A Organização das Nações Unidas (ONU) considera importante incutir hábitos sustentáveise consciência climática nas famílias desde cedo, pelo papel que desempenham na transmissão de valores ao longo de gerações.
O corpo do nacionalista, compositor, músico e diplomata Rui Mingas, falecido no dia 4 deste mês, em Lisboa, Portugal, aos 84 anos, será sepultado na sexta-feira, no cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda, refere o programa das exéquias a que o Jornal de Angola teve acesso.
Do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, a urna segue em cortejo automóvel para a sala de velório do Exército (ex-RI-20), onde decorre a primeira cerimónia de homenagem, a ser aberta com a entoação do Hino Nacional e um minuto de silêncio.
Após a leitura do elogio fúnebre seguir-se-ão as homenagens da Assembleia Nacional, do MPLA, dos ministérios da Juventude e Desportos, Relações Exteriores e Cultura e Turismo. Na sexta-feira, dia do enterro, a urna parte do velório do Exército em caravana automóvel para a Igreja do Carmo, onde se realiza uma missa de corpo presente.
Da Igreja do Carmo, a urna segue para o cemitério do Alto das Cruzes, para o sepultamento.
Rui Mingas faleceu no dia 4, em Lisboa (Portugal), vítima de doença prolongada, aos 84 anos.
Um dos autores da letra do Hino Nacional, juntamente com o escritor Manuel Rui Monteiro, Rui Mingas participou activamente no processo que culminou com a Independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975.
Político, diplomata, empresário e compositor, entre outras valências, Rui Mingas nasceu a 12 de Maio de 1939, e distinguiu-se também no desporto, particularmente no atletismo, antes de ser secretário de Estado da Educação Física e Desportos, deputado à Assembleia Nacional pelo Grupo Parlamentar do MPLA, embaixador de Angola em Portugal e reitor da Universidade Lusíada de Angola.
Rui Mingas musicou os poemas "Monagambé”, "Adeus à hora da largada” e compôs "Mbiri Mbiri”, "Makezu” e "Meninos do Huambo”. A sua voz levou ao mundo poemas de Agostinho Neto, Viriato da Cruz, António Jacinto e Mário António.
Na terça-feira, a Universidade Lusíada rendeu uma homenagem a Rui Mingas, fundador da instituição.
O reitor, Mário Pinto de Andrade, considerou Rui Mingas um dos maiores pilares da revolução da formação de quadros superiores no país.
Segundo Mário Pinto de Andrade, Rui Mingas foi um dos principais activos na recuperação dos recursos humanos, ao investir na criação de mecanismos que permitiram formar centenas de pessoas em Luanda, Lunda-Sul, Benguela, Cabinda e Namibe.
Ao longo dos anos, disse, esta Universidade formou mais de dez mil quadros, muitos dos quais destacados na Educação, Administração Pública, Política, entre outras áreas.
"Hoje, temos vários quadros formados neste projecto universitário fundado pelo doutor Rui Mingas e Paulo Múrias, que ajudou, de facto, nestes últimos anos, Angola a ter um capital humano próprio”, sublinhou.
Além disso, continuou, Rui Mingas concedeu bolsas de estudo a muitos jovens das primeiras selecções nacionais de futebol e basquetebol que vinham fazer a formação na Universidade.
"O doutor foi um homem filantropo, por ajudar as famílias desfavorecidas que não tinham possibilidade de ter os seus filhos a estudarem na instituição”, explicou.
"Rui Mingas usou a música como arma para combater o colonialismo”
Deputados à Assembleia Nacional enalteceram, ontem, o papel de Rui Mingas no combate ao colonialismo e na afirmação do nacionalismo angolano.
Em declarações à Rádio Nacional, o deputado Vicente Pinto de Andrade indicou que Rui Mingas foi sempre uma referência. "Rui Mingas também tinha uma intervenção através da música e as prisões que os portugueses realizaram no seio da nossa família, a família Pinto de Andrade e a família Vieira Dias, tudo isso nos marcou, porque tivemos que descobrir, estudar e aprender e depois lutar contra o colonialismo”, disse.
O parlamentar acrescentou que Rui Mingas usou a palavra, a música como uma arma para combater o colonialismo e para afirmar o nacionalismo.
Para o deputado Manuel da Fonseca, "Rui Mingas é uma referência de Angola, na perspectiva política, mas também por tudo quanto deu a Angola”.
Norberto dos Santos, outro deputado, considerou Rui Mingas uma pessoa de trato fácil. "Nos contactos que tive com ele, quer oficiais ou particulares, senti-me sempre à vontade. Só mais tarde é que soube que foi ele que musicou o Hino Nacional”, sublinhou.
Considerou que o antigo deputado deixou um grande legado para os jovens, para agarrarem nas melodias que ele fez e escreveu e poderem dar continuidade ao trabalho dele.
Rui Mingas foi deputado de 2017 a 2022, tendo pertencido à Comissão de Cultura, Assuntos Religiosos, Comunicação Social, Juventude e Desportos
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