Política

Chefe de Estado garante busca contínua da paz na RDC

Paulo Caculo | Harare

Angola vai continuar a trabalhar com a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda na busca de um entendimento sobre o desengajamento das forças, de modo a garantir a paz efectiva no Leste daquele país vizinho, assegurou, sexta-feira, em Harare, o Presidente da República, João Lourenço.

17/08/2024  Última atualização 07H48
© Fotografia por: DR
Ao discursar na Cimeira da Troika do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, o estadista angolano partilhou o ponto de situação referente às acções desenvolvidas no âmbito dos esforços de pacificação do Leste da RDC.

João Lourenço referiu que, durante a reunião da Dupla Troika da SADC, realizada em Lusaka, República da Zâmbia, a 23 de Março deste ano, teve a ocasião de dar a conhecer os resultados da Reunião Ministerial entre a RDC e o Rwanda, realizada a 21 de Março último, em Luanda, cuja discussão priorizou a cessação das hostilidades e o cessar-fogo, acompanhado por um processo de desengajamento das forças oponentes.

O Chefe de Estado informou, ainda, que na segunda Reunião Ministerial entre a RDC e o Rwanda, que teve lugar a 30 de Julho deste ano, em Luanda, as partes concordaram com a entrada em vigor de um cessar-fogo à meia-noite de 4 de Agosto último.

"Foi, igualmente, estabelecido um acordo sobre a necessidade imperiosa de ser implementado o Plano de Neutralização das FDLR, o desengajamento das forças e o reforço do Mecanismo de Verificação Ad-hoc, com a integração de peritos de inteligência dos três países e a possibilidade de se associarem outros intervenientes”, acrescentou.

Para que a paz seja efectiva, permanente e duradoura, explicou João Lourenço, teve de se deslocar a Kigali e a Kinshasa, nos dias 11 e 12 deste mês, respectivamente, para manter uma conversa com os homólogos Paul Kagame e Félix Tshisekedi, aos quais submeteu uma proposta de acordo de paz.

 Na conversa com os dois Chefes de Estado, revelou o Presidente da República, percebeu "uma grande vontade política dos mesmos” para a resolução do conflito pela via negocial e, em função disso, foi agendada para o dia 20 deste mês a realização, em Luanda, da reunião ministerial, com vista à discussão e negociação dos termos da proposta do acordo de paz.

Ainda durante o discurso, o estadista angolano frisou que, na sequência das referidas decisões, os peritos de inteligência reuniram-se em Luanda, nos dias 7 e 8 deste mês de Agosto e desenvolveram, conjuntamente, o Plano Harmonizado sobre a Neutralização das FDLR, tendo-se registado um impasse na elaboração do Plano de Desengajamento das Forças no Teatro Operacional.

"Esta situação está no centro das nossas atenções e, por isso, vamos continuar a trabalhar com as duas partes para a busca de um entendimento sobre o Desengajamento das Forças”, assegurou.

João Lourenço disse, ainda, que Angola iniciou diligências junto das Nações Unidas para garantir o apoio da MONUSCO às actividades do Mecanismo de Verificação Ad-hoc Reforçado, cujo mandato diz ser crucial para a implementação do cessar-fogo, da neutralização das FDLR e do desengajamento das forças no terreno.

"Tenho a convicção de que este espírito de unidade, que está permanentemente na base dos esforços que desenvolvemos, para garantir a segurança, a paz e a estabilidade na nossa região, se manterá inalterável, por forma a que consigamos criar as condições de que precisamos para cuidarmos das tarefas do progresso, do desenvolvimento e da criação do bem-estar para as nossas populações”, augurou o Presidente João Lourenço.

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