Cultura

Cena do longa-metragem do cineasta Tadisi Nsangu Baruch

Katiana Silva

Jornalista

A premiada longa-metragem angolana “Por Jade” foi seleccionada para a fase final do Tony Curtis International Film Festival, que se vai realizar de segunda a quarta-feira próxima, na Hungria, com a participação de 17 países.

15/08/2024  Última atualização 09H28
© Fotografia por: DR
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o realizador do filme, Tadisi Baruch, disse que se trata de mais um passo na internacionalização do seu trabalho, que é um drama vivido em muitos países africanos, concretamente a violação ou negação dos direitos às mulheres.

"Estou particularmente feliz por esta história filmada nas cidades de Luanda e Tômbwa ter aceitação internacional, visto que isso representa a qualidade e coragem dos jovens cineastas angolanos da actualidade”, apontou.

Realizado na cidade de Mátészalka, o festival rende homenagem ao actor americano Tony Curtis, uma das brilhantes estrelas da história do cinema de Hollywood e cuja descendência é húngara. O evento é organizado pelo Conselho Húngaro de Hollywood, a cidade de Mátészalka e o estúdio de cinema Origo, com o apoio do Instituto Nacional de Cinema daquele país. Com o objectivo de reunir e descobrir talentos cinematográficos húngaros e internacionais, o festival organiza uma competição em três categorias principais, nomeadamente longa-metragem, documentários e curtas-metragens, com um júri que distingue um prémio principal e um prémio do público.

O filme "Por Jade” foi a longa-metragem vencedora da terceira edição do Festival Unitel Angola Move, cuja gala foi realizada em Outubro do ano passado, em Luanda. Em Dezembro foi realizada a sua estreia internacional na sala de cinema "Lês 7 Batigonolles”, em Paris, França. Numa organização do Movimento do Cinema de Angola (MOCA), em parceria com o realizador do filme, a estreia internacional contou com o elenco de actores e membros da equipa de produção.

A longa-metragem foi filmada em 2022, em Luanda, no bairro Mártires de Kifangondo, e na província do Namibe, concretamente na cidade de Tômbwa, no deserto, onde a equipa ficou instalada por um período de uma semana.

O elenco traz rostos conhecidos como o actor Aureliano Quaresma, que passou toda a sua experiência de décadas de actuação aos novos actores envolvidos no filme.

A mensagem do filme é de alerta às mulheres sobre os cuidados na escolha de um cônjuge de cultura diferente, ensinando que há certos hábitos e costumes que devem ser conhecidos antes de contraírem matrimónio.

O filme mostra também a força da mulher angolana capaz de defender os filhos diante de culturas adversas, sendo nesse ambiente de choque em que emerge a construção da heroína do filme.

Tadisi Nsangu Baruch nasceu em Luanda, a 14 de Outubro de 1984. Actualmente reside em França, de onde se procura projectar no circuito cinematográfico europeu. Em Luanda, trabalhou na direcção de Comunicação e Imagem do Clube Desportivo 1º de Agosto, como editor de Imagem e realizador, onde criou o programa de televisão "Rumo ao Título” e produziu o documentário "Os invisíveis que fazem os campeões”.

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