho Agri tem estado a trabalhar com um número significativo de famílias camponesas.

"O apoio centra-se, essencialmente, na preparação da terra e posteriormente no acompanhamento da produção a nível de toda a cadeia produtiva", sublinhou Anderson Jerónimo.

O responsável realçou que com esta parceria, o Executivo deseja que o sector da Agricultura Familiar registe aumento significativo da produtividade, um processo que para que seja concretizado será necessário a assistência técnica.

"A ideia é estarmos alinhados, juntarmos esforços e atingirmos o nível de resultados superior num curto espaço de tempo, daí o reforço do diálogo com a empresa onde foi reforçado os principais pontos a ter em conta para ampliar os resultados", frisou.

Anderson Jerónimo garantiu que o Governo vai, também, dar suporte à empresa Carrinho Agri, com vista a potenciar a agricultura familiar.

Parceria estratégica

O administrator executivo da empresa Carinho Agri, David Maciel, realçou que as acções desenvolvidas vão de encontro à estratégia nacional da segurança alimentar, bem como a inclusão social e a capacitação humana, cujo objectivo é, também, melhorar o ambiente de negócio entre os agricultores.

David Maciel considerou de positiva a cooperação com o Executivo angolano, já que a missão é desenvolver actividades conjuntas para alavancar o sector primário da economia. A empresa Carinho Agri, disse, vai continuar a desenvolver projectos com o Executivo para melhorar a vida dos camponeses, assim como garantir a auto-suficiência dos agricultores.

A parceria com o Governo angolano para apoiar o sector da Agricultura Familiar começa a ser implementada na campanha 2025/2026, apesar de que os trabalhos já iniciaram.

Entre os produtos seleccionados destaca-se o milho, arroz, feijão, trigo, entre outros. Numa primeira fase, o projecto vai abranger um milhão de produtores, sendo que a empresa tem capacidade para apoiar cerca de três milhões de agricultores.

Auto-suficiência alimentar

Para garantir a auto-suficiência alimentar, o sector privado tem de continuar a apoiar os esforços que o Executivo angolano tem gizado, no quadro da sua política para o sector da Agricultura Familiar.

Segundo o gestor, o sucesso dos programas passa pela "implementação da alta tecnologia, mecanização, irrigação, tecnologia de registo de informação, previsão de tem- peraturas do clima, entre outras acções que serão integradas para aumentar os níveis de produção".

"Neste processo, estamos a passar da enxada para a alta tecnologia, incluindo a formação e treinamento dos trabalhadores e agricultores", frisou David Maciel.

A empresa Carinho Agri apoia, actualmente, 155 mil famílias camponesas, localizadas em seis províncias, nomeadamente Benguela, Bié, Huíla, Huambo, Malanje e Cuanza-Sul.

Na presente época agrícola 2023/2024, os camponeses produziram cerca de 130 mil toneladas de variados produtos, numa área de 80 mil hectares. Esta cifra, segundo David Maciel, o grupo em- presarial pretende aumentar na próxima campanha, prevendo uma produção de 140 mil toneladas.

"As famílias camponesas registaram excelentes níveis de colheitas, e infelizmente não conseguimos adquirir a totalidade da produção fruto do aumento do preço dos produtos no mercado interno", frisou.

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