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Cerca de meio milhão de pessoas previstas em Fátima para visita do Papa

Cerca de meio milhão de pessoas são esperadas em Fátima para a visita do Papa Francisco, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), disse, ontem, o ministro da Administração Interna de Portugal, José Luís Carneiro.

30/07/2023  Última atualização 11H27
© Fotografia por: DR

"A GNR (Guarda Nacional Republicana) está totalmente empenhada e mobilizada para garantir todas as condições de segurança àqueles que se dirijam a este santuário e a toda esta região, uma mobilização que se espera possa vir a ter cerca de 500 mil peregrinos no dia 5, entre os 300 mil no perímetro mais próximo do santuário e depois mais 200 mil nas imediações”, afirmou José Luís Carneiro, em Fátima (Santarém), após visitar o dispositivo desta força de segurança.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 1 a 6 de Agosto. A delegação angolana é composta por cerca de 500 peregrinos, que ficarão espalhados pelas cidades de Braga, Aveiro e Fátima.

O Chefe da Igreja Católica chega a Lisboa no dia 2 de Agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 5, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.

Acompanhado pelo comandante-geral da GNR, tenente-general Santos Correia, e o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Paulo Vizeu Pinheiro, o ministro referiu que em Fátima o número de militares se vai situar "próximo dos dois mil”, no dia 5, data de maior empenhamento de meios.

José Luís Carneiro adiantou que a Guarda está, igualmente, "preparada já para também o dia 13 de Agosto, que é, igualmente, um dia de grande movimento” em Fátima, assim como o dia 15 de Agosto, feriado religioso. A 12 e 13 de Agosto realiza-se a peregrinação do migrante e do refugiado e no dia 15 habitualmente acorrem a Fátima milhares de pessoas.

Segundo o governante, os dias 31 de Julho e 5, 13 e 15 de Agosto "são os momentos de maior empenhamento humano da Guarda Nacional Republicana”.

Cerca de dois mil militares da GNR vão estar em Fátima para a deslocação do Papa Francisco ao santuário, revelou na quinta-feira esta força de segurança à Lusa.

"No pico máximo, nós vamos ter em Fátima cerca de dois mil militares e o pico máximo prevê-se, naturalmente, no dia 5”, afirmou o major Carlos Canatário, oficial de Comunicação e Relações Públicas da Operação da GNR em Fátima.

Carlos Canatário esclareceu que o dispositivo da GNR "vai sofrer alterações e adaptações consoante as necessidades” verificadas neste período, sendo que já existe um "reforço de efectivos no terreno”.

O major acrescentou que a GNR dispõe de um "conjunto de valências policiais diferenciadas que procuram dar resposta às necessidades dos peregrinos nas mais diversas circunstâncias”, incluindo patrulhas apeadas, de bicicleta ou moto e a cavalo, operações especiais, ordem pública, equipas com cães e a inactivação de explosivos.

"O nosso grande objectivo é procurarmos garantir o máximo de segurança possível com a mínima perturbação possível”, destacou, explicando que, no âmbito da cooperação internacional, vão estar na Cidade-Santuário elementos da Guardia Civil (Espanha), da Gendarmerie (França) e Carabinieri (Itália).


Gastos mais de 36 milhões de euros em contratos

O Governo português e os municípios de Lisboa e Loures já assinaram contratos num total de 36,6 milhões de euros para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), representando 49% dos gastos previstos pelas três entidades.

Segundo os dados compilados pela agência Lusa, a partir do Portal Base da Contratação Pública, a administração central e os dois municípios adjudicaram, até à última semana de Julho, e quando faltavam apenas quatro dias do início do evento, 132 contratos relativos a obras, serviços e locações para a edição deste ano da JMJ.

O Governo prevê desembolsar 30 milhões de euros (sem IVA) para a JMJ, enquanto as autarquias de Lisboa e Loures 35 e 10 milhões de euros, respectivamente, num total de 75 milhões de euros entre os três organismos.

Outros 68 contratos no valor de 3,3 milhões de euros foram assinados pelas autarquias de Cascais, Almada, Amares, Esposende, Vila Viçosa, Benavente, Estremoz, Loulé, Reguengos de Monsaraz, Sintra, Felgueiras, Vila Verde, Vila do Conde, Alcobaça, Amadora, Mafra, Ourém e Oeiras, bem como pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e GNR.

Lisboa lidera a atribuição de contratos, celebrando 73, num valor total de 21 milhões de euros.

Custando cerca de sete milhões de euros, a reabilitação do antigo Aterro Sanitário de Beirolas – área que servirá de recinto principal da JMJ – é a obra mais cara da autarquia liderada pelo social-democrata Carlos Moedas.

Através de concurso limitado por prévia qualificação, a obra foi adjudicada à Oliveiras, S.A – Engenharia e Construção.

Logo a seguir surge o polémico altar-palco no Parque Tejo-Trancão, com um valor de 2,98 milhões de euros, abaixo dos iniciais 4,2 milhões de euros, um número que provocou várias críticas, incluindo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A empreitada foi adjudicada à Mota-Engil a 13 de Janeiro deste ano, com prazo de execução de 150 dias.

Ao valor somam-se ainda 1,1 milhões de euros da cobertura, tarefa a cargo da Oliveiras, S.A – Engenharia e Construção.

A construção da ponte pedonal sobre o Rio Trancão, por parte da ABB – Alexandre Barbosa Borges, SA, tem um custo total de quase 3 milhões de euros.

Dos 73 contratos adjudicados pela capital, 67 foram realizados através de ajuste directo, dois por concurso público, três por consulta prévia e um por concurso limitado por prévia qualificação.

Lisboa ainda celebrou com a MEO – Serviços de Comunicações e Multimédia S.A. um contrato de 1,5 milhões de euros para a instalação de pontos multimédia e aluguer de equipamentos técnicos no Parque Eduardo VII.

Com 32 contratos publicados, no valor total de 5,4 milhões de euros, a Câmara Municipal de Loures tem o seu encargo mais elevado nos trabalhos de preparação dos terrenos na zona ribeirinha da Bobadela, com custo de 4,2 milhões, atribuídos à Alves Ribeiro. A autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão adjudicou 30 contratos por ajuste directo e dois por consulta prévia.

Dos contratos adjudicados por Loures, 23 dizem respeito à aquisição de serviços, dois à empreitadas de obras públicas, seis à aquisição de bens móveis e um à aquisição de serviços e de bens móveis.

Por parte do Estado foram adjudicados 30 contratos no valor total de 10,2 milhões de euros.

Com uma dotação de 5,9 milhões de euros, a empreitada com o custo mais elevado do Governo prende-se pelos sistemas de áudio e vídeo, iluminação ambiente, e respectivo abastecimento de energia, para o Parque Tejo-Trancão, num contrato através de concurso público com a empresa Pixel Light.

Também encarregue no fornecimento de 141 blocos modulares de casas de banho, o Governo adjudicou um contrato de 1,15 milhões de euros para a instalação de casas de banho.

Em conjunto, foi concedida a aquisição de serviços de fornecimento de equipamentos sanitários, igualmente por concurso público, por 128.500 euros.

Os restantes 27 contratos adjudicados pelo Governo – por ajuste directo – contemplam a elaboração do plano de mobilidade, prestação de serviços, aquisição de 110 reproduções em cerâmica para oferta, monitorização da instalação eléctrica e projecto de compatibilização das obras com o futuro Parque Verde.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a edição deste ano da JMJ, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

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