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Chefe do Pentágono tranquiliza aliados

O novo chefe do Pentágono, Lloyd Austin, vai reafirmar o compromisso dos Estados Unidos com a OTAN, esta semana, e promete aos seus aliados que, a partir de agora, nenhuma grande decisão será tomada sem levá-los em consideração, uma forma de deixar a Presidência de Donald Trump para trás.

16/02/2021  Última atualização 12H20
O novo chefe do Pentágono, Lloyd Austin, muda discurso © Fotografia por: DR
Os ministros da Defesa da Aliança Atlântica realizarão reuniões virtuais amanhã e quinta-feira, e espera-se que Austin entregue uma "mensagem positiva sobre a relevância da Aliança Atlântica”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
"Ele quer revigorar o nosso compromisso com a Aliança”, acrescentou o porta-voz. E a sua mensagem "será que somos melhores quando agimos juntos, trabalhar em equipa  torna-nos mais fortes, e a segurança colectiva é segurança compartilhada.” A questão da retirada das tropas americanas do Afeganistão, marcada para o início de Maio, estará no topo da agenda, mas nenhuma decisão é esperada sobre o assunto, alertou Kirby.

"É o Comandante-em-Chefe (Presidente Joe Biden) que toma esse tipo de decisão”, lembrou o porta-voz. Mas essa reunião de ministros vai ajudar a Austin "a construir a sua reflexão e o tipo de recomendações que terá de fazer” ao Presidente.
"E como ele disse aos seus homólogos, particularmente aos da OTAN, nenhuma decisão será tomada sem consultas e discussões com eles”, acrescentou Kirby.

Sob o acordo histórico de Fevereiro de 2020 entre Washington e o Talibã, os Estados Unidos prometeram retirar todas as suas tropas do Afeganistão até Maio de 2021, em troca de garantias de segurança dos rebeldes.
Washington reduziu o contingente no país para 2.500 soldados em 15 de Janeiro, o menor número desde 2001, enquanto os aliados da Aliança Atlântica mantiveram as suas tropas no Afeganistão. Mas, com um aumento nos ataques do Talibã nos últimos tempos, um grupo consultivo do Congresso dos EUA pediu o adiamento da retirada total planeada para Maio.
 
Mudança de tom

Entre os outros assuntos discutidos no encontro estará a suspensão da retirada parcial das tropas americanas da Alemanha, decidida por Trump. O ex-Presidente anunciou, em Junho, que queria reduzir de 34.500 para 25.000 militares.
Essa retirada não havia começado quando Biden chegou a Casa Branca a 20 de Janeiro, disse outro porta-voz do Pentágono, o tenen-te-coronel Thomas Campbell, à AFP. "Ainda estávamos na fase de planeamento”, explicou.
Os aliados da OTAN comprometeram-se  em 2014 a dedicar 2 por cento do seu orçamento à Defesa. "Mas acredito que reconhecerá que muitos dos nossos aliados da OTAN alcançam, e até excedem, esses 2 por cento, e que muitos não medem esforços para o conseguir”, acrescentou Kirby.

Os ministros também devem falar sobre os jihadistas estrangeiros que permanecem detidos em campos no Nordeste da Síria comandados pelas forças curdas. Neste tópico, o Governo Biden concorda com o seu antecessor e pede à comunidade internacional que repatrie os seus cidadãos.
Por fim, as tensões com a Turquia podem estar na agenda das reuniões após a aquisição de mísseis de defesa russos S400 por Ancara. O novo Governo dos Estados Unidos apelou ao homólogo turco para renunciar a essas armas, seguindo o caminho traçado pelo Governo Trump.

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